1° Capitulo

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Willou Carlsson

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Willou Carlsson

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Passo pela porta e vejo que as luzes da sala estão apagadas. Não preciso de muito tempo ali para conseguir ouvir meus dois irmãos mais novos assistindo a um filme com o meu pai. Penduro meu casaco no gancho e subo as escadas devagar, hoje foi um dia cheio de atividades, mas estou feliz por aprender receitas novas. Eu estou cansada da viagem, moro em New York e estava no curso, não sei se me viram ou não, então eu subo as escadas tentando prestar atenção em suas risadas.
No corredor, ando em passos lentos até meu quarto, vejo a luz do quarto das minhas irmãs acesa e risadas delas com a minha mãe, me aproximo sem deixar elas notarem minha presença e vejo minha mãe sorrindo enquanto uma das minhas irmãs mostra um vestido vermelho para ela.

— Estou tão orgulhosa de você minha filha. — contraio os lábios quando ouço essas palavras. Por muito tempo sentia vontade de ouvir essas palavras, mas desisti diversas vezes. Por muito tempo fiz de tudo para me notarem, mas agora eu desisti.

Meu pai se chama Bruce Carlsson um famoso jogador de futebol americano e minha mãe se chama Felicity Berlim Carlsson, uma famosa patinadora do gelo. Eles se conheceram um jantar beneficente e começaram um romance, dois anos depois eu nasci, uma surpresa para todos, uma garota de pele negra, olhos claros e cabelos bem escuros. No começo todos pensaram que minha mãe havia traído meu pai, mas não foi real, minha mãe jurou e meu pai acreditou e disse que eu havia herdado a cor de sua avó.

Todos acreditaram, mas meu pai aos poucos se afastava de mim por que ainda havia uma pequena dúvida em que eu era um fruto de uma traição, mesmo não admitindo em voz alta, mas seus pensamentos seguiram assim. Um tempo depois nasceu Brendon, eu estava com três anos quando eles descobriram ser um menino, foi uma festança só.

Quando a criança nasceu imaginem o brilho no olhar do meu pai ao ver um menino idêntico a ele. Pois é, eu vi, e com o tempo ambos foram me deixando de lado e eu fazia de tudo para chamarem a sua atenção.

" — Papai! Mamãe! Vejam, olhem, eu tirei a nota máxima na minha sala. — gritava correndo e sorrindo até eles.

— É mesmo? Que bom! — disse mamãe sem me olhar.

— Mas a senhora nem viu... — ergui o pequeno papel colocando a frente de seus rostos.

— Agora não é hora Willou! Não vê que estamos ocupados? — ergueu o bebe e sorriu para ele.

— Mas papai...

— Outra hora querida. — minha mãe fez um movimento com as mãos me afastando dali e sorriu para o bebé. — Oi! meu amor... — o bebe sorriu e meus pais sorriram felizes"

Por um longo tempo eu tive raiva do bebê, mas isso passou quando ele me procurava para brincar de qualquer coisa, ali ele era o único que me notava além dos empregados. Por um tempo nos tornamos melhores amigos e tivemos as melhores brincadeiras, mas logo meus pais também tiraram a atenção que eu havia obtido também.

Meus pais lentamente foram "esquecendo" de mim, nunca foram a uma apresentação de escola minha ou a reuniões, também esqueceram meus aniversários, e eu como uma criança tola inventava desculpas para suas ausências. Até meus cinco anos eu ainda fazia algo para eles me notarem, então eu desisti, quando eles esqueceram a minha apresentação na escola quando tinha seis anos.

"Que se explodam eles!" disse eu com raiva. "Quem se importa? Quando eles perceberem a merda que fez eles que irão correr atrás de mim e da minha atenção!" e olha que só tinha seis anos quando disse essas palavras.

Suspirei entrando no meu quarto e vi a cozinheira da casa com o motorista sentados na minha cama, eles levantaram sorrindo e vieram, ate mim me abraçando e eu ainda confusa retribui o abraço.

— Feliz Aniversario Willou! — disseram juntos. Hoje era meu aniversário? Nunca havia comemorado essa data.

— Hoje não é meu aniversário. — os olhei confusa. — Ou é?

— Eu disse que ela havia se esquecido docinho. — o motorista que se chama Júnior sorriu abraçando a esposa.

Olhei para o calendário na minha parede e arregalei os olhos surpresa. Sim, hoje dois de abril, é meu aniversário e eu esqueci completamente.

— Fizemos isso para você. — Linda a cozinha me entrega um pequeno bolinho com uma vela em cima. — Vamos assopre, não é todo dia que alguém faz vinte e dois anos não é? E não esqueça do pedido!

Com os olhos cheios de lagrimas soprei a vela e sorri para eles que bateram palmas.

— Os funcionários fizeram uma vaquinha e compraram um presente para você. — sentei na cama com os dois ao meu lado e abri o embrulho. Sem perceber eu chorei, é um caderno feito a mão extremamente lindo.

— Não precisava...

— Que isso menina. Todos ajudaram muito, ate aqueles brutamontes que se dominam seguranças. Eles podem ser daquele jeito, mas gostam de você! — Linda abriu o caderno revelando meu nome escrito ali. — É para escrever suas receitas de comida, suas ideias para a futura engenheira e seus pequenos pensamentos.

— E esse daqui é o nosso. — Júnior me entregou uma caixa grande — Sabemos que está precisando muito por isso compramos.

Quando abri o emburulho e fiquei sem reação quando vi o que era.

— Eu não posso aceitar, deve ter sido muito caro! — tento entregar o notebook de volta, mas eles negam.

— Não foi nada de mais, aceite ou nós iremos ficar muito triste com você. Sabemos que esta precisando, aquele seu celular não da conta de tanta coisa.

E era verdade. Eu realmente estava precisando de um notebook, meu celular esta um pouco velho e não estava dando conta, principalmente a memória.

— Obrigada. Muito obrigada mesmo! — os abracei chorando.

— Feliz Aniversario Willou. — senti seus lábios beijarem minhas bochechas.

"Eu desejo ser muito feliz, amada e que eu consiga realizar todos os meus sonhos..."

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Por Você, WillouOnde histórias criam vida. Descubra agora