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Cole Sprouse

— Eu não quebrei todas as regras. — ela disse bem rápido. — Não me apaixonei por você.

Foi como pular de um avião e só depois perceber que estou sem paraquedas. E apesar de ter me sentido um nada naquele instante, eu me forcei a continuar com a expressão leve, sabendo que ela não duraria muito. Não disse nada e apenas a puxei para mim, a abraçado para que ela não me visse desmoronar.

— É. Essa regra a gente não quebrou. — confirmei aquilo só para manter o meu orgulho intacto.

E foi preciso passar por aquela situação para eu perceber que estava completamente fodido. Eu odiava admitir sentimentos que eu considerava fracos, mesmo que fosse para mim mesmo. Mas eu estaria sendo um idiota se tentasse convencer a minha mente de que eu não estava apaixonado por ela. Eu estava. E acabei me dando conta disso da pior maneira.

Lili não sentia o mesmo que eu e isso acabaria comigo em pouco tempo. Eu tinha que resolver essa situação, mas como? Como tirar alguém da minha cabeça quando ela era a pessoa em quem eu mais pensava todos os dias?

Depois de deixá-la em casa naquela noite, eu voltei para o meu apartamento e passei a noite em claro, rolando na cama com uma preocupação crescendo em meu peito. Eu fui a pessoa que mais deixou claro que paixão nenhuma deveria surgir do nosso acordo e fui o único otário a começar a sentir isso. Eu me sentia um verdadeiro palhaço.

Na manhã de domingo, eu fui até a casa do meu pai para tomarmos café da manhã juntos. Avisei que precisava lhe contar uma coisa importante e também de alguns conselhos sobre Lili. Ao ouvir o nome dela, meu pai se animou e foi adiantando que esperava ouvir boas notícias. Ele gostava da possibilidade de eu arranjar alguém e me aposentar dos meus dias de farra. E se esse alguém fosse uma psiquiatra linda, inteligente e renomada, seria melhor ainda.

— Por favor, me diga que um milagre aconteceu. — ele disse animado.

Estávamos na cobertura, sentados em uma das mesas da área da piscina, local onde podíamos ver toda a cidade numa paisagem privilegiada.

— Não sei se deveria chamar de milagre. — dei de ombros. — Dependendo do ângulo, eu posso até chamar de maldição.

— Não há nada de errado em se apaixonar por alguém, Cole.

— Há quando a outra pessoa não está apaixonada por você.

— Como pode ter certeza disso?

— Foi ela que disse com todas as letras. "Não me apaixonei por você". Eu não sou especialista em ler as expressões dos outros, mas ela disse isso tão rápido e com tanta convicção que eu nem pensei em contestar. Ela só quer comigo o que eu queria com ela no início.

— Ah, filho, eu sinto muito. — franziu levemente a testa, mostrando seu lamento.

— Eu não a culpo por não sentir nada. Eu fiz da vida dela um inferno no ensino médio. Por ela se apaixonaria por mim? Eu continuo sendo um babaca em muitos aspectos e nem de longe tenho o grau de intelectualidade que ela tem.

— Espera. Ela era a menina que fazia eu ser chamado no colégio por bullying toda semana?

— Sim. — fiquei envergonhado.

Enemies with Benefits ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora