ᴛᴀʀǫᴜɪɴ - sᴀᴜᴅᴀᴅᴇ ▪︎ ᴘᴀʀᴛᴇ ɪɪ

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Andreza sentia Tarquin a apertar forte.
Acreditava que por vezes, ele não tinha noção da própria força. Ou do próprio calor. Céus, a cama estava muito quente.

Não entendia quando Tarquin reclamava de frio. Seu corpo por si só agia como o próprio fogo, por mais que fosse o Senhor da Estival. Sentia o rosto dele em sua nuca. O macho dormiu sentindo seu aroma.

Andreza sorriu. Tarquin dizia que era como calmamente. Não sabia se acreditava nele, se bem que notara que seus batimentos ficavam mais calmos quando ele estava perto dela. Exceto em algumas situações.

A mão dele estava em baixo do pescoço dela, esticado, e se entrelaçava com os dedos dela na frente do rosto de Andreza. Tarquin, por mais que bom com as palavras, sempre gostou mais da linguagem do contato. Talvez aprendeu com ela.

Andreza sentia que não sabia se expresssr tão bem com as frases. Preferia usar o corpo, o contato, o toque. Tarquin não apreciava muito no começo, mas acabou aderindo depois de um tempo. Talvez, acabou necessitando do toque porque era a forma de comunicação dela, e gostava de se comunicar com Andreza.

Cinquenta anos.

Tanto tempo casados.

O conhecia na palma de sua mão. E ele certamente a conhecia na mesma igualdade. Lembrava-se qiando casou com Tarquin. Ele não a odiava, mas certamente, estava longe de amá-la. E as tentativas de aproximação não passavam, aos olhos dele, de interesse.

Não soube em que momento ele se apaixonou por ela.

Sempre quis saber.

Talvez, perguntaria.

Andreza sorriu.

Como as coisas mudam. Tarquin a repelia no começo, mas quando se distanciaram, ele tentou procurá-la. Tentou usar a forma dela de comunicação. Tentou tocá-la, abraçá-la e até mesmo beijá-la. Tarquin amava beijos. E amava abraços.

Se lembrava da primeira vez que fizeram amor.

Eram obrigados a fazer sexo. Até mesmo o Grão-Senhor estava sujeito ao poder legislativo. Era os momentos qie menos gostava, porque Tarquin sentia repulsão. Ele não queria e não gostava. Descobriu com o tempo que ele sempre desejou deitar com alguém que amasse, e nunca imaginou ter que se entregar a alguém que não conhecia.

Mas não foi na noite de núpcias que fizeram amor pela primeira vez.

- No que está pensando? - Ela olhou para Tarquin. Ele a encarava com carinho, os olhos amenos de um jeito que não eram quando saía do quarto. Ali, Tarquin era seu marido e parceiro, e não o Grão-Senhor. Ele não tinha que fingir.

- Na primeira vez que fizemos amor. - Ela sorriu e o beijou. Um beijo rápido, os lâbios dela molharam os dele, e soprou contra a boca do macho quando sentiu ele apertá-la mais contra si.

- No casamento? - Ele indagou olhando para os lábios dela. Andreza sorriu. Ele queria mais beijos. E não teve problema algum em beijá-lo novamente, a língua dele invadindo-a e tomando espaço, dançando com a sua. Contra os lábios e o rosto dela, ele sussurrou: - Senti falta de seu beijo.

- Não foi no casamento, não fizemos amor ao pé da letra naquele dia. - Ela sussurrou, antes de ser beijada novamente. Tarquin estava com tanto fôlego, logo tão cedo. Não podia culpá-lo. Por quanto tempo o evitou? Por quanto tempo ficou distante? Surpreendis-se por Tarquin não guardar rancor para si.

Tarquin devia amá-la muito. Não era boa esposa, ao menos, ao seu olhar. Não tinha jeitos com música ou dança, nem sequer gostava de vestidos, nem ao menos tinha uma personalidade encantadora. Nem ao mesmo engravidar foi algo fácil. Não tinha motivos para ser uma esposa qualificada, no entanto, era a fêmea que Tarquin decidiu amar.

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