04. Wolfsbane

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Hermione sentiu como se mal tivesse dormido por uma hora, antes que o amanhecer frio e cinzento de sexta-feira aparecesse por entre as cortinas. No café da manhã no Salão Principal, Harry e Rony estavam preocupados demais com a partida de quadribol do dia seguinte para notarem as olheiras sob os olhos de sua melhor amiga. A irmã de Ron, porém, foi mais perspicaz e notou as feições pálidas da garota mais velha.

— Você está bem, Hermione? — ela perguntou, no meio de uma tigela de mingau fumegante. Hermione estava perdida em pensamentos novamente e não respondeu por um momento.

— O que? Oh, desculpe, Ginny — ela disse tardiamente. — Só estou cansada, só isso.

— Onde você estava ontem à noite? — a menina mais nova persistiu. — Fui ao seu quarto pouco antes do toque de recolher, mas você não atendeu.

— Eu estava, uh — ela vacilou, — tomando banho. Não devo ter ouvido você bater.

A menina mais nova estudou a amiga com curiosidade, antes de aceitar a explicação e voltar à comida. Hermione dirigiu sua atenção para a Mesa Principal e ficou aliviada ao ver um assento vazio entre o Diretor e a Professora Sinistra, a professora de Astronomia.

Ela não queria enfrentar o mestre de Poções antes que fosse absolutamente necessário. A ideia de Poções dobradas naquela tarde já era bastante preocupante. Ele ficaria completamente apoplético com a decisão de Dumbledore na noite anterior, e ela sabia que ele não perderia a oportunidade de menosprezá-la na frente de seus sonserinos favoritos. Ela também sabia que, embora ele não tivesse escolha a não ser favorecer os estudantes de sua própria casa, estava claro que ele gostava disso.

Ainda assim, se seis anos de Poções lhe ensinaram uma coisa acima de tudo, foi não levar seus insultos ao pé da letra. É verdade que o tom de escárnio que ele usava toda vez que zombava de seus modos super-realizadores doía, mas ela se orgulhava do fato de que ele não conseguia encontrar nada em seu trabalho para criticar.

Ela sabia que suas poções eram sempre perfeitas, suas redações eram pensadas e inteligentes. O fato de ele não encontrar nada além de seu conhecimento aparentemente infinito para zombar a agradou tanto quanto qualquer elogio que ela já tivesse recebido de outro professor.

Ela suspirou, decidindo não pensar mais no assunto... até aquela tarde, pelo menos. Ela tinha outras aulas com que se preocupar naquela manhã, incluindo Magia Medicinal, a mais nova adição ao currículo de NIEMs de Hogwarts.

Com a ameaça de Voldemort se aproximando a cada dia, a Medibruxaria era uma ocupação muito procurada. Normalmente, os alunos não podiam estudar o assunto até depois de se formarem em Hogwarts, no entanto, no ano anterior, o Diretor reconheceu a necessidade de jovens bruxos e bruxas serem treinados na arte.

A nova turma foi um sucesso estrondoso desde o início, com a maioria das meninas do nível NEWT se inscrevendo, assim como alguns meninos. Harry e Rony haviam dispensado a aula extra para se concentrarem no Quadribol, mas Hermione aproveitou a oportunidade.

Ela tinha gostado tanto da aula no ano passado que estava considerando seriamente a Medibruxaria como uma carreira. Não era nenhuma surpresa que ela fosse a aluna mais brilhante da turma, mas até Madame Pomfrey ficou surpresa com a facilidade com que ela compreendia cada novo feitiço de cura.

Esse ano, a aula foi decididamente mais difícil, com a medibruxa dando palestras sobre alguns dos mais feios feitiços e poções conhecidos pela humanidade. O reconhecimento desses feitiços era essencial para o diagnóstico e o tratamento, e Hermione saiu de cada aula fascinada e perturbada, mas também determinada. Todos os sinais no mundo dos bruxos indicavam que ela precisaria dessas habilidades mais cedo ou mais tarde.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora