Eu estou perdendo-a.
Eu posso me sentir deslizando para trás em um abismo escuro. Anahi e eu somos parecidos em mais aspectos do que ela
sabe. De maneiras que nunca ousaria sussurrar alto. Ela está mentindo para si mesma quando diz que precisa de espaço.
Ela não precisa. Ela precisa de mim, assim como eu preciso dela. Ela é a única coisa que tira a dor e eu faço isso por ela também. Eu sei que eu faço. Eu posso sentir isso. Eu posso ver nela.
A luz da tela do computador é a única coisa que evita que a sala fique na escuridão total. Estou olhando para ele, esperando que ele veja que estou conectado há horas.
Estou tentando ficar longe de Anahi. Estou tentando fazer o melhor.
Já faz muito tempo, Marcus finalmente responde. Não é o nome ou o apelido dele neste bate-papo. Mas eu sei que é ele.
Agora, três anos, respondo, recostando-me no banco com o laptop nas coxas e tentando ignorar a vergonha que soa no meu sangue. Faz três anos que eu entrei nesse chat do mercado negro e o procurei. Três anos desde que senti o desejo de vigiar Anahi a cada segundo de cada dia.
Três anos em que senti a vontade de cuidar de Anahi cada segundo de cada dia. Três anos desde que tive um pouco do meu doce vício.
"O que o traz de volta? "ele me pergunta e eu engulo em seco. 1
"Ela voltou à minha vida. Mas você já sabe disso."
"Ela, como Anahi?" ele me pergunta para manter esta farsa.
As teclas embaixo das pontas dos meus dedos clicam levemente enquanto digito. É estranho como eu acho reconfortante, os sons suaves me tentando a confessar meus pecados.
"Eu não a estava perseguindo ou tentando encontrá-la. A primeira vez foi uma coincidência."
"Quantas vezes houve?" Ele me pergunta.
"Muitas. "Eu admito, mas depois acrescento, "mas ela está comigo neste momento. Não sou eu me escondendo nas sombras. Ela me procurou."
"Você acha que isso o torna mais saudável?"
O texto olha para mim na tela bem iluminada e eu quero responder que sim. Claro que é. Desta vez não é nada parecido com o que aconteceu anos atrás.
Ele não espera que eu responda antes de fazer outra pergunta.
"Se ela sabe isso, faz bem em permitir que seu interesse cresça em obsessão?"
"Obsessão pode ser a palavra errada. Eu acho que possessivo é melhor. Ela é minha. Minha razão de seguir em frente com o que aconteceu antes. Meu desejo por mais. Minha única maneira de lidar. Desta vez é diferente. Dessa vez ela me queria lá."
"Queria?" ele pressiona, e a vergonha de estar aqui neste bate- papo anônimo faz meu peito ficar tenso. "Como no passado?"
"Ela me pediu um intervalo e eu estou tendo dificuldades. Estou voltando aos velhos hábitos."
"Isso se chama perseguição, Alfonso."
"Estou ciente disso, Marcus."
Eu uso o nome dele, assim como ele usa o meu. Ninguém mais sabe que é ele, mas eu sei. Porque anos atrás, quando eu observei Anahi finalmente dormir sem chorar, quando ela podia dizer o nome de Tyler com um sorriso triste, em vez de uma agonia mal contida, ele estava lá para mim. Todos esses anos atrás, quando ela seguiu em frente e eu ainda estava lutando para lidar com a culpa da morte de Tyler, Marcus foi quem me impediu de puxar o gatilho com uma arma pressionada na minha cabeça.
Demorou quase dois anos para chegar a esse ponto.
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Possessive - Anahi e Poncho (Adaptada) AyA
Fiksi PenggemarAlguns homens nascem com um coração negro e uma alma contaminada. Eu nunca quis admitir isso naquela época. Pensei que poderia superar quem eu sou e mentir para mim mesmo. Mas aceito a verdade agora. Está no meu sangue e nos meus ossos. Em cada pens...