ᴄᴀssɪᴀɴ - ᴏ ᴅᴏʙʀᴏ▪︎ᴘᴀʀᴛᴇ ɪ

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Hela entrou na tenda.

Cassian imediatamente a olhou. E não disfarçou os batimentos acelerados. Suas pernas tencionaram sob o colchão e suas costas ficaram rígidas contra a cabeceira da cama. Suas mãos apertaram o lençol sem sequer notar.

Hela andou, os fios castanho-escuros presos em um coque, o suor escorrendo pela pele branca e os olhos castanhos direcionados a bacia que ela carregava.

Ela sentou ao lado dele na cama, sem dizer nada. Deixou a bacia na mesa ao lado e pegou pano e um pote branco com um creme transparente.

Ela olhou para o braço dele.

— Foi um corte por espada?

— Foi. — Ele quase não respondeu. Quase não quis responder. Mas ela não falava com ele. E aquela frase foi o maior presente que teve no mês inteiro.

Ela pegou um pote branco com líquido transparente e começou a passar o creme por cima do ferimento. Ele ardeu. Mas Cassian nem sequer se moveu.

Encarou o rosto dela. Concentrado em passar o gel.

Ela continuava linda. Ainda tinha as sardas debaixo do rosto.

Gostava delas.

Se lembrava da noite em que dormiu com ela. Se lembrava da tonalidade da noite aquele dia. O céu estava um azul, mas não tão escuro como nos outros dias. Era iluninado por uma rara aurora boreal.

E aquelas cores tão brilhantes e coloridas refletiam no rosto de Hela. Ela deitada ao seu lado.

O encarando com um sorriso. Nunca se esqueceria de como as bochechas dela coravam ao sorrir.

Também se lembrava de como as sardas dela se destacavam naquela luz. De como os cabelos soltos e bagunçados, o olhar brilhante e o carinho que ela fazia...

Nunca se esqueceria.

E o carinho.

Ainda tinha falta dele.

Como era bom.

Eles ficaram horas deitados na cama, nús. Ele a cobrindo com a asa. Ela massageando as mechas escuras dele e o encarando. Sussurravam coisas.

E ele, sem ao menos ver, circulou os braços em volta do corpo dela. Era para ser apenas um sexo. Mas acabou virando a noite em meio a risadas e sorrisos.

E quando deu por si, estava nos braços dela. Fechando os olhos perante o carinho de suas mechas. Permitindo que ela tocasse em suas asas.

— Cassian — Ele piscou. E a olhou.

A mão dele estava próxima do rosto dela.

— O que está fazendo?

Droga.

Ele recuou a mão.

— Nada. — Ele disse ao limpar a garganta e a encarar se levantar. Enrugou as sobrancelhas. Foi rápido daquele jeito? Ou ele que não viu o tempo passar.

— Está curado, mas evite se machucar mais profundamente, o gel cicatriza somente até certa camada da pele. — Ela dizia guardando as coisas tranquilamente.

Cassian se ajeitou na cama.

O coração batendo mais acelerado do que deveria.

A observou andar em direção a saída da tenda.

Tinha que perguntar.

— Por que não fala mais comigo?

Hela parou.

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