Capítulo 22

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Sheilla Castro On

Acho que nunca senti tanto frio em toda a minha vida. Minha testa estava doendo, tentei levar minha mão até a região, mas meu braço estava tão pesado que não conseguia. Fazendo um esforço descomunal, consegui colocar a mão na minha barriga.

Vazia!

Abri os olhos rapidamente vendo o local sem nenhum resquício das minhas meninas.

- Calma. - Gabriela segura a minha mão - Elas estão bem, calma!

Ao ouvir isso, consegui relaxar um pouco mais sobre a cama do hospital, abri melhor os olhos e consegui ver a morena sentada na minha frente. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, ela tinha um pequeno sorriso nos lábios.

- Como está se sentindo? - Ela pergunta me olhando seria.

- Acho que estou bem. - Falo passando a língua por meus lábios.

Brena estava deitada no sofá, tinha uma agulha enfiada no seu braço. Ela parecia cansada e pálida, em alguns momentos aparentava ter dificuldade de respirar.

- Me conta o que aconteceu. - Peço - Cadê as meninas? Quando posso vê-las?

- Sheilla.- Gabriela segura a minha mão - Seu parto foi complicado, você perdeu sangue. Brena teve que doar para você, por isso ela está assim.

Encarei minha irmã, mordi o lábio tentando conter o choro, minha irmã como sempre minha companheira.

- Ela estava acordada até a pouco, depois caiu no sono. - Gabriela me explica - Coloquei ela deitada no sofá.

- Obrigada. - Peço apertando a mão dela - E as gêmeas?

- Elas estão na encubadora. - Gabriela fala com uma voz que transmitia sofrimento - O pulmão delas não se desenvolvendo totalmente ainda, então acharam melhor colocar as duas lá.

- Você já viu elas? - Pergunto chorando.

- Não. - Gabriela diz - Decidi que só iria ver com você.

Dei um sorriso cansado para ela, fiquei olhando Brena dormir tranquila. Ela ainda tinha uns espasmos de falta de ar, minha irmã sempre foi minha melhor amiga. Brena era da minha total confiança, desde pequena.

A porta foi aberta com cuidado, Beatriz colocou sua cabeça dentro do quarto e, quando me viu acordada sorriu entrando. Deu uma olhada em Brena, primeiro e depois veio até minha cama.

- Você me deu muito trabalho. - Ela comenta sorridente - Suas meninas estão bem, estáveis na encubadora. Acho que em uma semana já podem ir para casa.

- Como está minha irmã? - Pergunto.

- Ela te doou muito sangue. - Beatriz fala - Um pouquinho mais do que deveria, mas você sabe como ela é.

Sorri cansada, sabendo como minha irmã era. Beatriz passou mais alguns instruções e então foi embora. Brena não demorou muito a acordar cheia de fome, Gabriela foi buscar alguma coisa para a médica comer.

- Você me salvou! - Abraço minha irmã - Salvou minhas filhas.

- Eu não fiz nada. - Brena me olha sorridente.

- Bre, você me salvou. Se colocou em risco por mim. - Encho minha irmã de beijos - Nunca mais faça isso.

- Minha medula óssea já estava produzindo o sangue necessário. - Brena fala com sua posse de médica

Puxo minha irmã para perto de mim, mesmo sentindo um pouquinho de dor por causa dos pontos da cirurgia. Brena não é tão alta quanto eu, abraço minha irmã, ainda sentindo algumas dores nos pontos.

A Filha Da Minha AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora