Before the Dawn | Sevmione

39. O começo do fim

Com uma sensação de aperto no estômago e um aperto forte na mão de Severus, Hermione foi até a lareira e aceitou uma pitada de pó de Flu do pote que Dumbledore estendeu.

Ela olhou para o velho, procurando em seu rosto algum sinal do que estava errado, mas ele simplesmente balançou a cabeça, os olhos opacos e tristes enquanto gesticulava em direção à lareira.

O primeiro pensamento que passou pela cabeça dela foi que algo havia acontecido com Draco, que ele havia sido enviado para algum lugar diferente de Hogsmeade para realizar outro ataque para Voldemort como um teste. Seguindo esse pensamento veio um medo quase sufocante pela segurança de seus pais.

Com um olhar temeroso para Severus, que também estava olhando para Dumbledore em busca de uma explicação, ela soltou a mão dele e foi até o escritório do diretor pelo Flu, esperando desesperadamente que seus medos fossem infundados.

A cena que a recebeu no escritório do diretor imediatamente lhe disse que ela estava errada, mas qualquer sensação de alívio foi reprimida pelas expressões das pessoas diante dela.

No sofá de frente para o fogo, três dos Weasley ruivos estavam sentados juntos. Ginny estava enrolada no colo de seu irmão mais velho, Charlie, e Rony estava sentado ao lado deles, com a mão nas costas da irmã. Todos os três olharam para cima ao som de sua entrada, e ela observou seus rostos manchados de lágrimas e olhos vermelhos com crescente alarme.

Um movimento chamou sua atenção do outro lado da sala, e ela olhou para ver Harry parado na parede oposta, sozinho. Seus próprios olhos também estavam vermelhos, mas suas mãos estavam cerradas com força ao lado do corpo, o rosto contorcido em uma expressão terrível de dor e raiva. Ela quase podia sentir o ódio irradiando dele.

— O que aconteceu? — ela sussurrou, o pavor frio crescendo nela antes mesmo de qualquer um deles falar.

Ron olhou para ela e tentou responder sua pergunta, mas então engoliu em seco e balançou a cabeça, fechando os olhos com força.

Ignorando o som do Flu atrás dela, ela foi até o sofá e se sentou no braço ao lado de Ron, pegando as mãos da amiga. A única coisa que Hermione conseguia pensar, dada a presença de Charlie e todas as suas aparências perturbadas, era que algo havia acontecido com um dos outros Weasley; o Sr ou a Sra Weasley, ou um dos meninos mais velhos, tinha ido a Hogsmeade esta noite para ajudar a Ordem? Um deles foi ferido ou, pior, morto?

Ela se virou para olhar para Severus, que ocupava a poltrona vazia na ponta do sofá, com uma expressão assustadora de realização no rosto enquanto examinava a sala.

— Senhorita Granger — o Diretor começou, sentando-se atrás de sua mesa, — Severus, obrigado por se juntar a nós aqui tão cedo. Como vocês dois sem dúvida perceberam, algo desagradável ocorreu hoje à noite, e sinto que, por mais grave que seja a notícia, escondê-la de vocês não servirá a nenhum propósito. — Dumbledore fez uma pausa, olhando para Hermione e Severus por sua vez, antes de continuar solenemente: — É meu triste dever informar que, além de Hogsmeade, os servos de Tom Riddle também atacaram a Toca ontem à noite.

Hermione ouviu a respiração ofegante de Snape enquanto ela olhava para o diretor com horrorizada e incrédula. Ela pensou que alguém da família poderia ter sido ferido em Hogsmeade... e não atacado em casa. E se todos eles estivessem em casa naquele momento, quem estava...

— Quem? — ela sussurrou. — Quem é... quem foi...?

— Todos.

A voz, grossa e pesada de tristeza, ecoou no silêncio atordoado da sala, e Hermione levou um momento para perceber que vinha de Charlie.