Capítulo 66

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Alana 🥀

Quando o Rato deu a notícia de que o Filipe tinha sido preso, toda a tropa brotou na casa da Vivi, pra entender o que estava rolando, inclusive o Grego. Eu contei tudo, desde o que havia acontecido lá com o Deco, até o fato da minha gravidez, dos meus medos, e expliquei que essas eram as razões pra eu me manter afastada nos últimos dias.

O meu irmão ficou puto, logicamente, e ele também queria ser preso, só pra matar o Deco na porrada, tô apenas repetindo as palavras escolhidas por ele. E ao mesmo tempo ele ficou maluco com a ideia de ser tio de uma menina, doidão mesmo, tanto que chorou agarrado com a minha barriga.

O Mickey ficou muito preocupado com o irmão, e fazia de tudo pra que o advogado conseguisse tirar o Ret da cadeira, junto com o Grego, que também estava no contato com seus melhores advogados. Mas também ficaram felizes com a notícia da nova integrante.

A Laura pirou e ficou falando pro Luquinhas o tempo inteiro, que tinha um bebê na minha barriga, mas o meu afilhado nem entendia nada na vida ainda, só queria saber de mamar e cagar.

A Danielle ficou feliz por eu ter contato, e ao mesmo tempo se desdobrava pra tentar acalmar o Mickey.

Já a minha sogra e o Salvador só tinham uma preocupação: a menina que tava crescendo dentro de mim, e por isso, nem saíram do meu lado quando eu chorei pra caralho falando com o Filipe, e chorei mais ainda quando o Rato me disse que o advogado não conseguiu a liberdade provisória do Ret, e que continuariam tentando de outras formas.

Viviane: Alana, toma um pouco dessa água - ela me estendeu um copo.

Tirei o rosto do pescoço do meu irmão, olhando pro copo na mão dela, e comecei a chorar mais ainda.

Alana: Que droga, cara. Eu nem queria estar chorando!

Laura: São os hormônios - ela balançou o Luquinhas no colo, porque ele tinha acabado de acordar com o barulho, mas ainda tinha sono.

Peguei o copo de água com açúcar da mão da Vivi, e tomei tudo, em meio a um soluço e outro.

Senti a mão do Gabriel apertando a minha barriga, e fiz cara feia pra ele.

Salvador: Tô dando um salve pra ela, não pra ti.

Alana: Para de encostar na minha barriga sem aviso prévio - pedi, empurrando a mão dele pra longe - Acho que quero ir pra minha casa.

Rato: Vou com você.

D2: Vou contigo.

Salvador: Bora lá.

Encarei os três, que se entreolhavam, porque tinham falado ao mesmo tempo.

Grego: Pode deixar, eu levo a Alana. O Ret sempre me pediu pra eu cuidar, caso ele caísse.

Alana: Eu sei me cuidar. Tenho uma arma na cintura.

Rato: Uma arma na cintura e a minha sobrinha na barriga. Eu te levo.

Salvador: Minha afilhada, pô. Deixa comigo.

D2: Minha irmã e minha sobrinha, vocês tão achando que são quem?! Eu vou levar e deu.

Eu não sabia quem estava mais sem reação, eu, ou as outras mulheres presentes na sala.

Danielle: Caralho, coitada dessa bebê.

Viviane: Alana, eu vou ir visitar o Filipe amanhã cedo. Depois vou pra tua casa, fico com você lá, tá bom?

Alana: Não precisa, Vivi - eu peguei a foto do meu exame e entreguei na mão dela - Só entrega isso pra ele, por favor.

Salvador: Eu vou estar lá.

Laura: Por que vocês são assim? É medo do Ret?

Rato: Proteção, né. A primeira princesa da tropa.

Danielle: Ela vai odiar vocês - ela riu.

D2: Mas a gente tá ligado que a função de cuidar da Alana era do Filipe, e como ele não pode fazer isso, a missão é nossa - eu dei um sorrisinho fraco pra ele, que fez um carinho nas minhas costas - Até que ele volte ao posto.

Alana: Que não demore.

Grego: Não vai demorar. Porte de arma, ele só foi preso por isso. Não tava com droga e nem nada. O advogado vai conseguir a liberdade dele mais rápido que a gente imagina.

Eu concordei com a cabeça, rezando pra que ele estivesse certo.

Me despedi de todos, mas no fim das contas, os três mosqueteiros me levaram até a minha casa, e tiraram dois ou um pra se dividirem em turnos de forma que eu não ficasse sozinha nem por um segundo do meu dia. Um deles com o turno da manhã e noite, outro tarde e noite, e outro somente no dia posterior. Eu achei uma grande palhaçada, mas não consegui argumentar contra, eles não me deixavam falar.

O Grego me disse que não queria mais me ver na biqueira, nem na contenção, nem em lugar nenhum, até que eu tivesse esse bebê em segurança. Ele usou o termo "licença maternidade".

No fim das contas quem ficou comigo foi o Daniel. Ele buscou a Laura e o Lucas em casa e todos os três iriam dormir comigo essa noite.

Eu vesti uma blusa do Filipe e me agarrei ao travesseiro dele, querendo dormir pelo menos com o seu cheiro perto de mim. Mas a noite foi insana. Ela não apareceu nos meus sonhos, eu não conseguia pregar os olhos, só conseguia pensar nele.

Queria que ele estivesse bem. Queria que tudo isso acabasse de uma vez. Queria ficar em paz com o Filipe, e com a menininha que me fazia querer chorar o tempo todo.

As palavras da Viviane se firmavam em minha cabeça e eu tentei me agarrar a elas, buscando um pouco de esperança.

Talvez a criancinha na minha barriga fosse a paz que a gente tanto precisava.

Lado a LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora