Capítulo 8

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Sheilla Castro On

- Você vai precisar tomar uns remédios, para inibir os hormônios que seu corpo está produzindo. - Brena comenta escrevendo umas coisas - Também te recomendo ir ao psicólogo

- Não preciso. - Respondo rápido

Brena levanta a cabeça e me encara. Passei um dia no hospital, recebendo soro na veia e alguns calmantes. Após a saída de Mari, meu advogado me ligou avisando que os advogados de Mari já estavam entrando com o processo de divórcio.

Não me importei, bastava ela me dá os papéis que assinaria qualquer coisa. No momento, só pensava em como minha mente tinha me pregado essa peça, como teria estar grávida apenas por meu cérebro desejar tal coisa.

Brena parecia ser extremamente profissional comigo, ela meio que assumiu meu caso mesmo não sendo a sua área. As meninas passaram a noite comigo, era bom tê-las por perto. Ajudava a lidar com a situação em que me encontrava.

- Sheilla, a gravidez psicológica é seria. Você sozinha não vai conseguir lidar com isso, precisa de profissionais. - Brena espalma as mãos sobre a mesa - Me escute, como médica, você vai precisa ir em sessões com psicólogo

Desço o olhar para a minha barriga de quase 2 meses. Ainda não conseguia entender como que era possível sentir todos os sinais e sintomas da gravidez e não estar grávida.

- Como isso acontece? - Pergunto - Como acontece a gravidez psicológica?

- Olha, o sistema nervoso é complexo e muito desconhecido. - Brena sorrir carinhosa - Ainda não são conhecidas as causas específicas para a gravidez psicológica, no entanto parece estar relacionada com os seguintes fatores: Desejo intenso de engravidar e dificuldade para engravidar.

Escuto cada palavra que ela falava. Mari queria muito esse bebê, Gattaz dizia que o bebê poderia salvar o meu casamento e eu, por mim, passei a desejar muito esse bebê. Não tinha uma resposta clara para o fato da tal gravidez psicológica.

Aceito tudo que Brena diz, fico com raiva de mim. Do meu corpo. Da minha mente. Por me enganar de tal forma.

Já bastava Mari me enganar.

- Preciso voltar ao trabalho.- Comento

- Não vai. - Brena assina a alta - Você vai ficar na minha casa, as meninas vão se revezar pra ficar com você.

- Quem vai tomar conta do Minas? - Pergunto seria

- Thaisa e Daroit se ofereceram. - Brena comenta - Você nao vai trabalhar e ponto final.

Sabia que não iria adiantar discutir com a minha irmã. Estava no território dela, no hospital. Iria obedecer as duas ordens, Gattaz estava responsável por cuidar de mim hoje. Todos me tratavam como um cristal de neve que poderia se partir a qualquer momento.

Não gostava de ser tratada assim, como um brinquedo quebrado.

- Está com fome? - Gattaz pergunta

- Não. - Respondo rude subindo as escadas da casa da minha irmã

- Quer alguma coisa?

- Ficar sozinha. - Falo

Não respondia mais uma pergunta de Gattaz. Tomei um longo banho para tirar aquele cheiro forte de éter de hospital. Lavei meus cabelos a todo tempo olhando pra minha barriga. Ainda não conseguia acreditar que ali não tinha nada.

Que era uma protuberância vazia.

Sem vida alguma.

Me jogo na cama ainda com os cabelos molhados, me cobri até o pescoço. Esses remédios deveriam ter algum efeito de sonífero, dormi sem nem sentir.

A Filha Da Minha AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora