Willou é uma garota encantadora, mas ela se esconde por medo
A pequena mulher foi ignorada, rejeitada, invisível e negligenciada pela família, por isso a mesma tem dificuldade em confiar nas pessoas.
Willou se tornará uma grande mulher no futuro, m...
Mesmo com toda falsidade, a labuta e os sonhos não realizados, ainda assim é um belo mundo
— Desiderata, de Max Ehrmann
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Eu ainda não entendia o que ele fazia ali e como havia me achado, enquanto ele balbuciava perguntas eu observava seu rosto machucado e com algumas marcas de sangue.
— Vou ligar para Bruce e Felicity. — digo indo em direção ao meu celular.
Sim, eu ainda tinha um número deles para super emergência como essa. Mesmo eles não me amando eles amam seus filhos verdadeiros e Brendon é um deles.
— Não ligue para eles!
— Você não pode ficar assim, todo machucado, Brendon eles vão cuidar de você.
— Por que foi embora? Por que não me esperou para se despedir, nos íamos conversar nos precisamos conversar. — levantou do sofá
— Fui embora por que eu precisava, aquela casa não é o meu lar eu nunca fui bem-vinda ali, nem por você e nem por ninguém daquela casa a não ser os empregados. — ele ficou em silêncio olhando para baixo. Pego o celular procurando o número deles.
— Eu sei que fui um péssimo irmão. — o olho com atenção. — Eu sei que fui um merda, mas porra eu estou arrependido, não vê? Desde do colegial, desde aquela malditada aposta e depois que você quase foi estuprada eu me senti um mostro, o pior mostro do mundo. — vi suas lagrimas descerem ainda de cabeça baixa. — Que tipo de irmão eu sou? Eu machuquei a minha irmã de todas as formas. Por isso que me afastei, por isso que nunca falei com você, eu fui um bosta uma pessoa sem escrúpulos.
— Brendon eu... — o que eu poderia falar? Não havia nada para falar.
— Eu me arrependo diariamente tá legal? — grita ele me assustando. — Eu sei que não mereço a droga do seu perdão, mas porra me dê uma oportunidade para provar que eu não sou mais aquele Brendon, eu juro Willou eu juro por tudo o que é mais sagrado que eu vou ser um irmão de verdade.
— Você lembra do dia em que me mandou esperar por você na saída? — balança a cabeça confirmando. — Eu fiquei tão feliz por que nos iriamos juntos para casa e você não se importaria que as pessoas nos encontrasse juntos, eu esperei muito por você até anoitecer e de repente você chegou com seus amigos jogando água em mim e rindo. Eu corri e como você sabe eu entrei num beco e um homem tentou me agarrar e eu fugi, então eu pergunto. — me aproximei dele. — Por que daria uma chance a você? Você provavelmente iria me fazer esperar de novo e iria aparecer jogando água em mim.
— Me perdoe. — caiu de joelhos na minha frente. — Me perdoe por favor Willou, eu me arrependo de tudo o que fiz, eu juro que não vou te fazer esperar mais. — ele abraçou minhas pernas chorando.
— Já chega Brendon. — o ajudei a levantar. — Eu... — suspiro. — Eu perdoou você. — ele sorriu.
— De verdade? — confirmo com a cabeça — Eu vou provar que estou arrependido eu prometo. — ele tenta me abraçar, mas me afasto. — Ok, sem abraços.
Uns minutos depois ele me pediu ajuda para limpar os machucados e eu ajudei, não perguntei o motivo dele estar assim mesmo com muita curiosidade. Quando terminei ele já estava dormindo no sofá, suspirei indo guarda as coisas e liguei para Marco, precisava dele nesse momento.
— Alô? — atendeu.
— Eu preciso de você, pode vir aqui? _ mordi meus lábios nervosa.
— Aconteceu algo? — suspirei. — Já estou indo. — ouço um barulho — Droga de mesa, já estou indo chocolatinho.
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Ouvi o som da campainha e logo abri, Marco entrou me analisando de cima a baixo com procurando algo e de repente o abracei, senti seus braços em volta do meu corpo e me aconcheguei nele.
— Aconteceu algo? — não disse nada somente o puxei em até a sala. — Quem é ele? — senti seu corpo tenso.
— Meu irmão. — o gosto amargo ao dizer essas palavras tocaram minha boca.
— Não sabia que tem um irmão.
— Ninguém sabe, na verdade. — puxei em direção ao meu quarto, abri a porta e ele sentou na cama e eu na poltrona no canto. — Eu não sou muito bem-vinda na família Marco.
— Como assim? — me olhou com atenção.
— Eu sou a mais velha de quatro irmãos, comigo são cinco. Eu sou a mais velha e diferente deles, eu sou negra enquanto eles são brancos e loiros
— Isso não significa nada.
Então eu lhe falei a minha história o meu passado, falei dos meus pais e dos momentos em que eles foram lentamente se esquecendo de mim como alguém que nunca fez parte daquela casa, lhe disse sobre o desprezo que meu pai sentia sobre mim e do desinteresse da minha mãe. Disse que talvez minhas irmãs nem saibam que tem uma irmã mais velha e do medo que Lucian tinha de se aproximar de mim, e de tudo que Brendon fez comigo e o que aconteceu hoje.
— Eles fizeram teste de DNA, mas nunca acreditaram no resultado positivo do mesmo. — limpei minhas lágrimas. — Por isso que tenho dificuldade em confiar nas pessoas por isso eu chorei tanto quando disse que sente orgulho de mim.
— Willou... — ouvi seu suspiro e a cama se mexer, logo depois passos próximos a mim. — Um dia eles verão a verdade, eles pediram seu perdão e...
— E se não chegar? E se nunca chegar esse dia? — o interrompi.
— Se nunca chegar eu estarei ao seu lado para cuidar de você, te apoiar e sempre ficar ao seu lado quando precisar.
— Mas você não pode fica para sempre, nos somos somente amigos. Você irá amar alguém e construir uma família e quando esse dia chegar você também irá se esquecer de mim.
— Não vou. — se aproxima de mim
— Vai sim.
— Não vou por que já amo uma pessoa. — sinto meu algo doer dentro de mim. — Eu amo uma mulher com cor de chocolate e olhos verdes como uma joia. — o olhei. — Eu amo você Willou, eu me apaixonei por você todo esse tempo em que estamos trabalhando juntos, me apaixonei por cada gesto seu e cada momento ao seu lado.
— Marco...
Senti sua boca tocando a minha de modo leve que acabou se transformando em algo bom, muito bom.