09. De portas fechadas

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Assim que a porta do escritório de Snape se fechou atrás deles, ele abandonou qualquer pretensão e guiou-a gentilmente pelo ombro ileso para se sentar em frente à sua mesa.

— Você está machucada? — Ele demandou. A mudança de comportamento pegou Hermione de surpresa, embora ela esperasse por isso o tempo todo, e ela tropeçou nas palavras.

— Sim-não, eu-ele não fez isso — ela vacilou, e abaixou a cabeça enquanto seus olhos inadvertidamente se enchiam de lágrimas novamente.

Ela o ouviu se afastar dela e se mover pela sala atrás dela. Houve um tilintar de vidro contra vidro e, um momento depois, ela sentiu um frasco sendo pressionado em sua mão.

— Poção Calmante — ele afirmou simplesmente, enquanto conjurava uma segunda cadeira com um aceno de sua varinha, e se sentava na frente dela, seus joelhos quase se tocando.

Ela engoliu o líquido pálido de um só gole e quase instantaneamente sentiu seu corpo relaxar, embora sua mente ainda estivesse acelerada por causa do confronto.

— Estou bem — disse ela, enxugando os olhos e sentindo os arranhões na bochecha onde havia roçado a parede. Ele segurou o queixo dela com uma das mãos e inclinou o rosto dela para a luz para que ele mesmo pudesse inspecionar o dano, antes que um Accio murmurado trouxesse um pote de pomada curativa do outro lado da sala. — Você prefere fazer isso, ou eu devo? — ele perguntou, prestes a mergulhar os dedos na jarra. Ela acenou com a cabeça para ele continuar, e ele espalhou uma quantidade generosa da pomada cuidadosamente em sua bochecha. Ela fechou os olhos, concentrando-se em respirar enquanto sentia a leve aspereza das pontas dos dedos dele através do frescor do bálsamo.

Mais ou menos um minuto depois, os arranhões desapareceram. Ela abriu os olhos e o observou colocar a tampa no pote antes de colocá-lo de volta em seu lugar na prateleira.

— Agora, vamos ver esse braço — disse ele, fazendo um gesto para que ela estendesse o membro ferido. Ela o fez com dificuldade, estremecendo quando ele manobrou o membro até o nível de seu ombro.

— Acho que você piorou a situação ao me arrastar para cá — comentou ela.

— Parece ser apenas uma distensão — ele rebateu, lançando-lhe um olhar sombrio, — mas devo chamar a Madame Pomfrey para dar uma olhada? — ele perguntou, e ela balançou a cabeça vigorosamente. Envolver qualquer outra pessoa significaria contar a ela o que aconteceu, e Snape seria forçado a punir Goyle com mais severidade; por sua vez, possivelmente impondo a si mesmo uma punição de Voldemort. Era um raciocínio altruísta de Grifinório, mas ela estava aprendendo rapidamente o valor da discrição.

— Ele vai se curar sozinho, é claro, mas existe um feitiço que vai consertar isso imediatamente. Você aprendeu isso em suas aulas de Magia Medicinal?

Ela balançou a cabeça.

— Bem, nesse caso, você deveria visitar a medibruxa hoje mais tarde. Não faz sentido sentir um desconforto desnecessário.

Ela assentiu com incerteza. Ela poderia, é claro, inventar uma mentira convincente para satisfazer as perguntas da medibruxa sobre como ela sofreu o ferimento, embora Quadribol estivesse fora de questão. Era de conhecimento comum entre os professores que Hermione Granger e uma vassoura não eram uma combinação menos perigosa do que Gilderoy Lockhart e uma sala cheia de duendes. Talvez ela pudesse dizer à matrona que havia torcido o ombro carregando muitos livros na mochila. Agora, isso era uma mentira verossímil. Ainda assim, seria mais fácil se ela não tivesse que mentir.

— Você conhece o feitiço, senhor? Você pode me ensinar?

— Sim, eu sei — respondeu ele, — e não, não vou ensiná-lo a você.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora