37

655 51 7
                                    

Lili Reinhart

Tomar café da manhã com Cole se tornou uma rotina. Por mais que não tivéssemos dormido juntos, ele sempre vinha até a minha casa pela manhã e nós conversamos por horas durante o café, até eu ter que ir trabalhar. Naquela manhã em específico, Cole tinha novidades.

— É difícil para mim admitir, mas o meu terapeuta me fez ver coisas que eu não queria. — ele foi dizendo enquanto passava geleia em sua torrada. — Eu estava procurando uma nova carreira, certo? Mas o que eu sei fazer de melhor? Consertar carros. E o que eu mais gosto de fazer? Consertar carros. Então o que porra eu estou fazendo querendo me desvincular da Matthew&Sun?

— Olha, eu não quero ser a dona da razão nem nada, mas eu tinha certeza que você iria acabar voltado para a oficina. Você só estava sendo teimoso.

— E por que você nunca me falou isso? — olhou-me com curiosidade.

— Você esqueceu que odeia quando eu te analiso?

— Eu estou bem diferente, você tem que admitir.

— Sim, eu admito.

— Então... — abriu os braços como se me convidasse a fazer uma análise.

— Certo. — me ajeitei na cadeira e limpei a garganta. — Você tem se aberto muito para as suas emoções, o que é uma coisa que eu nunca imaginei que aconteceria tão rápido. Eu deduzo que você seja uma pessoa muito sentimental que guardou essa personalidade por tanto tempo que agora é como se os sentimentos explodissem do seu peito. Você está seguro de si, mas com ressalvas.

— Como assim?

— Você tem limites na sua segurança emocional. Você ainda não dá o braço a torcer com amigos, por exemplo. Nada dessa coisa de "eu gosto muito da sua amizade" ou "ei cara, você é como um irmão pra mim". — brinquei tentando imitá-lo e causando uma risada em Cole. — Você é mais confortável comigo do que com os outros, talvez porque eu seja a pessoa que mais insistiu pra que você se abrisse, então você quer me mostrar que está conseguindo. Eu sou a sua âncora. — sorri, erguendo o queixo.

— Você é irritantemente boa. — admitiu. — Tem mais uma novidade.

— Qual?

— Nós fazemos dois meses amanhã. — ele disse como se fosse óbvio.

Eu tinha acabado de morder um pedaço de pão e senti ele rasgar a minha garganta enquanto descia por ela. Como eu poderia ter esquecido? Tentei continuar com a expressão mais natural possível, mas ele me conhecia e saberia que eu estava desconfortável.

— Você esqueceu? — entreabriu os lábios, chocado.

— Em minha defesa...

— Não, não, não. Você esqueceu a nossa data e eu mereço ser mimado por isso. — ele estava com aquela cara de que iria me punir no sexo.

— Eu não vou transar com você agora, tenho que ir trabalhar em vinte minutos. — deixei claro. — E em minha defesa, amanhã tem um baile na Sunflower e é por isso que eu acabei me desligando da data.

— Eu vou deixar você acreditar que eu acredito. — foi sarcástico. — Vai ser ótimo voltar lá e ter aquelas senhoras me enchendo de elogios por eu ser incrivelmente bonito.

Franzi a testa, reprovando seu comportamento metido.

— Acho melhor eu convidar o Kj para ser meu par. — fui irônica.

— Ele não tem o meu charme. — revirou os olhos. — Enfim, eu ainda não contei a novidade de fato.

— Estou ouvindo.

Enemies with Benefits ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora