Letchie abaixou a alça do vestido.Escorada contra a cabeceira de madeira e com as pernas cobertas pelo pesado cobertor, ela guiou a pequena criança ruiva em seus braços até seu seio.
Ela sorriu quando a criança, forte e saudável, mesmo nascida há cinco dias, não perdeu tempo em começar a se deleitar no leite.
Letchie descansou a nuca na cabeceira, sentindo o sol acariciar seu rosto. Era fraco, mas reconfortante. E ela olhou para frente. Para a porta.
— Obrigada por ter cuidado dela durante a noite, — Ela sussurrou. — Eris.
Eris, que estava de braços cruzados e usava roupas leves, meneou o rosto. Estava cansado, e isso era visível. Seus cabelos ruivos em parte preso em um coque, enquanto o resto caía como fogo pelas suas costas. O olhar vermelho apresentava algumas marcas profundas de sono.
— Apenas a observei, não fiz nada demais. — Ele disse, encarando as duas.
— Você está cansado, por que não dorme um pouco?
— Não. — Ele negou. Suspirando e olhando para o bebê nos braços dela. E, mesmo cansado, deu um sorriso de alegria genuína. — Quero aproveitar esses momentos.
Letchie sorriu.
— Venha. — Eris obedeceu. Andou em direção a ela lentamente. E parou ao seu lado. Ele olhou a criança de cabelos ruivos, pele branca e um olho vermelho e outro verde, como o da mãe. — Ela é linda, não é? — Letchie indagou, encarando a criança.
— Muito. — Ele disse tocando na bochecha da criança como se estivesse tocando em uma torre de plumas. — Puxou a beleza da mãe.
Letchie riu. E ele sorriu em cumplicidade.
— Ela tem tudo, menos haver comigo, Eris. — Ela tocou no pescoço de Eris, em cima de uma pequena pinta. E olhou para o bebê. — Ela tem até a sua pinta, olhe.
Eris riu.
— O que ela herdou de minha aparência, que herde de sua personalidade, então. — Eris agachou e beijou a testa de Letchie, acariciando as bochechas e sussurrando ao final do toque: — Eu te amo.
Letchie fechou os olhos e ergueu o rosto, o beijando. Um selar leve e casual, sem conotação alguma além do carinho puro.
— Eu também amo você, Eris.
Ela ficou de joelhos e se afastou da cabeceira, segurando o bebê nos braços, enquanto ele observava atento.
— Sente-se na cabeceira. — Ela disse. Ele sentou e ela se acomodou entre as pernas dele, ficando de lado e deitando a lateral do corpo em Eris. Dando a ele a bela visão da filha. Eris segurou a cintura dela e tocou na mão da menina. — Ela é bem agitada, acredito que você vai ter uns problemas quando ela crescer, amor.
— Você terá o esforço duplo para acalmar dois Vanserra, então, não está tão livre quanto pensa. — Ele murmurou, descansando o rosto contra o dela.
A voz dele estava baixa.
Letchie sabia que algo não estava certo.
Mas como sempre, Eris não admitiria tão facilmente.
— Por que você nunca a pegou no colo, Eris?
Eris suspirou.
E demorou um pouco para dizer.
— Não faço ideia de como segurar ela. — Havia algo por mais daquelas palavras. O conhecia o suficiente para saber. Letchie analisou as feições dele.
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Imagine Acotar
Romance- Pequenas histórias fictícias envoltas pelos personagens masculinos da saga Acotar, tenha uma boa leitura.