Capítulo 53

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Filipe 🃏

Eu não conseguia tirar meus olhos dela. Mas todo machucado que eu via me dava mais raiva, papo reto.

Me forcei a olhar pro rosto dela, pros seus olhos, mas a Alana não consiga manter eles abertos por muito tempo, e de vez em quando acabava apagando. Seu rosto estava vermelho na lateral, perto da bochecha, e a marca não deixava dúvidas de que foi um tapa. Sua boca estava rasgada, e o sangue já tinha secado, mas continuava inchado e vermelho. Os pulsos, das mãos que me tocavam, estavam machucados demais e muito marcados pelas correntes que haviam a deixado presa.

Eu nem tinha arrumado coragem pra encostar nela ainda, quando fiz foi por meio segundo, encima da marca de tapa no rosto.

O Rato voltou correndo, quando a Alana ainda estava apagada, e os moleques chegaram logo atrás, dizendo que tinham liberado a Rita, mas que pegaram o Rafael. Ele e o governador estavam no nosso porte agora e eu estava contando os segundos pra me divertir um pouco.

Mas tinha coisas mais importantes pra resolver primeiro.

Ret: Eu não consigo dirigir ainda - me enfiei no banco do carro, tentando não encostar nela - A Alana precisa de um hospital.

Meu irmão me encarou com receio.

Rato: Não vai dar de sair do morro, Ret. Tamo fodido agora.

Ret: A gente vai pro posto. Mas se tiver que trazer médico da pista pra cá, a gente vai fazer, se ligou?

Ele concordou com a cabeça, respirando fundo.

Meu moleque era sangue bom demais. Sempre centrado e posturado, mantendo a cabeça no lugar independente de qualquer caô. Todo mundo pirando, ficando maluco, e ele mesmo preocupado estava ciente de que era o único que conseguiria manter a cabeça no lugar agora, e não deixar a gente fazer merda.

Rato entrou no carro pra dirigir, e o D2 sentou no banco do carona, do lado dele. O Salvador me olhou, antes de encostar na Alana, pra ele poder entrar também, mas eu neguei com a cabeça.

Ret: Não consigo encostar nela.

Ele concordou e suspirou, antes de encostar no braço da Alana, tentando levantar o corpo dela.

Salvador: Porra - xingou, quando viu as marcas nos pulsos.

Vi a criança apertar os olhos, e gemer de dor.

Eu cocei a nuca, e me afastei um pouco, pra dar mais espaço pra ela.

A Alana abriu os olhos, ainda com uma careta de dor e me olhou, sorrindo fraco. Eu nem consegui retribuir. Se pá que tava doendo mais em mim do que nela.

Seus dedos puxaram a minha camiseta, sem força nenhuma, tentando fazer com que o a abraçasse.

Mesmo contrariado, e tentando ser o menos chucro possível, deixei com que ela fizesse o que queria, encostando a cabeça nas minhas pernas, e puxando o meu braço pra envolver sua cintura.

O Salvador se acomodou no carro, com as pernas da Alana no colo.

Me abaixei um pouco, encostando a minha boca na testa dela. Mas até disso eu tinha medo. Sentia que ela podia desmontar bem ali, na minha frente.

Lado a LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora