Um espírito maligno coloca um vilarejo em risco e agora dois rivais terão que se unir para salvar quem amam.
Na antiga Ise, Yusuke e Tetsurō eram melhores amigos, mas conflitos ancestrais entre suas famílias os levaram a tomar caminhos distintos: Yu...
Veneráveis, depois de um dia na neve, nada melhor do que se aquecer e relaxar, não é? O capítulo de hoje traz o quentinho necessário pra renovar a alma!
No capítulo anterior...
Yusuke, Tetsurou e Zen se aventuram por Sazanka para salvar a princesa Umeko. Tetsurou encontra uma flor venenosa que mata ao menor toque, mas que não o afeta. Zen decide parar para que os humanos passem a noite, mas o lugar escolhido é uma enorme ossada de um youkai morto há mais de oitocentos anos.
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Hebi. Foi como Tetsurou nomeou o gigante youkai que padeceu e se misturou àquela caverna. A ideia de nomeá-lo partiu do incômodo de estar por dentro das suas costelas. Parecia íntimo de um jeito errado. Sufocante. Então para deixar as coisas um pouco mais leves, ele quis dar um nome para o ser morto, que nunca mais iria sentir o frio dilacerante arranhando sua pele, apenas seus ossos. Hebi, uma víbora que foi morta pelo veneno de uma flor vermelha.
Nas profundezas de Hebi-chan - no seu coração, podia-se dizer -, a única iluminação vinha de cristais azuis espalhados pela parede rochosa, projetando a sombra das duas figuras presentes. A maioria daqueles cristais naturais estavam cobertos e a escuridão ainda era densa, úmida e abafada, mas ainda podiam enxergar crostas brancas em contraste com o breu; eram partes indefinidas do que restou de Hebi.
Lá fora, eles escutavam o silvo do vento batendo contra as paredes. A tempestade intensa, procurando-os. Caçando-os.
Talvez o tal feiticeiro esteja fazendo isso.
Hebi os protegia, como um tipo de guardião. Um bem melhor que Zen, na honesta opinião de Yusuke, mais uma vez inconformado pelo kitsune tê-los deixado ali sozinhos e desprotegidos.
— Vou me alimentar. — Ele havia dito há algum tempo; nem havia chegado a passar da entrada. O vento açoitava suas vestes, e ele precisava segurar o chapéu para que não voasse, escurecendo seu rosto. — Fiquem aí e esperem. Tentem não brigar enquanto eu estiver fora.
A urgência. Um medo irracional de ele largá-los ali e não voltar mais, porém, por algum motivo, o tom de sua voz lhes deu segurança. Ele não havia os deixado de verdade antes, havia? Zen esteve ali por todo o tempo. Seria injusto negar que ele tinha os protegido até Sazanka. E não havia a possibilidade de Zen se machucar naquela nevasca. Ele havia acabado de comer a flor mais venenosa de Makai como um manjar. A única preocupação em relação ao tempo era por causa dos humanos.
Do que ele se alimenta? O que o matava?
Yusuke aplicava sua força com o auxílio de uma picareta para quebrar pedras e liberar mais cristais translúcidos que transmitiam uma luz quente. Precisavam delas para se aquecer. Seu cabelo estava despenteado pelo suor. Mesmo com a temperatura congelante, a repetição do exercício estava o deixando exausto. Tetsurou aplicava toda a força para ajudar a derrubar mais pedras e liberar mais cristais, ao menos para conseguirem ver o rosto um do outro, mas era incrivelmente lento. O buraco que estava cavando tinha ainda o tamanho do seu punho, enquanto Yusuke já quebrava seu terceiro buraco iluminado.