ʜᴇʟɪᴏɴ - ғᴏɢᴏ ᴇ sᴏʟ - ᴘᴀʀᴛᴇ ɪ

1.8K 91 5
                                    


Todos estavam com suas companheiras.

A guerra estava chegando. O confronto com Hybern seria no dia seguinte. E todos os Grão-Senhores e soldados queriam aproveitar os últimos dias de suas vidas com as mulheres que amavam. Com as amantes, as esposas. E as parceiras.

Menos Helion.

Ele estava deitado na cama. Olhando para o teto dourado da tenda. A cama parecia fria, mesmo com o corpo dele a aquecendo. E sentia formigamentos sobre o próprio corpo. No peito.

Sua mão roçava em cima do coração, bem onde já foi tocado diversas vezes por uma única pessoa.

Rhysand com Feyre, Kallias com Vivianne, Thesan com o seu comandante. E ele ali, com uma parceira, mas sozinho.

Suspirou e se levantou.

Saiu da tenda e encarou a lua cheia contra o seu corpo. Estava acampado em cima de um penhasco, onde dava para ver todas outras tendas.

Ele direcionou, mesmo que incoscientemente, o olhar soh a região outonal. Para a tenda de Beron.

Não havia um único macho fora da tenda. E onde Beron estava, nenhuma luz acesa. Helion sabia, infelizmente bem, o que isso significava.

Ele bufou.

Não queria ter ficado irritado.

Mas ficou.

Com raiva de todos.

Passou a mão entre as madeixas negras e suspirou profundamente. Sentia raiva de todos. E raiva de sua parceira estar nas mãos de um macho que não sabia como valorizá-la.

Queria ter ela em suas mãos. Mas nunca ter algo foi tão difícil para ele. Nunca. E odiava isso.

— Ele dormiu faz pouco tempo. — O ar dos pulmões dele saiu ao ouvir a voz doce e baixa dela. Virou-se rapidamemte e a enconrou ao lado de uma árvore, escondida no escuro. Mas conheceria aqueles olhos flamejantes em qualquer lugar. Conheceria aquele aroma de avelã e canela em qualquer maldito lugar.

Não conseguiu dizer nada.

Apenas encarou dar alguns passos a frente. E porra, que linda. Helion fechou os punhos para não agarrá-la para si. A pele branca refletiu a luz da lua, e os cabelos ruivos pareciam tilintar como brasas.

O vestido dela escondia cada parte do corpo. Das mangas longas ao busto escondido. A saia longa e que se arrastava ao chão, no mesmo tom de fogo vivo dos olhos dela. Céus.

Mesmo toda coberta, podia vê-la completamente nua em sua frente.

— O que veio fazer aqui? — Mas um ressentimento nasceu em seu peito. Uma saudade antiga com um remorso sensível.

— Implorar para que não morra amanhã, talvez. —  Ela sorriu. E pelos deuses. Como ela era deslumbrante. Queria beijar aquele sorriso. E tirar dela mais coisas como essa.

Fechou o punho com ainda mais força.

— Você disse que era melhor não existir mais nada entre nós. — Ele murmurou, como se as palavras o assombrassem.

Ela continuou sorrindo, mesmo assim. E deu alguns passos para frente.

— E não deve existir nada amanhã, mas pode existir algo hoje e agora, Helion.

Porra. Não.

— Se é um caso de uma noite que você quer, então, vá procurar outro macho. — Ele rosnou. Mataria o macho que tentasse tocar nela. Mas não aceitaria dormir com ela somente por uma noite, como um prostituto. Como amantes.

Imagine AcotarOnde histórias criam vida. Descubra agora