37. Talvez à noite

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Hermione voltou para seu quarto na noite de quinta-feira, seu corpo vibrando com uma deliciosa mistura de nervosismo e expectativa. Ela tinha visto nos olhos de Severus o mesmo desejo que sentia, mas também entendia o valor de esperar até amanhã à noite. Eles finalmente conseguiram ficar sozinhos por um período significativo de tempo esta noite, sem interrupções, mas nenhum deles - especialmente ela - estava com a mentalidade certa para levar as coisas adiante naquele momento, não importa o quanto ambos quisessem. Hermione acreditou plenamente na promessa dele de que não haveria interrupções na noite seguinte, e ela teve a sensação de que seria um dos dias mais longos de sua vida. Quando ela finalmente conseguiu adormecer em seu próprio quarto, seus sonhos foram preenchidos com as mãos dele, estendendo-se, mas sempre parando antes de tocá-la.

À medida que a sexta-feira avançava, os nervos de Hermione pareciam estar tomando conta dela. Sua primeira aula do dia, Defesa Contra as Artes das Trevas, provou ser uma distração bem-vinda; os feitiços defensivos que praticavam exigiam toda a sua concentração. Aritmancia, pouco antes do almoço, não era tão envolvente, e embora Hermione sempre tivesse gostado do assunto, a palestra de revisão da Professora Vector parecia monótona naquele dia em particular, permitindo que sua mente voltasse à discussão com Severus na noite anterior.

Quando chegou a hora do almoço, Hermione não achou que conseguiria se concentrar durante a aula da tarde, especialmente porque era Poções. Severus podia não estar mais ensinando, mas as memórias dele ainda permaneciam na sala de aula, e Hermione sabia que não ouviria uma palavra da revisão da teoria de Dumbledore quando tudo em que conseguia pensar era nos tons suaves e profundos da voz de seu ex-professor.

Ela estava sentada à mesa da Grifinória no Salão Principal, olhando fixamente para o prato de sanduíches à sua frente, quando Rony e Harry sentaram-se um de cada lado dela.

— Você está bem, Hermione? — Ron perguntou, olhando para ela quando ela não os reconheceu imediatamente.

Harry seguiu o olhar de seu amigo, examinando Hermione com uma espécie de carranca no rosto.

— Você parece um pouco corada — disse Harry. — Você não está doente, está?

Hermione corou ainda mais com o fato de eles terem notado, mas conseguiu dizer: — Sim, na verdade não me sinto muito bem. Acho que posso ver se a senhora Pomfrey pode me dar alguma coisa.

Ela estava com fome, na verdade, mas ignorou os sanduíches e levantou-se para sair.

— Harry, se eu não estiver em Poções esta tarde, você poderia dizer ao Professor Dumbledore que não estou me sentindo bem, por favor? — Ela se sentiu um pouco culpada por fingir estar doente, mas era apenas uma revisão, e depois de passar tanto tempo com o ex-mestre de Poções, era a única aula que ela realmente poderia perder.

Seu amigo de cabelos escuros assentiu, pegando um sanduíche enquanto repetia seus pensamentos: — É apenas uma revisão, de qualquer maneira, e tenho certeza que você sabe disso.

Ela riu sem entusiasmo e deixou seus amigos almoçando. Por um momento, Hermione considerou realmente ir para a Ala Hospitalar, mas ela sabia que uma poção para acalmar o estômago não faria nada com os nervos. A coisa mais convidativa que ela conseguiu pensar naquele momento foi um banho longo e quente na privacidade de seu próprio banheiro.

De volta ao seu quarto, Hermione tirou o roupão da escola e fez uma careta para a blusa e saia conservadoras. Ela às vezes usava as vestes da escola quando preparava poções, mas teria que se trocar esta noite. Ela sabia que incomodava Severus o fato de ela ainda ser sua aluna se as circunstâncias fossem diferentes. Ela também sabia que, se fosse esse o caso, ele nunca teria cruzado a linha da impropriedade depois do primeiro e inesperado beijo.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora