16. Uma fuga afortunada

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Quando Hermione acordou, ela percebeu imediatamente três coisas; a dureza da superfície sobre a qual ela estava deitada, um peso pesado sobre as pernas e a voz frenética e histérica de sua mãe em algum lugar distante.

Gemendo, ela abriu os olhos e tentou focar em algo na sala mal iluminada. Ela não tinha ideia de onde estava.

De repente, a voz da mãe ficou mais clara e ela se viu sendo sacudida com força pelos ombros.

— O que... o que aconteceu? — ela murmurou turvamente, tentando afastar as mãos.

— Querida? Hermione? Você pode me ouvir? Você está bem?

Ela piscou e finalmente conseguiu se concentrar nos rostos aterrorizados de sua mãe e de seu pai, que deram um visível suspiro de alívio enquanto ela balançava a cabeça para clareá-la.

— Estou bem — ela disse, quando de repente tudo voltou correndo para ela. — Estou bem.

Onde está o professor Snape?

Ela lutou para se sentar, lutando contra uma onda de tontura, o peso ainda prendendo sua perna direita no chão de madeira. Ela fez menção de empurrá-lo e congelou; seu estômago caiu. O peso pesado era o Professor Snape. Ele estava esparramado no chão, completamente imóvel. — Professor! — ela chamou com urgência, seu estômago apertando de medo ao se lembrar da enxurrada de feitiços lançados contra eles enquanto aparatavam. Ela enviou uma oração silenciosa a quem quer que estivesse ouvindo, para que o último não tivesse atingido o alvo. Conseguindo extrair a perna da dele, ela se ajoelhou ao lado dele. Seus pais observaram com medo enquanto, com alguma dificuldade, ela gentilmente o virava de costas, notando o buraco irregular na parte de trás de suas vestes, onde um feitiço havia queimado.

Seu rosto não tinha marcas, seus olhos estavam fechados, e ela hesitou apenas um momento antes de afastar a gola alta da camisa para encontrar o ponto pulsante em seu pescoço. Estava lá, rápido e forte

— Acho que ele acabou de ser atordoado — disse ela com alívio. Ela procurou sua varinha no chão ao redor deles, eventualmente encontrando-a ainda firmemente presa na mão de Snape. Ela a extraiu dos dedos dele e, respirando fundo, lançou — Enervar.

Houve um momento assustador em que nada aconteceu, antes de Snape abrir os olhos e tossir fracamente.

— Professor? — ela disse suavemente.

Seu olhar se voltou para ela e ele piscou, tentando clarear a visão.

— Senhorita Granger — ele disse, enquanto se levantava um pouco instável, tirando sua pesada capa de Comensal da Morte e jogando-a no chão. — Você está bem?

Ela assentiu e ele se virou para os pais dela, parados incertos no centro da sala e parecendo um pouco desgrenhados por causa da jornada da Chave de Portal. Olhando ao redor pela primeira vez, Hermione percebeu que a sala não estava apenas vazia, mas também sem janelas, iluminada por alguma fonte mágica invisível.

— Sr. e Sra. Granger — disse ele. — Peço desculpas pela minha brusquidão, mas era absolutamente imperativo que vocês saíssem de casa o mais rápido possível. Não sei o quanto sua filha lhe contou sobre...

— Nós sabemos o que teria acontecido — a mãe de Hermione interrompeu calmamente, parecendo muito abalada e segurando a mão do marido. — Temos lido o Profeta Diário nos últimos três anos.

Snape pareceu respirar fundo com a perspectiva de não ter que explicar suas ações para pais furiosos. Hermione mordeu o lábio, preocupada, enquanto seu pai se aproximava de sua professor.

— O que eu não entendo — Adam Granger disse com uma voz tensa, — é como você sabia que eles estavam vindo, e por que você estava vestido como um deles.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora