09

729 61 49
                                    

Cole Sprouse

Ao acordar na manhã seguinte, eu lembrei de algo que eu não deveria ter esquecido: As malditas câmeras da oficina. O momento de excitação com a Lili foi tão intenso que eu mal raciocinei direito. Assim que me dei conta do que havia feito, deixei meu café da manhã pela metade e me vesti às pressas, pronto para sair de casa e chegar ao trabalho antes que o meu pai.

Saí de moto e desrespeitei inúmeras leis de trânsito pelo caminho. Lili surtaria se soubesse que estávamos sendo filmados e meu pai surtaria por eu ter transado na oficina. Ele sempre prezou muito o respeito a certos lugares, principalmente o local de trabalho.

Desci da minha moto e entrei às pressas, cumprimentando os funcionários rapidamente e apressando meus passos até o escritório do meu pai. Passei pela porta como um trator e parei bruscamente ao ver o meu pai sentado em sua cadeira, em frente ao computador com uma expressão de seriedade. Ele me olhou por cima dos óculos como se fosse me repreender.

— Chegou cedo, pai. — tentei agir naturalmente.

— Você também chegou cedo. — sua voz estava tão séria quanto a sua expressão.

— Eu resolvi começar logo o meu dia.

O silêncio pesou no ambiente e eu só desejava cavar um buraco e me enfiar nele. Meu pai não parava de me encarar como se fosse me dar uma surra e isso estava sendo bastante desconfortável.

— Fecha a porta. — mandou. Fiz o que ele disse e esperei. — Agora senta. — acenou com a cabeça em direção à cadeira em sua frente.

Fui até ela e me aconcheguei no estofado, tentando olhar para qualquer canto longe do rosto do meu pai.

— Me diga, Cole, quantos anos você tem mesmo? — puro sarcasmo. — Você é um homem adulto, trabalha desde a adolescência e sabe o que quer da vida. Não está mais na fase de rebeldias, por mais que às vezes você quebre algumas regras. Pode quebrar as regras que quiser, mas não as minhas, ok?

— Eu sinto muito. — foi a única coisa que eu pude dizer.

— Eu apaguei a filmagem, o pessoal da segurança não vai ver a sua bunda branca, não se preocupe.

Quando ouvi ele dizer isso, uma risada escapou da minha garganta e eu engasguei ao tentar contê-la. Coloquei minha mão sobre a boca quando ele me olhou de relance com a testa levemente franzida.

— Você acha engraçado? E será que a loira também acharia graça se soubesse que você esqueceu das câmeras de segurança?

— Não. — respirei fundo, conseguindo conter o riso. — Quanto das filmagens você assistiu?

— Por que? Quer que eu dê uma nota para o seu desempenho? — agora ele estava brincando.

— Pelo amor de Deus, não! — ri de novo.

— Parei de ver depois que você colocou ela sobre o capô do carro.

— Ah, então você não viu nada. — falei despreocupado.

— Acredite ou não, assistir o meu filho transando não é uma das metas da minha vida. — foi sarcástico. — Era a psiquiatra?

— Sim. O carro dela quebrou aqui perto e eu ajudei a consertar.

— Qual é o nome dela?

— Eu não vou dizer.

— E por que não?

— Porque não envolvemos as nossas famílias no nosso acordo. Isso se resume a sexo, não vamos sair por aí falando um do outro para os nossos pais como se fosse uma coisa importante. — disse o óbvio.

Enemies with Benefits ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora