Olá, venerável!
Como você está?
No último capítulo tivemos somente Zen e Izagaki, o que você achou? Alguma teoria sobre o que Zen planeja fazer com os garotos? Se não, não tem problema! Os próximos capítulos podem te ajudar!
Então... O que aconteceu no capítulo anterior?
Zen foi para o quarto de Izagaki para descansar, mas quase sofre um atentado quando um dos cortesãos tenta beijá-lo. No fim, Zen pega de uma bandeja deixada pelos criados do Palácio Impuro um bolinho cor-de-rosa.
Vamos lá! Esse capítulo promete fortes emoções!
Como na noite em que Yusuke subiu a montanha, com uma mancha maligna querendo rasgar sua carne até o coração, chovia em Makai. As ruas do Palácio Impuro esvaziaram com o cair da cortina noturna; apenas sombras translúcidas vagavam de um lado para o outro, atraídos pelo cheiro de selos fantasma. Observando pela janela, era possível julgar estarem em uma região montanhosa próximo a Sakai, onde a estação chuvosa poderia provocar tempestades dignas do Deus dos mares, Susanoo.
Os trovões, ao menos, eram iguais aos do mundo mortal: barulhentos e impiedosos.
Se Deuses realmente existissem — Yusuke preferia deixar as possibilidades abertas depois de tudo o que viu —, poderia apostar que Susanoo não estava feliz, pelos tantos de rugidos que enviava aos céus.
E se os sentimentos de Yusuke causassem consequências semelhantes, Makai estaria em meio a um tornado.
Havia acabado de se alimentar de um banquete. Pelo menos dez pratos que não fazia a mínima ideia dos nomes ou dos ingredientes, mas o paladar não era seletivo após tantas horas sem comer. Com o corpo limpo e alimentado, a cabeça começava a tensionar para os problemas que enfrentava. Estava exausto, era verdade, mas a ansiedade mantinha as pálpebras abertas e pensamentos voando para longe. Longe, cada vez mais longe...
Em Ise, eles já deveriam ter reunido um grupo de buscas para procurar pelo herdeiro dos Seki. Vasculhando o que sobrou dos rastros apagados pela chuva, encontrariam a choupana com os restos mortais dos rōnin que os atacaram. Ao lembrar dos dois, Yusuke se martirizou por não ter dado ouvidos ao que lhes foi dito.
Logo irão morrer, mas nossas flores e ervas serão eternas. Vão embora daqui!
Se tivesse voltado naquela hora, o vilarejo ainda estaria em apuros. Seria obrigado a ver o senhor Koyama padecer, assim como inúmeros inocentes que contraíssem a doença. Mirai, Hana... sua mãe. Sua mãe, vivendo sob o mesmo teto de um sanguessuga que Yusuke agora estava longe demais para arrancar. Ele bagunçou os cabelos molhados, sem intenção de ajeitá-los. Ise seria só uma memória distante dali a semanas. Havia prosseguido, apanhado a suposta cura e não podia mais voltar — era ainda pior, ter a solução e ser incapaz de aplicá-la.
Cerrou os punhos, sentindo-se um fracassado. O último item que havia restado do seu mundo, tirando as roupas que vestia, havia se perdido durante o atrito com o inugami. Como pôde deixar isso acontecer? A única ligação que tinha com sua família estava em algum lugar daquele reino, onde ninguém saberia seu valor. Ou foi incinerado até virar cinzas.
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Pétalas de Akayama [PT-BR]
FantasiaUm espírito maligno coloca um vilarejo em risco e agora dois rivais terão que se unir para salvar quem amam. Na antiga Ise, Yusuke e Tetsurō eram melhores amigos, mas conflitos ancestrais entre suas famílias os levaram a tomar caminhos distintos: Yu...