HURRICANE ➛ ANDRE SILVA

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Vinte e nove de Julho

Sentada no sofá da sala de estar, segurava o telemóvel nas mãos e pensava na melhor forma de escrever uma mensagem ao André, visto que era a sua última noite em Portugal e gostava de a passar com ele.

Não sabia quais os planos ou se estava preparada para o amar pela última vez, mas era incapaz de não estar com ele. Rescrevia aquelas palavras inúmeras vezes, apesar de as apagar e não ter coragem de enviar. Soltei um suspiro, o que me levou a atirar o telemóvel para o sofá. A ansiedade apoderava-se de mim.

Assim como as lágrimas e a sensação de vazio a preencher-me gradualmente.

- O que te está a impedir?

- Credo Mafalda, nem percebi que estavas aqui!  O que é que disseste? - Respirei fundo para me recuperar do susto, procurando o telemóvel no sofá. Voltei a abrir as mensagens com o André e a pensar no que lhe dizer.

- Perguntei o que te está a impedir de ir ter com o André. - Encostou-se ao sofá, esperando uma esperando da minha parte. - Vocês estão a ser mesmo teimosos. E tu vais arrepender-te se não envias a merda da mensagem. Queres estar com ele ou não?

- Claro que sim! Mas não consigo. Disse-lhe que no momento em que entrasse no avião que a nossa história estava com um ponto e vírgula e agora sou eu quem não quer aceitar isso. Não quero vê-lo partir novamente.

Lágrimas deslizaram pelo meu rosto, fazendo-me baixar a cabeça para o telemóvel e recordar as últimas fotografias com ele.

- Neste momento não há outra opção. O André tem que lutar pela sua carreira e tu o mesmo. E ambas sabemos que vão voltar a estar juntos. O que vocês sentem um pelo outro é surreal e não há nada no mundo capaz de superar isso. - Sem esperar tais palavras, encarei-a. - Não te contei, mas ele veio falar comigo.

- Quando? Não fazia ideia...

- Ontem, enquanto estavas no trabalho. Pediu-me desculpa por tudo e garantiu-me que estava mesmo diferente. Fez-me prometer que ia estar ao teu lado e que nunca te ia deixar cair. - Olhei incrédula para a minha irmã. - Ele ama-te. Não tenho quaisquer dúvidas.

- Nem eu. - Suspirei pesado, secando as minhas lágrimas com a bainha da camisola. Decidi, por fim, enviar-lhe mensagem.

andresilva9

Estou á tua espera
Para que tornemos esta última noite inesquecível

- Obrigada por me teres contado.

- Não tens que agradecer. Agora vai lavar essa cara e trocar de roupa. - Assenti. Levantei-me e levei o telemóvel comigo para a casa de banho, recebendo uma resposta imediata.

andresilva9

Demoraste muito tempo

Desculpa
Estava aqui numa guerra interior e não sabia o que te dizer

Eu percebo
Também não quero falar. Vem passar a noite aqui em casa. Só quero ficar agarradinho a ti

Dá-me vinte minutos

💙

Apressei-me a passar o rosto por água e a trocar de roupa para algo confortável, visto que íamos ficar por casa. Também não tinha planos melhores que aquele. Estar enrolada a ele pelas horas que ainda nos restavam.