Willou é uma garota encantadora, mas ela se esconde por medo
A pequena mulher foi ignorada, rejeitada, invisível e negligenciada pela família, por isso a mesma tem dificuldade em confiar nas pessoas.
Willou se tornará uma grande mulher no futuro, m...
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Willou Carlsson
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Deitada na cama observo a luz do Sol no chão do meu quarto e as sombras dos galhos das árvores. Todas as noites deixo a janela do meu quarto aberta, por ser o último do corredor e pequeno, ele é muito abafado, por isso deixo a janela aberta a noite toda.
Com o rosto amassado e ainda com preguiça sento na cama observando o meu cantinho. O mesmo por ser pequeno tem uma cama de casal no meio uma pequena prateleira de livros, que é tão pequena que já não cabe todos meus livros, ao lado outra prateleira, essa de troféus e medalhas que ganhei na escola e nos concursos de culinária. Puxo a minha bolsa tirando uma medalha e mais um troféu colocando entre eles, esta tão cheio que não cabe mais por isso coloco no chão.
No meio do quarto comprei um tapete com a mesada que o meu pai nos dá, também pintei o lugar e consertei o banheiro, ele é pequeno, mas é tudo o que eu preciso. Tiro minha camisola entrando no banheiro tomando um banho em seguida, quando termino visto uma roupa simples deixando meus longos cabelos pretos soltos.
Devem se perguntar por que eu tenho o menor quarto da casa. Bom, quando Brendon nasceu eu ficava no segundo maior quarto da casa e eles me trocaram para montar o quarto do bebê, no começo eu não gostei, mas depois quando vi a enorme varanda me apaixonei. Logo depois, Lucian nasceu, mas felizmente não precisei sair do quarto por que Lucian dividiu o mesmo quarto com Brendon.
Ate aí tudo bem.
Mas veio outra gravidez de uma menina, foi a felicidade da minha mãe. Ela me manipulou para ir dormi no menor quarto e eu fui, alguns meses depois a mesma descobriu ser duas meninas, ela ficou tao feliz que mandou fazerem um maravilhoso quarto de princesas assim como meu pai fez com os meninos. Eu odiava aquele quarto, era abafado e pequeno, mas no final me acostumei e ele se tornou meu lar.
Quando desço as escadas vou direto para a cozinha vendo minha mãe sozinha, com meus irmãos, na verdade, mas é indiferente, ela não para de andar de um lado para o outro preparando o café dos campeões, como eles chamam. Posso passar por eles e pegar o que quiser e comer sem medo que eles me notem, mas o medo não é esse e sim não ser notada e isso doí para caramba.
— Ontem foi o meu aniversário. — digo baixo para eles, meus irmãos não ouvem, mas meus pais sim.
— É mesmo querida? Que bom! — mamãe diz com colocando as panquecas no prato levando até a mesa.
— Você não vai falar nada? — olho para meu pai que esta lendo o jornal. Ele me olha com desgosto me fazendo engolir a seco. — Deixa para lá.
Resolvo ir para a faculdade mais cedo, passo pelas gêmeas e não dou bom dia elas estão em uma conversa animada e não me responderiam de qualquer jeito. Perto da porta a um envelope com nossos nomes, pego o meu enfiando dentro do bolso do casaco e saio de casa.
— Willou! — um dos seguranças me para. — Linda deixou isso aqui para você, ela saiu mais cedo para resolver algumas coisas. — abro o pode vendo dois sanduíche de presunto, um pedaço de bolo de chocolate e algumas frutas.
— Obrigada! — sinto minha garganta arde.
— Quer que eu vá deixar você na faculdade?
No começo Brendon me deixava na faculdade, não gostava de ir com ele porque os amigos deles também iam no carro e ficavam me olhando torto, depois ele começou a me esquecer na faculdade então percebi que eu não preciso de favores por que favores me fazem criar esperanças e esperanças quando são destruídas doem e muito, principalmente quando vem de sua família.
— Não precisa, obrigada! — sorrio. Ele me olha alguns segundos e depois um sorriso de canto balançando a cabeça.
— Tudo bem. Tome cuidado, você tem nossos números qualquer coisa ligue. — concordei — Os seus remédios estão aí na sacola. — balancei a cabeça novamente e sai.
As ruas estavam vazias por ser muito cedo, eu prefiro ir nesse horário por que não dou motivos para os vizinhos me olharem estranho e falarem por minhas costas. Eu por ser diferente da minha família chama atenção das mídias e das sociedade sendo manchete de capa de fofoca com um assunto que dura a anos.
"Willou Carlsson é fruto de uma traição?"
Eu infelizmente não poderei responder essa pergunta por que também gostaria de saber.
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Já na faculdade após comer o sanduíche que Linda havia me dado entro na sala vendo Brendon sentado no fundo com seus amigos, ele me olha acenando com a cabeça, confusa ignoro o comprimento sentando na primeira fileira. Nos dois fazemos o mesmo curso, Brendon por mais afastodo que seja ele sempre me protege de longe não deixando ninguém chegar perto de mim para me fazer mal. Uma vez o mesmo disse que mesmo nos não sendo próximos ele lembra o quão próximos fomos quando eramos crianças
O sonho dele é ser arquiteto diferente do Lucian que quer ser um grande jogador de futebol, como o nosso pai foi um dia. Já as gêmeas ambas tem sonhos diferentes, enquanto uma quer se torna medica a outra, quer ser bailarina, nossos pais não medem esforços para ajudá-los porque são os campeões deles.
— Bom dia a todos. — o professor entra na sala e eu murmuro um bom dia. — Hoje teremos prova oral surpresa e espero que todos estejam prontos. — abro um sorriso pequeno por saber que estava pronta para aquela prova. — Você não irá fazer Willou.
— O quê? Por quê? — o questiono confusa. — Eu estudei senhor eu vou me sair bem o senhor não pode... — minha garganta queima me fazendo interromper minhas próprias palavras.
— Não é questão disso Willou. — ele sorri. — Você já fechou o primeiro semestre com as melhores notas em minhas matérias.
— Serio? — sinto minhas costas queimando. Olho para trás vendo alguns alunos me olhando inclusive meu irmão me observando confuso e por isso me encolho na carteira, não gosto de ser o centro de atenções.
— Sim, se concentre nas outras matérias e não se preocupe com a minha. — ele sorri — Tenho certeza que seus pais devem esta orgulhosos de uma filha tao brilhante como você.
— É... Tenho certeza que sim. — mordo o lábio inferior sentindo meus olhos encherem de lagrimas.
Orgulho? Tenho certeza que eles nem sabe que tem uma filha mais velha, uma filha diferente dos outros.
