22. Uma nova esperança

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Na manhã seguinte, ficou claro para Hermione que, embora a maioria da escola não soubesse o que havia acontecido com ela e sua família no Natal, não era segredo para um certo grupo de sonserinos.

Ao entrar no Salão Principal para o café da manhã, Crabbe gritou em voz alta: — Teve um bom Natal, sangue ruim?

O grupo ao redor dele riu alto, e Hermione agarrou Harry e Ron para impedir seu movimento em direção aos Sonserinos.

— Eles não valem a pena — ela disse com os dentes cerrados, puxando seus dois amigos para a mesa da Grifinória. Ela podia sentir sua própria raiva borbulhando logo abaixo da superfície, mas não havia sentido em causar uma cena. Ainda assim, ela odiava o fato de eles estarem abertamente regozijando-se com o que havia acontecido.

— Aposto qualquer coisa que o pai dele era um deles na sua casa — disse Ron asperamente, espalhando geléia na torrada com tanta força que enfiou a faca no pão.

— Sim — Hermione murmurou, atacando sua própria torrada com um pouco menos de entusiasmo.

Ela olhou para a mesa principal enquanto levava a torrada à boca e ficou surpresa ao ver Snape presente, segurando uma caneca fumegante entre as duas mãos enquanto observava o mesmo grupo de sonserinos. Os olhos dele piscaram na direção dela com um olhar questionador, mas ela balançou a cabeça ligeiramente e desviou o olhar. Mais abaixo na mesa da Sonserina, longe da multidão barulhenta que cercava os filhos dos Comensais da Morte, ela não percebeu Draco Malfoy olhando de Snape para ela, e vice-versa.

Pouco depois, ela chegou sozinha à sala de Poções, deixando Harry no Hall de Entrada discutindo Quadribol com os dois batedores da Grifinória.

A porta da sala de aula estava fechada, e o único outro aluno presente era Malfoy, recostado casualmente na parede de pedra do corredor.

— Granger — ele disse, quando ela parou a uma curta distância dele e largou sua bolsa pesada.

— Malfoy — ela disse rigidamente, olhando para o corredor na esperança de que os outros estudantes não estivessem muito longe. Não havia ninguém à vista.

Após um momento de silêncio, o loiro disse casualmente: — Eu me perguntei se você voltaria neste semestre.

Hermione se virou para olhar para ele, os olhos estreitados.

— Desculpe desapontá-lo, Malfoy — ela disse friamente. — Seu pai deve ter ficado terrivelmente desapontado por não ter conseguido entregar o pretendido, uh, como você chamaria, presente de Natal?

Pontos de raiva apareceram no rosto de Malfoy, mas ele não disse nada.

— O que, nenhum insulto hoje? — ela desprezou. — Sem sangue-ruim ou alguma outra variação suja?

Malfoy suspirou alto e disse: — Honestamente, Granger, quando foi a última vez que te chamei assim?

— Eu... — A resposta morreu em seus lábios quando ela percebeu que não conseguia se lembrar da última vez que ele a chamou de sangue-ruim. Na verdade, fora algumas poucas reuniões com Dumbledore que exigiam a presença da monitora-chefe e do monitor-chefe, ela não conseguia se lembrar da última vez que ele havia falado com ela. Estranho, dada a facilidade com que ele a insultara nos primeiros anos.

— Ah, isso mesmo — ela disse fingindo compreensão. — Você provavelmente deixou de insultar sangues ruins. Seguindo os passos do seu pai e matando-os, não é?

O rosto pálido de Malfoy perdeu ainda mais cor, e ele se aproximou de Hermione, seus olhos cinzentos cravados nos dela.

— Eu não sou meu pai, Granger — ele sibilou. — Portanto, não venha até mim para falar sobre preconceitos se você não consegue reconhecer isso.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora