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Lili Reinhart

Aquele toque repentino me pegou de surpresa e a minha primeira reação foi negativa, dado o tamanho da minha raiva. Mas então aquela faísca familiar se acendeu e o reconhecimento do meu corpo sob efeito daqueles lábios falou mais alto do que qualquer gota da minha racionalidade.

Devolvi o beijo e o trouxe para mim, deixando que seu corpo se encaixasse ao meu. Dane-se se estávamos no meio do estacionamento do clube à luz do dia, beija-lo parecia ser mais importante do que manter a minha imagem de moça séria e recatada. Recatada eu já não era há muito tempo.

Ele afastou seu rosto do meu, mas manteve-se perto o suficiente para que a sua respiração ofegante tocasse o meu rosto.

— Que tal entrarmos no seu carro agora? — sugeriu.

Sem precisar dar nenhuma resposta, eu virei de costas para ele e destravei o carro. Cole abriu a porta dos fundos no mesmo momento e me abraçou, jogando nós dois no banco de trás e fechando a porta logo depois. Enlacei minhas pernas em sua cintura e tornei a beijar a sua boca com ferocidade. Era como se eu estivesse faminta e ele fosse o meu prato preferido. De certo modo, ele era.

Levei meus dedos até a barra de sua camisa e deslizei minha mão para o interior do tecido, as passando por seu abdômen e sentindo aquela pele quente se arrepiar com o meu toque.

Cole levou sua boca ao meu pescoço e enquanto brincava naquela região, suas mãos travessas se preocuparam em ir até o meu short-saia. E como se alguma força do universo estivesse tentando me alertar, eu lembrei que estava saindo com alguém e que seria errado transar com outro cara no banco de trás do meu carro.

— Cole. — segurei as mãos dele e o olhei de forma séria.

— O que? — o sorriso dele foi morrendo aos poucos quando ele notou o meu semblante.

— A gente não pode.

— Por favor, Lili, só dessa vez. — pediu.

— Esse é o problema. — engoli em seco.

Ele tirou seu peso de cima de mim e se ajeitou no banco. Eu ergui meu corpo e fiquei sentada também.

— É por causa do cara com quem você está saindo? — desviou o olhar.

— O Joey. Ele é legal e parece gostar mesmo de mim. Acho que ele pensa em ter algo mais sério e não tem medo de esconder isso. Eu tenho que admitir pra mim mesma que é de alguém assim que eu preciso. Você é instável, Cole. — fui sincera. — A gente briga sempre que não está bem um com o outro e tudo parece que tem que acabar em sexo. Sexo esse que você vai querer esquecer depois. Eu não quero esse tipo de coisa na minha vida.

— Eu não sabia que você estava na fase de querer sossegar.

— Eu não sei se eu estou. Só sei que não quero ter nenhuma aventura sem sentido. Você disse que eu não sou boa em lances casuais e você tem toda a razão. Quando alguém entra na minha vida, eu não consigo tratar a pessoa como menos do que importante pra mim. Você me fazia rir, você me tratava bem, me elogiava por quem eu era e não só pela minha aparência e conseguia ser muito carinhoso comigo mesmo com uma parte do seu cérebro tentando bloquear as emoções afetivas.

— Foi o que eu disse. De inimigos a amigos. — sorriu de leve.

— E aí você decidiu que não queria mais nada. E tudo bem, eu não posso te obrigar a dormir comigo. Mas eu ficaria feliz sendo só a sua amiga ao invés de ter que voltar pra essa birra infantil que a gente tem um com o outro.

Enemies with Benefits ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora