32° Capítulo

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Eu só vejo meus objetivos, não acredito em fracasso

Porque eu conheço as menores vozes, elas podem torná-las maiores

Eu tenho meus meninos comigo pelo menos aqueles a favor

E se não nos encontrarmos antes de eu sair, espero te ver mais tarde

Quando eu tinha 20 anos, minha história foi contada

— 7 Years, Lukas Graham

Às vezes eu tenho vontade de perguntar:

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Às vezes eu tenho vontade de perguntar:

"Ei onde eu errei? Em algum momento eu errei tanto para merecer todo esse sofrimento?"

Mas as respostas não virão e eu tenho raiva disso.

— Que bom que acordou meu chocolatinho...

E às vezes quero pergunta onde acertei para merecer tanto amor vindo de uma pessoa como ele.

— O médico deixou você mamar, você quer? — não conseguia responder, estou cansada demais e minha garganta doe, então somente balanço a cabeça. — Deixa eu te ajudar...

Ele deita na cama e logo depois move minha cabeça em direção ao seu mamilo, de modo lento sugo seu mamilo sentindo o leite descer na minha garganta logo suspiro sentindo o alívio. Presto atenção tudo a minha volta e principalmente em mim, não demoro a perceber que estou ligada a um soro e minhas costas doem, mas não muito é insurportável.

Marco não conversa comigo sobre a sessão, e eu agradeço, pois não quero conversar sobre isso, na verdade, não quero conversar sobre nada no momento, somente ficar calada e quieta aproveitando esse pouco momento de calmaria porque sabia que a minha próxima sessão era hoje.

Daqui a duas semanas será o baile de boas vindas e pelo jeito que eu estou nesse momento vai ser impossível, mas não importa terá o baile formatura que é muito mais importante na minha vida.

— Dormi por muito tempo? — minha voz sai rouca.

— Sim, o médico disse que é normal — não perguntei mais nada.

Alguns minutos depois troquei de peito sugando o outro mamilo que estava bem cheio, precisei de sua ajuda para me mover sobre seu corpo porque estou de barriga para cima sobre seu corpo.

Depois de um tempo os filhos de Marco entram no quarto pedindo desculpa por não ter vindo antes, ambos não sabiam o que estava acontecendo comigo e somente souberam quando Marco os ligou chorando, me senti mal sabendo do jeito que ele ficou quando me viu passar por aquela situação, mas, ao mesmo tempo fiquei feliz por saber que ele continuou ao meu lado, depois de algumas horas conversando ambos disseram que precisavam ir embora, eu apenas sorri como agradecimento por vir me ver.

A tarde o médico voltou com aquelas mesmas pessoas e os mesmos objetos então um medo tomou conta de mim, fazendo com que eu enfiasse minha cabeça contra o peito de Marco.

— Eu sei que é ruim, mas no fim vai ficar tudo bem. — ele me abraçou apertado.

A porta se abriu e eu olhei na direção da mesma, estranhei ver Bruce entrando e não Brendon. O que ele faz aqui?

— Sei o que esta pensando filha, mas eu preciso estar aqui por isso pedi a Brendon me deixar ficar ele foi muito difícil de se render.

— Quero Brendon aqui. — disse.

Antes dele me responder o médico se aproximou avisando que iriamos começar, fiquei na mesma posição de ontem Marco segurou meu braço e Bruce também segurou o outro causando arrepios em mim, arrepios desconfortáveis.

Curvei-me e logo senti a agulha penetrar minha pele e a dor alastrar meu corpo me fazendo gritar. Eu não sei como explicar essa dor ou comparar a algo, mas tenho certeza que é a pior dor que senti na vida, chegou em um certo momento que não tenho mais forças, me sinto fraca e extremamente cansada.

Chorando minha cabeça tombou para trás e sem força ela despencou no ombro de Marco, então senti meu braço esquerdo cair e se não fosse Marco segurar meu corpo eu iria cair, apoiada olhei Bruce sair chorando ele olhou para mim e vi tristeza em seu rosto, mas não consegui expressar nada porque a dor tomou meu corpo mais uma vez me fazendo gritar mais uma vez enquanto tentava descontar minha dor no corpo de Marco.

Com meu corpo dormente senti me moverem deitando-me na cama de barriga para baixo logo depois me cobrindo com um lençol, com a visão um pouco turva vi alguns machucados em seus braços quando se aproximou para me tocar.

— Desculpe... — movi os lábios, mas não sei se algum som saiu.

Vi um sorriso se forma em seu rosto e logo ouvi sua voz baixinha.

— Durma meu amor...

Fechei os olhos, mas não consegui dormi.

A visão do meu pai indo embora chorando se formou na minha mente, o que ele queria aqui? O que ele iria provar? Foi tão estranho o ouvindo me chamar filha...

Será que ele se arrependeu mesmo? Não importa agora, suas ações me machucaram demais ao longo da minha vida. Sua ausência, os olhares de decepção deles e a falta de tudo me fizeram cair em um abismo muito grande. Logo me lembro de Marco, a sua presença repentina na minha vida gradualmente me tiraram do pequeno abismo que estava.

Um dia poderei perdoar eles? Não sei, acredito que não, quero ser mãe um dia, talvez, mas eu não tenho um bom exemplo de mãe e não quero que meus futuros filhos cresçam como eu cresci.

Mas se um dia eu engravidar talvez eu me dê uma oportunidade de saber como é amar um filho Marco vai estar ao meu lado também, ele me ajudaria e em tudo.

Quem sabe...

°•°•°•°•°

Por Você, WillouOnde histórias criam vida. Descubra agora