Capítulo 30 - O mais breve toque mata (parte 2)

1.3K 186 363
                                    

Veneráveis, a postagem veio com um dia de atraso, mas foi por uma boa causa: Bex e Thai finalmente conseguiram terminar o livro dois de Pétalas de Akayama e o enviaram para a editora!

Nada melhor para comemorar do que um capítulo, né? 🐱

No capítulo anterior...

Yusuke, Tetsurou e Zen partem para salvar a princesa Umeko. Tetsurou cria um chá para Yusuke tomar caso ficasse enjoado, o que foi de grande utilidade já que Zen conseguiu emprestado com a rainha seus yuki-bakeshika – veados youkais que servem de montaria – para facilitar e apressar a travessia dos humanos pelos caminhos gelados de Sazanka.

 Tetsurou cria um chá para Yusuke tomar caso ficasse enjoado, o que foi de grande utilidade já que Zen conseguiu emprestado com a rainha seus yuki-bakeshika – veados youkais que servem de montaria – para facilitar e apressar a travessia dos humano...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Apesar da tempestade se aproximando no horizonte, a paisagem branca era silenciosa, nada além dos cascos dos yuki-bakeshika afundando na neve. Nenhum dos três puxou assunto ou falou nada além do necessário por mais de meio dia de viagem. O arco ao longe ainda estava longe, provavelmente chegariam de madrugada se não parassem. Yusuke e Tetsurou seguiam atrás de Zen. O kitsune não hesitava em nenhum momento, seguindo trilhas como se conhecesse o caminho sobre a palma da sua mão.

Algo na visão periférica de Tetsurou chamou a atenção. Seus olhos desviaram-se das costas de Yusuke quando visualizou um arbusto cheio de pequenas e delicadas flores em meio a imensidão do cenário pálido. Elas possuíam uma anatomia esguia, um cabo cheio de pólen e minúsculas pétalas cor de sangue.

Uma flor que nasceu da neve, um caso raro em um ambiente estéril. Makai era um mundo mágico, mas nem por isso a neve tinha piedade da vegetação, deixando todas as plantas que viram até então, raquíticas. Menos aquela.

Tentando fazer o mínimo de barulho possível, Tetsurou inclinou a rédea para o lado e saiu da linha. Os cascos afundaram na neve. Ele deveria se apressar se quisesse alcançar Zen e Yusuke, mas logo convenceu-se de que levaria apenas alguns minutos para que examinasse aquela pequenina vermelha e a levasse consigo. Se fosse rápido, eles não notariam sua falta...

Desceu silenciosamente do yuki-bakeshika, o livro dado por Ha-onna suspenso debaixo do braço. Abriu-o e ficou de joelhos. Folheou as páginas ansiosamente, até que encontrou uma flor muito parecida com a que estava à sua frente.

Precisava pegar uma amostra e estudar suas propriedades...

— Não encoste nisso, Tetsurou!

Ele virou os olhos arregalados para o dono da mão que segurou subitamente o seu braço. Encontrou aquelas duas orbes verdes, sempre tão descontraídas, olhando-o com uma inédita expressão... assustada. Sua boca estava entreaberta, parecia tentar formar frases pela maneira que seus lábios se movimentavam, mas nenhum som saía.

Zen não havia sido rápido o bastante. Ele já havia tocado na flor. Ela estava entre seus dedos, sentia a textura aveludada abraçar sua pele.

— O que... O que foi, Zen? — Custou a dizer.

Pétalas de Akayama [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora