Lili Reinhart
Estava a caminho de casa quando recebi uma ligação de Jason, um dos meus pacientes. Fazia alguns meses que ele não tinha uma crise e achei que estávamos progredindo bem, mas aí aconteceu de novo e dessa vez ele estava disposto a tirar a própria vida.
— Jay, por favor, concentre-se na minha voz, respire devagar, prestando atenção nos movimentos do seu peito, feche os olhos por um tempo e esvazie a mente.
— Não dá... Lili... eu não consigo... — falou com voz de choro.
— Diga-me, o que está vendo agora? Cite os objetos e as suas cores.
— As cortinas da janela são azuis. O parapeito é marrom. Vejo um carro vermelho passando pela rua. Uma caixa de correio azul perto do meio fio. Uma garota usando um vestido rosa caminhando pela calçada.
— Jay, saia de perto da janela. Conte-me sobre os objetos da sua sala.
— Meu sofá é branco. As almofadas são cinzas, pretas e brancas. O tapete é vermelho...
Ele continuou citando tudo, a voz ficando cada vez mais calma. O incentivei a continuar enquanto acelerava o carro. Sinal vermelho. Merda, eu não vi o sinal vermelho!
Bati em cheio em um motoqueiro e freei o mais rápido que pude. Arregalei os olhos e apertei o volante com muita força.
— Lili? Lili, o que foi isso? — Jason perguntou, a voz desesperada.
— Não foi nada. Eu estou bem. Me escute, eu vou precisar desligar por alguns minutos. Não se preocupe, não aconteceu nada comigo e eu vou estar aí logo. Me espere, ok? Nós podemos conversar pessoalmente. Você gosta de conversar comigo, não gosta?
— Sim.
— Me espere, Jay. Por favor, me espere.
Desliguei, mas antes de sair do carro eu enviei uma mensagem para a irmã dele, que prometeu ir até lá o mais depressa possível.
Qual não foi a minha surpresa ao notar que o motoqueiro era Cole Sprouse. Eu me perguntava se o dia poderia ficar pior. Chamei a ambulância e examinei o seu corpo enquanto falava com ele, tendo a certeza de que ficaria consciente. Não parecia ter acontecido nada grave, mas era melhor prevenir.
Fiquei esperando na recepção do hospital só para ter certeza de que ele estava mesmo bem. E claro que a primeira coisa que ele disse era que iria me processar. E se eu já não havia perdido a minha habilitação ainda, essa era a hora. Quando estava prestes a tentar convencê-lo a não fazer nada, meu celular começou a tocar e eu tive que atender. Era a irmã de Jason.
Respirei aliviada quando ela me disse que ele estava bem e que havia se acalmado. Cole ouviu a minha conversa e decidiu que não iria mais prestar queixa. Pois é, ele tinha empatia afinal. Mas aí ele começou a me secar com aqueles olhos azuis tão marcantes. Eu não consegui esconder que fiquei abalada e que também senti aquela tensão sexual se formando. Por que ele tinha que ser tão bonito? Talvez se eu nunca tivesse transado com ele, esse tipo de coisa não aconteceria. Mas eu sabia muito bem o que Cole poderia fazer e isso alimentava fantasias que eu jamais pensei que teria.
Aproveitei que o pai dele chegou e saí de fininho enquanto os dois conversavam. Dirigi com mais calma até a casa de Jason. Prometi que iria até lá e cumpriria isso.
Foi a irmã dele quem me atendeu e acenou com a cabeça em direção ao sofá, onde Jason estava deitado. Fui até ele e sentei no tapete bem pertinho. Ele sorriu levemente e eu retribuí o sorriso.
— O que aconteceu? — perguntei. — A crise teve algum motivo ou ela só veio do nada?
— Você vai dizer que é bobagem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Enemies with Benefits ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
FanfictionO colegial foi a pior fase para Lili, que era um clichê perfeito da nerd com poucos ou nenhum amigo que vivia sendo alvo de bullying. E o grande responsável por seus piores momentos era Cole Sprouse, o clichê do bad boy popular. Não, ele não era cap...