Eu não me identifico com você, não
Porque eu nunca me trataria tão mal
Você me fez odiar esta cidadeE eu não falo merda sobre você na internet
Nunca disse nada de ruim a ninguém
Porque essa merda é constrangedora, você era tudo para mim
E tudo o que você fez foi me deixar triste pra caralhoEntão não desperdice o tempo que eu não tenho
E não tente fazer com que eu me sinta mal— Happier Than Ever, Billie Eilish
Willou Carlsson
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Dizem que ter um pai em sua vida é algo realmente bom, que ele é somente capaz de te ensinar coisas e criar boas memorias ao lado do seu filho, mas digo isso por experiência de outras pessoas e não a minha.
Bruce Carlsson foi um extremamente ruim e nenhum pouco presente, para mim, mas para meus irmãos foi e é um pai ótimo e presente.
Lembro que da janela do meu quarto sempre ficava vendo ele ensinar meus irmão a andar de bicicleta, a nadar, a dirigir, a se defender, também sempre conseguia ver ele nervoso falando com Felicity sobre a gravata que não conseguia fazer o nó e para ela ser rápida por que não queria chegar atrasado na escola por causa das apresentações.
Quando criança eu criei coragem de pedir para ele me ensinar a andar de bicicleta, por incrível que pareça ele aceitou me deixando extremamente radiante porque meu pai e eu iriamos passar um tempo junto por menor que fosse.
Com o sorriso no rosto eu observei ele pegar uma bicicleta pequena e levar até a frente da casa me ajudando a subir e me dando instruções, ele me guiou, mas quando ele me soltou eu cai e diferente dos meus irmãos ele não foi me acalentar ou me abraçar enquanto diz: "está tudo bem errar é normal não desista, vamos de novo?", ele brigou comigo e gritou me deixando no chão com o joelho ralado.
Lembro que foi um dos seguranças a me ajudar ele até me perguntou se eu queria tentar de novo, mas estava com tanta raiva que gritei dizendo que nunca mais iria subir nisso e tantas outras coisas, ele somente me abraçou enquanto eu gritava com raiva.
E depois nunca mais andei de bicicleta.
Lembro do olhar do meu pai quando entrei em casa logo depois do surto que tive. Seus olhos demostravam indiferença enquanto seu rosto não demostrava simplesmente nada, então eu apenas o olhei e subi as escadas e quando entrei em meu quarto eu chorei, chorei sentindo uma dor horrível no meu coração, uma dor que nunca pensei que chegaria a sentir.
Enquanto eu chorava eu ouvi risadas, então me aproximei da janela vendo meus irmãos e meus pais na piscina brincando, enquanto minha mãe brincava com os outros, meu pai ensinava Lucian a nadar e novamente chorei.
Enquanto crescia percebi que não sentia aquela casa como minha, as escondidas eu via as brincadeiras dos meus pais com meus irmãos, as risadas, os programas em família e pela primeira vez eu me senti como uma intrusa, com uma abrigada, sentir que eles estavam somente me suportando até eu ter idade suficiente para eu ir embora dali.
Uma bastarda, uma intrusa, uma abrigada. Eu era tudo, menos alguém da família.
Quando estava na escola os professores sempre me perguntavam por que meu pai ou a minha mãe não compareciam as reuniões, ou aos eventos escolares e eu sempre dizia estarem sempre ocupados para algo sem importância.
Até um dia eu ouvi dois professores comentando um com o outro sobre eles não se importarem comigo por que sempre que havia algo de Brendon eles compareciam e foi um choque de realidade ouvir aquelas palavras. Lembro dos olhares de pena que eles me davam e era horrível.
Então comecei a passar mais tempo fora de casa para não conviver com eles e lentamente me afastei. Eu mesma cuidei dos meus resfriados, das minhas dores, das minhas doenças.
Imaginem a merda que é para uma criança cuidar de si mesma? Imaginem cabeça de uma criança ao ter certeza que seus pais não a amam, não se importa com você e nem faz questão da sua presença?
Pois, eu imagino, por que isso aconteceu comigo.
— Eu não sei se é uma boa ideia.
— Vamos lá pequena.
Eu e Marco estamos na frente da garagem e o mesmo esta segurando duas bicicleta e tamanhos diferentes.
— Eu não sei pedalar. — disse tentando o fazer mudar de ideia.
— Eu te ensino, vamos chocolatinho por favor... — suspirei me dando por vencida. Balancei a cabeça confirmando. — Isso!
Peguei a bicicleta indo até a frente da casa mansão que havia uma enorme passarela feita de pedra. Subi na mesmo, mas ainda com os pés apoiando no chão, Marco se aproximou segurando no assento e no guidom.
— Pronta? — me olhou sorrindo.
— Não. — disse nervosa. Ele me empurrou de leve enquanto me segura e eu pedalei devagar e gradualmente aumentando a velocidade, senti suas mãos me soltarem e eu desequilibrei caindo. — Eu disse que não iria conseguir. — suspirei frustada.
— Vamos de novo amor, você vai conseguir.
E com a sua ajuda eu fui de novo, eu cai algumas vezes, mas ele continuou insistindo e no fim eu aprendi a andar de bicicleta, realizei meu desejo de criança e a única coisa que conseguia fazer é sorri sentindo o vendo bater em meu rosto enquanto pedalo.
A noite eu sai do banheiro enrolada na toalha indo em direção a minha pequena mala, enquanto procurava algo para dormi as palavras de Brendon surgiram na minha mente. Sorri pegando uma lingerie preta e vesti, logo passei depois creme em meu corpo e sentei na cama o esperando.
Não demorou muito quando Marco entrou no quarto de banho tomado somente com uma cueca boxer e uma toalha na mão enxugando os cabelos, assim que me viu ele me analisou da cabeça aos pés parando nos meus peitos.
— Então... — sorri nervosa.
— Gostosa para caralho! — sua voz saiu rouca me causando arrepios. Observei ele jogar a toalha em qualquer lugar e andar de modo rápido ate mim. Senti seus lábios contra os meus me beijado de modo bruto e rápido, suas mãos seguram a minha bunda com força me fazendo sentar no seu colo — Tem certeza? — não conseguia forma um pensamento por que estou focada em suas mãos no meu corpo e os beijos no meu pescoço. — Me responda! — gemi quando depositou um tapa em minha bunda.
— Sim, eu tenho...
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Não irá ter hot, meu foco não é esse e desde que comecei a imaginar essa estoria hot nunca se fez presente.
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Por Você, Willou
RomanceWillou é uma garota encantadora, mas ela se esconde por medo A pequena mulher foi ignorada, rejeitada, invisível e negligenciada pela família, por isso a mesma tem dificuldade em confiar nas pessoas. Willou se tornará uma grande mulher no futuro, m...