29° Capítulo

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Eu me suicidei da maneira mais bonita.

Como?

Me apaixonei por alguém... Que não posso ter.

- Desconhecido

Marco não conseguia se concentrar direito no trabalho, então ele simplesmente desligou o notebook e se aproximou da cama de sua amada observando seus traços e esperando ansiosamente para ela acordar, sentia sua falta

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Marco não conseguia se concentrar direito no trabalho, então ele simplesmente desligou o notebook e se aproximou da cama de sua amada observando seus traços e esperando ansiosamente para ela acordar, sentia sua falta.

O mesmo sorriu quando Willou se remexeu na cama e abriu os olhos fechando logo depois devido à luz, mas demorou abrir de novo se acostumando rapidamente. A mesma sorriu para Marco estendendo sua mão para que ele pegasse.

— Dormi muito? — sua voz saiu rouca.

— Muito, mas foi bom para você, você parecia cansada.

— E realmente estava. — bocejou — A cirurgia? ocorreu tudo bem?

— Sim. — balançou a cabeça. — Sua mãe falou comigo.

— Sobre? — seu sorriso desapareceu.

— Pedir seu perdão e de como estava arrependia. — Willou olhou para o teto e logo suspirou.

— Não quero falar sobre isso.

Marco entendia o porque ela não querer tocar nesse assunto, por isso resolveu não falar mais nada relacionado a isso e sim sobre sua faculdade, Willou se interessou dizendo estar com saudades e seria difícil recuperar tudo que havia perdido nessas últimas semanas, mas Marco a tranquilizou dizendo que as notas delas são boas suficientes para não se preocupar e no máximo ela teria que fazer alguns trabalhos.

— Então Willou, como está se sentindo?

— Bem, eu acredito que bem.

— Iremos fazer alguns exames para ter certeza que está tudo bem ok? — os médicos levaram a mesma para fazer os exames.

Enquanto o Willou fazia tudo que era necessário Marco mandava mensagem para seu irmão, sua amiga e Linda, avisando que a mesma estava bem, todos comemoraram e avisaram que iriam até o hospital.

Alguns minutos depois Bruce entrou no quarto sentado em uma cadeira de rodas com o braço ligado ao soro, o mesmo não havia recebido alta ainda.

— O que faz aqui? Não deveria estar descansando? — perguntou Marco ainda mexendo no celular.

— Onde esta minha filha?

— Minha filha? — debochou rindo. — Mesmo que não seja da sua conta, sua filha está fazendo exames.

— Não é muito cedo?

— Enquanto a saúde dela estiver ruim nada é cedo. — Bruce nada disse. — Você não devia estar na cama? — voltou a atenção para o celular.

— Preciso ver ela.

As flores e a decoração chamaram a atenção de Bruce, as letras rabiscada nos balões de Lucian e as flores diferentes também. Bruce se perguntava o que Willou iria achar dele ali em seu quarto esperando por ela.

Duas horas depois ela entrou no quarto sentada na cadeira de rodas sendo guiada pelo enfermeiro atraindo as atenções de Bruce e Marco.

Marco de modo rápido ajudou a mesma a deitar na cama deixando-a confortável. Então, por cima dos ombros de Marco ela viu Bruce a olhando, a mesma não havia percebido antes que ele estava ali, pois sua atenção estava focada em suas mãos.

— O que faz aqui? — questionou tensa.

— Eu queria saber se estava bem e também quero conversa com você. — a mulher o olhou estranho, duvidando de suas intenções.

— O que quer? — questionou mais uma vez, dessa vez sendo mais direta.

— Esses dias Lucian me mostrou um álbum de fotografia um pouco antigo e enquanto eu olhava aquelas fotos eu vi uma em especifico. — tenebroso continuou. — Eu vi uma foto da minha avó. Eu era muito próximo dela quando criança, mas ela faleceu quando eu era muito novo e quase não tinha lembranças dela.

— Aonde quer chegar? — ela se remexeu incomodada com àquele assunto, então Marco segurou sua mão.

— Eram poucos os nossos momentos que me lembrava, eu havia esquecido sua aparência. — tirou a foto que estava entre suas mãos entregando-a. — Eu só não lembrava de sua aparência e quando vi essa foto eu juro estar vendo você nela Willou, você é indentica a ela, tudo sem tirar e nem por.

— Não entendo. — analisou a foto — Onde quer chegar?

— Então finalmente a ficha havia caído e as dúvidas foram embora, então tive certeza que você é a minha filha. — sentiu sua garganta doer. — Tive mais certeza ainda quando fui doar a medula para você filha...

24 anos...

Ela esperou 24 anos para o mesmo reconhecer  que ela é a sua filha, sangue do mesmo sangue, nem com um maldito DNA ele acreditou, mas com uma maldita foto de uma velha ele não teve dúvidas.

— Não me chame de filha. — o interrompeu. — Eu não sou sua filha, eu nunca fui sua filha. — o entregou de volta a foto.

— Willou... Eu quero pedir perdão por tudo.

— Pedir perdão? Foram malditos 24 anos tentando entender o que fiz de errado para merecer seu desprezo a sua falta de atenção comigo, nem com um maldito DNA vocês acreditaram que eu sou realmente filha de vocês. — a mesma não conseguia conter as lagrimas. — Eu sempre ouvi o quanto decepcionante era para você, eu sempre fiz de tudo para chamar a atenção de vocês, mas nada adiantava, mas, porque desse desprezo todo por mim? Por que eu não possuía seus traços ou seus olhos claros? Ou branco de sua pele? Ou, porque eu nunca me adequei aos esportes que você queria? — Marco a tentava a acalmar, mas nada adianta. — Eu sou a melhor do meu curso eu nem precisei fazer prova para passar.

— Eu sei e eu tenho orgulho de você. — disse chorando.

Quanto tempo ela esperou por essas simples palavras? Foram tanto tempo que o sentimento de euforia não tomou seu coração, ela sentiu mais tristeza.

— Não ligo, volte a não ter orgulho de mim. Eu esperei tanto por essas palavras que hoje eu não senti nada além de tristeza. — com as costas das mãos ela enxugou as lágrimas — Não importa mais. Você quer meu perdão? Você não terá, eu não ligo mais, eu cresci. Você nunca me reconheceu como filha, eu também não te reconheço como pai.

°•°•°•°•°

Por Você, WillouOnde histórias criam vida. Descubra agora