Todos estavam com suas companheiras.A guerra estava chegando. O confronto com Hybern seria no dia seguinte. E todos os Grão-Senhores e soldados queriam aproveitar os últimos dias de suas vidas com as mulheres que amavam. Com as amantes, as esposas. E as parceiras.
Menos Helion.
Ele estava deitado na cama. Olhando para o teto dourado da tenda. A cama parecia fria, mesmo com o corpo dele a aquecendo. E sentia formigamentos sobre o próprio corpo. No peito.
Sua mão roçava em cima do coração, bem onde já foi tocado diversas vezes por uma única pessoa.
Rhysand com Feyre, Kallias com Vivianne, Thesan com o seu comandante. E ele ali, com uma parceira, mas sozinho.
Suspirou e se levantou.
Saiu da tenda e encarou a lua cheia contra o seu corpo. Estava acampado em cima de um penhasco, onde dava para ver todas outras tendas.
Ele direcionou, mesmo que incoscientemente, o olhar soh a região outonal. Para a tenda de Beron.
Não havia um único macho fora da tenda. E onde Beron estava, nenhuma luz acesa. Helion sabia, infelizmente bem, o que isso significava.
Ele bufou.
Não queria ter ficado irritado.
Mas ficou.
Com raiva de todos.
Passou a mão entre as madeixas negras e suspirou profundamente. Sentia raiva de todos. E raiva de sua parceira estar nas mãos de um macho que não sabia como valorizá-la.
Queria ter ela em suas mãos. Mas nunca ter algo foi tão difícil para ele. Nunca. E odiava isso.
— Ele dormiu faz pouco tempo. — O ar dos pulmões dele saiu ao ouvir a voz doce e baixa dela. Virou-se rapidamemte e a enconrou ao lado de uma árvore, escondida no escuro. Mas conheceria aqueles olhos flamejantes em qualquer lugar. Conheceria aquele aroma de avelã e canela em qualquer maldito lugar.
Não conseguiu dizer nada.
Apenas encarou dar alguns passos a frente. E porra, que linda. Helion fechou os punhos para não agarrá-la para si. A pele branca refletiu a luz da lua, e os cabelos ruivos pareciam tilintar como brasas.
O vestido dela escondia cada parte do corpo. Das mangas longas ao busto escondido. A saia longa e que se arrastava ao chão, no mesmo tom de fogo vivo dos olhos dela. Céus.
Mesmo toda coberta, podia vê-la completamente nua em sua frente.
— O que veio fazer aqui? — Mas um ressentimento nasceu em seu peito. Uma saudade antiga com um remorso sensível.
— Implorar para que não morra amanhã, talvez. — Ela sorriu. E pelos deuses. Como ela era deslumbrante. Queria beijar aquele sorriso. E tirar dela mais coisas como essa.
Fechou o punho com ainda mais força.
— Você disse que era melhor não existir mais nada entre nós. — Ele murmurou, como se as palavras o assombrassem.
Ela continuou sorrindo, mesmo assim. E deu alguns passos para frente.
— E não deve existir nada amanhã, mas pode existir algo hoje e agora, Helion.
Porra. Não.
— Se é um caso de uma noite que você quer, então, vá procurar outro macho. — Ele rosnou. Mataria o macho que tentasse tocar nela. Mas não aceitaria dormir com ela somente por uma noite, como um prostituto. Como amantes.
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Imagine Acotar
Romansa- Pequenas histórias fictícias envoltas pelos personagens masculinos da saga Acotar, tenha uma boa leitura.