— Você queria conversar? — Sento-me mais fácil no meu lugar agora que ela está aqui.
— Eu quero, mas não sei como.
Um sorriso genuíno rasteja no meu rosto. Pequenas coisas como sua natureza inocente sempre me intrigaram.
— Basta dizer o que você quiser, Anahi.
— Você me odeia? — Ela me pergunta baixinho. A seriedade é inesperada e me pega desprevenido.
— Não, eu não odeio você. — Eu odiava que não pudesse tê-la. Mas isso era antes.
— Eu sinto que você deveria. — ela me diz, embora ela esteja olhando para o seu copo. Ela faz muito isso. Ela olha para baixo quando fala comigo. Eu não gosto disso. Meu peito se sente mais apertado e a facilidade de hoje à noite e o que eu quero dela se emaranham em um nó no meu estômago. Eu pego minha bebida, deixando queimar no caminho.
As palavras para acalmá-la estão em algum lugar. Eu sei que elas existem, mas elas me reprovam agora porque a verdade que implora para sair é tudo em que posso me concentrar.
Sou salvo por seu copo de Cabernet que ela aceita graciosamente do garçom.
— Tyler significou muito para mim, sabe? — Ela me pergunta como se minha aceitação significasse tudo. Como se eu não pudesse ver em seus olhos naquela época. Todo o tempo que eu os vi juntos era óbvio. Ele era tudo o que ela tinha e eu acho que ela odiava esse fato, mas o amava por simplesmente estar lá por ela.
— Nunca foi uma dúvida, — eu digo a ela com um calafrio na minha voz. Um que eu não posso controlar.
— Eu apenas sinto-me como... — ela faz uma pausa e engole, em seguida, toma um gole de vinho. Com sua inquietação nervosa, ela está claramente desconfortável e está me irritando. — Estou com medo do que você e seus irmãos pensam. Seu pai, também.
— Meu pai morreu há dois anos, — eu digo a ela e ignoro a pontada de culpa correndo por mim, mais a dor da memória. O nó parece amarrar mais forte. Eu fui para casa pela primeira vez em anos apenas para vê-lo sendo colocado no chão ao lado de minha mãe, apenas vinte lotes abaixo do túmulo de Tyler. E eu não voltei desde então. É engraçado como a culpa se espalha assim. Como isso só piora, não melhora.
— Oh meu Deus, — Anahi suspira e chega a mão pequena sobre a mesa para a minha. — Eu sinto muito. — Uma coisa que eu sempre admirei sobre Anahi é como é fácil lê-la. Quão genuína ela é. Quão honesta. Mesmo que as coisas que ela estava pensando fossem menos atraentes.
— Meu pai gostava de você, então disse a Tyler que você voltaria. — Eu não sei por que digo isso a ela. A memória não fica bem comigo e a conversa não está indo para onde eu gostaria. Desconfortável é uma emoção que muitas vezes não sinto. Eu suponho que faz sentido que eu esteja agora. Mais uma vez... isso é o que Anahi está fazendo. Mas eu permito isso. Seria fácil levantar e sair, para não ter que lidar com essa conversa. Mas ter Anahi esta noite vale a pena. Mal vislumbrando a camisa branca engomada do garçom, levanto a mão bem a tempo de detê-lo..
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Possessive - Anahi e Poncho (Adaptada) AyA
FanficAlguns homens nascem com um coração negro e uma alma contaminada. Eu nunca quis admitir isso naquela época. Pensei que poderia superar quem eu sou e mentir para mim mesmo. Mas aceito a verdade agora. Está no meu sangue e nos meus ossos. Em cada pens...