Cole Sprouse
Quais as malditas chances daquilo acontecer? Como eu poderia prever que de todos os homens do mundo minha mãe se casou justamente com o pai da Lili? Lembro-me bem de cultivar ódio pelos dois, de desejar toda a infelicidade do mundo para esse relacionamento que começou com traição. Ela partiu o coração do meu pai, o destruiu, fez ele ficar no fundo do poço e demorar anos para se reerguer.
Eu quis apagá-la da minha vida e por muito tempo achei ter conseguido. Achei que se um dia a visse de novo não sentiria nada, mas eu senti. Meu coração se partiu em mil pedaços por ver aquele sorriso tão grande e por saber que ela não sorria assim quando estava comigo e com o meu pai. Meu primeiro instinto foi sair de perto e correr para qualquer lugar onde eu não pudesse vê-la.
Agora eu estava no meio do estacionamento com Lili. Ela ainda segurava o meu rosto e parecia chocada ao ouvir que sua madrasta era a minha mãe.
— Você quer ir embora? — ela perguntou. — A gente pode ir.
— Eu não... Não vou estragar a sua noite. Você quer ver o seu pai, quer passar uma boa imagem para a sua família. Não vai ser legal ir embora assim.
— Eu respeito o que você está sentindo, de verdade. Não me importo em ir embora.
— Eu estou bem. — engoli em seco e tentei me recompor. — A gente vai entrar lá e fingir que nada aconteceu. Faz quase vinte anos que ela não me vê, tenho certeza que nem vai me reconhecer.
— Quando você disser o seu nome talvez ela te reconheça.
— Ou talvez não.
— Tem certeza que quer fazer isso?
— Eu sou um homem adulto, eu sei me controlar. Esconder emoções é o meu ponto forte. — estendi a mão para ela.
Lili sorriu fraco, segurou minha mão e eu a puxei de volta para o salão de festas. De longe, avistamos o Daniel. Ele olhou na nossa direção e sorriu, aproximando-se em seguida. Ele não estava mais acompanhado de Melanie, então seria mais fácil lidar com isso, por mais que a presença dele também não me fosse tão agradável assim.
— Minha garotinha! — ele abriu os braços e a abraçou.
— Oi, papai! — Lili sorria enquanto seu pai a aconchegava em seus braços de uma forma muito carinhosa.
— Você está tão linda, como sempre esteve. — ele disse segurando as mãos dela depois que finalizaram o abraço.
— Obrigada, pai. É muito bom te ver, eu morri de saudades.
— Eu também estava louco de saudades, mas tenho boas novidades pra hoje.
— Eu também tenho boas novidades. — Lili olhou para mim e segurou minha mão em seguida. — Pai, esse é o meu namorado, o Cole.
— É um prazer conhecê-lo, senhor Reinhart. — eu disse formalmente, apertando a mão dele em seguida.
— Pode me chamar de Daniel. — sorriu. — E eu sei que nem preciso fazer mil perguntas sobre você. Lili é a pessoa mais inteligente e exigente que eu conheço. Tenho certeza de que você é um bom rapaz. — ele parecia ser um cara muito gentil, mas a parte de mim que o detestava ainda gritava alto.
Conversamos mais um pouco, contamos como Lili e eu nos conhecemos e eu consegui manter uma pose calma durante todo o tempo. Até que fingir emoções era mesmo o meu forte.
— A Mel estava conversando com a sua avó, mas ela já está vindo. — Daniel disse, olhando por cima do ombro de Lili.
Não olhei para trás, mas ainda assim fiquei tenso ao saber que ela se aproximava.
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Enemies with Benefits ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
FanfictionO colegial foi a pior fase para Lili, que era um clichê perfeito da nerd com poucos ou nenhum amigo que vivia sendo alvo de bullying. E o grande responsável por seus piores momentos era Cole Sprouse, o clichê do bad boy popular. Não, ele não era cap...