ᴇʀɪs - ᴀᴍᴏʀ ▪︎ ᴘᴀʀᴛᴇ ɪ

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Ela nunca duvidou da paixão de Eris.

Mas nunca chegou a crer que era amor.

Eris era um macho bom, era incrível, na verdade, por mais que tentasse esconder. Embaixo de sua cara cínica e azeda, habitava uma pessoa carinhosa e esperançosa. Um grão-senhor que secretamente lutava pela sua corte.

E ele era ótimo com ela. Ele nunca foi de palavras, muito menos de gestos, e a maioria dos encontros, era para ficaram juntos. Da maneira menos literal possível. Eles se encontravam para transar.

E sinceramente, por mais que fosse errado para ela ficar com um macho sem ter o objetivo do casamento, ela não se importava. Ela o amava. Eris era majestoso, de uma forma que não saberia explicar.

E por mais que ele não tivesse o objetivo de ficar com ela, Letchie daria todo o amor que pudesse entregar a ele. Sabia que Eris era apaixonado por ela. Via o fogo nos olhos dele arderem toda vez que a via, sentia nos beijos dele a verdadeira e pura paixão, assim como na forma que ele a dominava. Com fogo, literalmente.

Eris não sabia como demonstrar seu carinho. E para falar a verdade, não o culpava. Embora ele não contasse, sabia que na vida do macho havia sido ausente todo o tipo de amor. Menos o de mãe, claro, mas até ela tinha que ser restrita por causa de Beron. Então, ele poderia muito bem amar como qualquer outra pessoa, mas não saberia como.

O melhor jeito que encontrava para isso era ficar perto dela. Ou dar presentes. Ajudar, da melhor forma possível. Ela morava em uma casa isolada, simples, rústica, mas bonita, a que sempre quis ter. E Eris sempre a ajudava a cozinhar, a limpar, e sempre a escutava.

Letchie e Eris nunca brigaram. Letchie nunca encontrou motivos, e era calma demais para iniciar qualquer tipo de confronto. Eris, por outro lado, era um pouco ciumento. Não o culpava. Eris ficava dias longe dela, e por mais que ele tentasse evitar, sabia que seus instintos acabavam falando mais alto algumas horas.

Via o desconforto dele quando ela começava a falar sobre outros machos. Eles não saiam de casa juntos, já que seria dizer a todos que estão tendo um relacionamento, e isso seria entregar de bandeja Letchie a Beron. Então, ela ficava o dia inteiro com ele, colados corpo a corpo ou fazendo doces, e quando Let dizia sobre outro macho, Eris ficava com a cara extremamente fechada.

E sempre via a necessidade de beijos após isso. Let diria que a maior linguagem de amor de Eris seria os beijos. Não eram normais. Eram intensos, demoravam, e entregavam um sentimento que ela não sabia diferenciar. E Eris se entregava totalmente nos beijos.

Ele confiava nela.

Na hora de dormir, Eris sempre agarrava ao corpo quando finalmente decidia deixá-la descansar, e Let iniciava um cafuné em seus cabelos. Eris amava. E ficava incomodado quando ela não fazia, demorava mais para dormir, por mais que ele não dissesse. Eles tinham esse problema: Eris nunca dizia nada que o incomodava. Ou que estava pensando.

Ele sempre deixava suas armas debaixo da cama, e dormia com ela. Ela já os pegou na mão, ao lado dele enquanto ele estava deitado, e ele sequer estremeceu. Via nos olhos dele quanta confiança Eris nutria por ela. Via a paixão.

Mas nunca poderia ficar com ele.

Era mestiça. Humana em maior parte. Uma das poucas que conseguiu sobreviver em um uma corte ruim como a de Beron. Era pobre e muito menos era dotada de etiquetas, por mais que sempre recebesse elogios de ser educada. E não controlava o fogo.

E sim a água.

Era filha de um mestiço da Corte Estival morto em batalha e uma feérica da Corte Outonal. Tinha pele morena, tal como o pai, embora não negra, por conta da alva da mãe. Era parda. Os cabelos eram negros e os olhos, brilhantes e azul-esverdeados como a do pai. Cheios de esperança.

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