Capítulo 13

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Alana 🥀

Eu encarava aquele saco de pancadas cheia de ódio, e era só soco e chute de qualidade. Mas eu estava cansada, querendo somente um banho e a minha cama. Sofria por antecedência de saber que antes das oito horas eu teria que estar na biqueira, com o melhor sorriso no rosto, agradando os meus clientes.

O culpado de tudo isso tava na boa, fumando um e olhando várias fitas no celular dele.

Alana: Posso ir dormir agora?

Ret: Vou te colocar pra dormir pra sempre se tu não se concentrar em socar essa porra agora - respondeu, todo grossinho.

Alana: O que você está fazendo aí? - apontei com a cabeça pra ele.

Filipe tirou a cara do celular e se ajeitou no sofá, me encarando.

Ret: Te interessa?

Eu tirei as luvas que eu usava e me sentei no tatame no chão.

Alana: Ret, alguma vez na sua vida você foi legal com alguém?

Ret: Por que eu seria?! Faz o teu e não me estressa, parceira.

Alana: As vezes eu tenho a sensação de que só eu tô fazendo o meu - ele franziu o cenho e eu olhei pra minha unha, querendo não olhar mais para aquele rostinho desgraçado.

Ret: Por que tu tá falando isso? - perguntou.

Alana: Não vejo mais ninguém vindo treinar as três horas da manhã porque você quer. Você só pega no meu pé, e da a maior confiança pros outros.

Ret: Porque neles eu confio, sei do potencial. Homem ruim não fica no meu time não, Alana. Por isso tu tem que ralar, e ralar muito. Como eles ralaram no começo. Ou tu acha que eu de cara dei a confiança que eles tem hoje?! - eu permaneci quietinha. Ret não falava muito, preferia sempre usar poucas palavras, então era até estranho ouvir a voz dele por muito tempo - E não é porque tu não tá vendo que não tá rolando. Rato tá pilhadão, procurando uma melhor forma de a gente entrar sem ser visto. Me mandou vários pontos aqui agora pra escolher, é isso que eu tô fazendo.

Eu respirei fundo.

Alana: Ta, desculpa.

Ret: Teu irmão te contou o que teve que ir fazer ontem? - eu neguei com a cabeça - Ta a três dias atrás de uma máquina veloz o suficiente pra fazer a gente piar sem ser visto. A rota de fuga já tá traçada. Mérito dele. Do esforço dele, pô.

Alana: Já entendi.

Ret: Tu acha que a gente vai usar as armas que a gente tem? Salvador e eu vamo piar as cinco da manhã atrás do fornecedor, pra escolher as melhores.

Alana: Entendi, Ret.

Ret: Faz o teu e não se preocupa com os os outros. Essa parte quem cuida sou eu.

Alana: Todo mundo sabe o que fazer. Todo mundo tem uma especialidade aqui dentro. Mas eu ainda não sei qual a minha.

Ret: Tu só vai saber com o tempo, Alana. É normal esse bagulho.

Lado a LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora