Capítulo 52

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Alana 🥀

Eu sabia que era o Grego que estava ao meu lado porque ouvi a voz dele chamando pelo vulgo do Filipe, mas eu realmente estava muito fraca, e não conseguia me manter de pé ou de olhos abertos.

Os choques tinham acabado, o cheiro daquela sala nojenta tinha sumido e o gosto ruim do sangue na minha boca amenizou. Mas eu ainda tinha desistido. Não sentia mais vontade de lutar contra, de lutar pra ficar viva. Se pra fazer a dor passar eu precisasse morrer, então que acontecesse.

Não aguentaria mais uma sessão de choques, até porque, mesmo bem longe daquela máquina, minha pele ainda formigava, me dando leves sensações de que a tortura ainda não havia acabado.

Grego: Alana? - ouvi a voz dele me chamando mais uma vez.

E novamente eu não consegui responder. Nem me mover eu conseguia.

Sentia meu corpo deitado em algum lugar, não era confortável, não era macio, e me lembrava um banco traseiro de um carro.

Eu queria abrir os olhos e perguntar se o Rafael já tinha ido embora. Mas todo o esforço era em vão, e só me deixava ainda mais cansada.

Grego: Garota, tu consegue me ouvir?

Tentei puxar a maior quantidade de ar pros meus pulmões, e ele pareceu entender aquilo como um "sim".

Grego: Tu precisa do que, pô?

Da minha casa. Da minha família. Preciso fazer a dor passar.

A dor foi tirada de mim, em uma fração de segundos, e eu já estava me acostumando com a sensação de tranquilidade segundos antes de um desmaio.

Quando eu acordei, mesmo sem abrir os olhos, foi chorando de dor, por sentir o meu corpo que já estava todo dolorido, sendo esmagado.

Um gemido escapou da minha boca, e eu tentei me livrar daquele aperto, mas não movi um centímetro, mesmo usando toda a força que ainda restava dentro de mim.

Salvador: Não me deixa, porra. Alana! - ele gritou perto demais do meu ouvido.

O choro de dor se misturou com o de saudade. Com a vontade de acordar e falar pra ele que eu estava viva.

Eu puxei todo o ar que consegui, inflando os pulmões e o aperto ao redor do meu corpo se afrouxou, me causando um alívio bom.

Tentei abrir os olhos, mas o clarão da luz fez com que a minha cabeça doesse muito, e eu quis deixar eles fechados.

Umedeci os meus lábios, forçando as palavras a saírem da minha garganta.

Alana: Sa...Sai - minha voz saiu tão fraca que eu mal a reconheci. Respirei fundo mais uma vez, tentando falar de novo - Você me deixou. Todos.

Salvador: Não te deixei. Nunca vou te deixar, feia. Tu é minha família, cara. Não faz mais isso, não me assusta assim.

Alana: Tô cansada - resmunguei.

Rato: Irmão, solta ela - ouvi a voz do Mickey, e já me deu maior saudade no peito - Ae cu, abre o olho pra gente. Ret, reage porra, bora levar ela pra um hospital!

Lado a LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora