Capítulo 4 - Deixemos que ele morra sozinho

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Olá, venerável! Depois de um descanso nas sombras, estamos de volta!

Vamos relembrar o que aconteceu no capítulo passado?

Tetsurō chama Yusuke para subir a montanha à procura da cura, mas Yusuke se recusa, preferindo acreditar que o ex amigo irá buscar a própria morte. Conhecemos o núcleo da família Seki e que a vida de Tetsurō está longe de ser perfeita. Ele se despede da irmã caçula, contando-lhe uma última história para dormir, e parte sozinho para o topo da Akayama.

Se quiser um parâmetro geral de todas as fichas de personagens, você pode encontrá-las no Wattpad, no capítulo "personagens".

Um pequeno Glossário para o capítulo:

udon: um tipo de macarrão grosso feito de farinha, servido normalmente como sopa, em caldo quente à base de dashi, shoyu e mirin.

koshō: cargo dos que faziam assistência pessoal aos samurais, agindo como ajudantes e defendendo a vida de seus mestres. os koshō aprendiam também os segredos e técnicas de seus mestres, sendo, deste modo, aprendizes de samurai.

wakizashi: uma espada curta japonesa usada em conjunto com a katana pelos samurais.

Uma música para a imersão do capítulo, caso queira ouvir: Avid, de SawanoHiroyuki[nZk].

Talvez esse capítulo faça vocês prenderam a respiração... vamos lá!

Yusuke não pregava os olhos

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Yusuke não pregava os olhos.

Cada detalhe da madeira do teto foi decorada e marcada entre as pálpebras. Ele se mexia de um lado para o outro no futon, sem conseguir aproveitar a brisa fresca que se esgueirava pelas janelas. Sua testa, encharcada de suor, em nada tinha a ver com o calor borbulhante de Ise. Yusuke só ficava inquieto assim antes de lutar na guerra de clãs pelo poder do shogunato.

Como poderia estar tão ansioso, quando só tinha conversado com Tetsurō?

Pensou não se importar com o que o antigo amigo fazia ou deixava de fazer, mas sua consciência não permitiu que ignorasse.

Não conseguiu ignorar nem enquanto comia, mesmo após anos sem provar a refeição favorita preparada pela mãe. Ryuji estava ajoelhado no extremo da mesa; sua pose rígida mostrava que aquele era o assento de maior relevância, enquanto Yusuke e a mãe sentavam-se de frente um para o outro. Mas daquela vez, não era a presença do homem que fazia Yuu ficar enjoado...

Até a tigela cheia de udon com acompanhamento de porco o lembrava de Tetsurō. Os Kou não possuíam muitos animais para o abate e nem dinheiro para iguaria tão cara; as únicas vezes que costumava saborear carne era quando se esgueirava até a propriedade dos Seki. Tetsurō preparava o macarrão e acrescentava fatias suínas unicamente para ele, uma vez que o curandeiro não gostava.

— Não está com fome, Yusuke?

Ele levantou o olhar dos filetes de porco para ver a mãe. Podia imaginar sua reação se dissesse que perdeu o apetite porque a comida era idêntica a do "menino Seki".

Pétalas de Akayama [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora