ᴀᴢʀɪᴇʟ - ᴅᴇᴠᴏᴛᴏ ▪︎ᴘᴀʀᴛᴇ ɪɪ

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Haelys acariciou as mechas do macho dormente em seu colo. Se Az já era pesado acordado, deitado em cima de si, então, ela mal conseguia se mover. Mas tinha a impressão que era esse o objetivo de Az. Prendê-la com o seu corpo durante o sono, para que quando abrisse os olhos, ela ainda estivesse ali.

A forma que ele havia a abraçado durante o sono. A forma que sussurrou orações illyrianas em seu pescoço e que as sombras relaxaram com eles, até mesmo a maneira que o corpo dele relaxou perante os toques dela, parecia que Az tinha medo. Medo de que ela fosse embora, de alguma forma. As mãos dele, sempre insconcientes, buscavam por ela.

Haelys encarou as mãos dele. Eram cicatrizadas, tatuadas por machucados antigos e tristes. Tocou naquela pele dolorosa, acariciando a carne e murmurando um cantarolar.

Olhou para as asas de Az. Abertas e relaxadas. Por algum motivo, o corpo dela parecia se moldar perante o dele. Acreditava ser o único motivo para não ter sido esmagada por aquela montanha de músculos.

Era um dia triste.

Haelys suspirou. O abraçou com força.

Sabia que Az acordava cedo. E provavelmente, acordou antes dela. Sabia que provavelmente, por mais que odiasse, ele voltou a dormir. Para postegar a despedida.

Sabia que Az odiava despedidas.

Sabia que, provavelmente, ele passou a noite inteira pensando em probabilidades para que ela ficasse. E ao acordar, por mais que ele fosse evitar o assunto, na hora de ir, despejaria sobre ela todas as ideias que teve para que ela ficasse.

Mas ela não podia ficar.

Olhou para a janela.

Tinha pouco tempo.

Olhou para Az. Com um sorriso meigo, beijou a testa dele. Puxou as mechas para trás e roçou e sussurrou:

— Az.

Como o belo mestre espião que era, sabia que ele acordou no primeiro chamado. Sentiu o tensionar do ventre e dos braços, e o movimentar das asas, denunciando que ele havia acordado. Mas ele não falou nada. Apenas se acomodou ao pescoço dela, querendo dormir mais um pouco.

Haelys riu.

— Nem todo o charme que fizer vai fazer com que eu fique, Az. — Ela brincou, massageando os ombros dele. — Preciso que você levante, não consigo sair.

E Az teve a audácia de apertá-la mais ainda. Haelys sorriu. Gostava dessa birra de Azriel. Sua forma sútil de querer com que ela fique.

— Az.

Ele suspirou.

— Bom dia. — Ela murmurou.

— Bom dia. — Sua voz estava preguiçosa. E desanimada. Ela sabia que não era pela noite anterior. E sim pelo dia seguinte.

Mesmo resoluto, ele ergueu o corpo e sentou na cama, se apoiando nas pernas dela. Haelys observou o corpo dele. Belo e nu, as tatuagens emolduravam seu corpo a medida que as asas dele se abriam e cobriam o sol. Não ousou olhar para baixo. Parou no ventre. E quando o encarou, viu os desafios nos olhos dele, dizendo: olhe para mais baixo, vamos.

Ela sorriu.

— Você é perfeito, Az. — Viu ele estremecer.

— Suas mãos esculpem a beleza em mim todos os dias. — Ele murmurou, agachando-se para beijá-la. Ela aceitou o beijo, mas logo parou as mãos no peitoral dele. 

O afastou levemente.

E ele a encarou com desejo.

— Nós dois sabemos onde isso vai chegar, Az. — Ela murmurou contra os lábios dele.

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