Before the Dawn | Sevmione

01. Compreensão

Os corredores da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts estavam silenciosos e frios quando Hermione Granger parou para examinar um retrato que ela nunca tinha visto antes. Depois de quase sete anos na escola, e de muito mais explorações dos seus corredores infinitos do que a maioria dos seus colegas, ela nunca deixou de se surpreender com o pouco que sabia sobre o lugar.

Depois de três meses como monitora-chefe, suas patrulhas noturnas ainda a levavam a partes da escola que ela nunca tinha visto antes. Apenas algumas noites atrás, ela descobriu uma pequena sala com uma janela de vitral do chão ao teto que humilharia as mais belas catedrais trouxas. Ela ficou olhando para a janela por uma boa hora, distinguindo as formas e linhas na penumbra. A janela retratava a criação da escola e o subsequente rompimento da amizade entre Salazar Slytherin e os outros três fundadores.

Os detalhes intrincados da janela eram surpreendentes, mesmo à noite, e ela decidiu voltar no dia seguinte para ver a janela em toda a sua glória, iluminada pelo sol da tarde. Ela ficou consternada ao descobrir que, ao procurar a sala durante o almoço do dia seguinte, não apenas a sala, mas todo o corredor parecia ter desaparecido. A estátua de Marco, o Misericordioso, que já havia marcado o caminho para a sala, estava olhando para ela de uma sólida parede de pedra.

Ela suspirou e bocejou, caminhando até o Hall de Entrada para dar uma última olhada antes de seguir para a Torre da Grifinória. Ela não encontrou nenhum aluno depois do toque de recolher naquela noite e não ficou surpresa. Embora fosse apenas meados de novembro, o inverno havia chegado mais cedo e o castelo estava quase tão gelado quanto os terrenos varridos pelo vento. Ela esfregou as mãos quando o enorme relógio do Hall de Entrada começou a soar onze horas.

De repente, as portas principais se abriram e ela foi atingida por uma rajada de vento gelado. Enquanto seu cabelo batia em seu rosto com a corrente de ar repentina, ela viu uma figura vestida de preto da cabeça aos pés cambalear pelo corredor e fechar as portas atrás deles.

O silêncio repentino após o barulho do vento foi assustador e, quando a figura baixou o capuz da capa, ela o reconheceu instantaneamente.

— Professor Snape! — ela ofegou.

Ele olhou para cima, surpreso com a presença dela, e seus olhos brilharam de aborrecimento enquanto ele limpava a neve e o gelo de suas vestes externas.

— Senhorita Granger — ele disse rigidamente. — O que você está fazendo vagando pela escola a esta hora da noite?

— Eu estava terminando minha patrulha — ela disse, reprimindo seu desejo de repetir a pergunta para ele.

— Então termine — ele retrucou, e ergueu a mão para afastar o cabelo escuro do rosto. Uma mão trêmula. Hermione olhou e percebeu que não apenas as mãos dele, mas todo o seu corpo tremia. Olhando com mais atenção para o rosto do professor, ela notou uma camada de suor em sua testa.

— Senhor, você está bem? — ela perguntou.

— Dez pontos da Grifinória. Achei que tinha acabado de dizer para você ir embora — ele disse suavemente. Hermione estava nas aulas dele há tempo suficiente para saber que quanto mais baixa a voz dele ficava, mais irritado ele estava, mas ela não desanimou dessa vez. Algo não estava certo. Ela deu um passo em direção a ele.

— Você está tremendo, senhor — disse ela.

— Vinte pontos da Grifinória, Srta. Granger — ele gritou. — E se eu tiver que dizer para você cuidar da sua vida novamente, serão cinquenta!

Sem esperar por uma resposta, ele se virou e desceu as escadas que levavam às masmorras da Sonserina.

Hermione ficou em silêncio por um momento antes de ir para a cama.