20. Mais Concessões

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Hermione recuou diante do homem furioso, mas Snape a seguiu, empurrando-a para o canto da sala e arrancando o livro de suas mãos.

— Então? — ele sibilou, elevando-se sobre ela. — Estou esperando uma explicação, embora não consiga ver como você justificará isso.

Ele jogou o livro aos pés dela e ele se abriu na mesma página que ela estava lendo.

— Desculpe-me — ela sussurrou.

— Desculpas não é o suficiente — ele cuspiu. — Pelos deuses, Hermione, você quer que eu confie em você e, no momento em que estou de costas, você me desobedece deliberadamente!

Ele a estava realmente assustando, e ela tentou se afastar dele, apenas para vê-lo agarrá-la pelos ombros com força, prendendo-a na parede.

Seu suspiro de surpresa e medo passou despercebido quando, com o rosto a centímetros do dela, ele perguntou: — O que você estava procurando?

— N-não-nada — ela gaguejou. — Eu ouvi algo e eu... vim ver o que era...

— Você me considera um idiota, Hermione? — ele zombou, os olhos negros perfurando os dela. — Um barulho misterioso – que conveniente – e suponho que por acaso o caderno estava aberto naquela página específica?

Ela desviou o olhar enquanto ele sorria em triunfo.

— Você quer aprender como preparar a poção Cruciatus, Hermione? — Sua voz era suave e perigosa, e ele soltou os ombros dela, mas não recuou. — Você quer ser aquela que fará o lote que devo entregar ao Lorde das Trevas? O que acontece quando ele a usar contra a Ordem ou contra a escola? Você poderia viver consigo mesma, sabendo que seus amigos morreram por causa de algo que você fez, sabendo que teve participação na morte deles?

Ela engasgou, lágrimas enchendo seus olhos com as imagens que as palavras dele traziam à sua mente. Ele sorriu cruelmente novamente.

— Foi o que eu pensei.

Ele pegou o caderno e se afastou dela, colocando-o de volta na bancada, fechado.

A raiva estava escrita nas linhas rígidas de seu corpo enquanto, ainda de costas, ele disse em voz baixa: — Eu teria pensado que, depois de tudo que lhe ensinei, você poderia ter aceitado minha decisão de deixar isso como está. Parece que eu superestimou seu respeito pela minha autoridade.

Hermione olhou para as costas dele, de repente percebendo o que ela tinha feito. Ela preferia que Snape gritasse do que ouvir a fria decepção em sua voz. Como sempre, sua curiosidade a venceu e sua necessidade de conhecimento obscureceu seu próprio julgamento e bom senso. Uma decisão tola e em uma fração de segundo poderia destruir tudo o que havia acontecido entre eles desde novembro.

Ela nunca havia considerado a possibilidade de que a recusa dele em lhe ensinar a poção tivesse sido por preocupação com seu bem-estar. Ela presumiu que ele não achava que ela era capaz de entender a bebida, ou não tinha o direito de aprender a prepará-la quando ela ainda não havia passado nos NIEMs, muito menos em qualquer teste de nível de Mestre.

— Você não está vê, Hermione? — disse ele, voltando-se para ela. A raiva havia desaparecido de seus olhos, deixando apenas o desapontamento que ela ainda podia ouvir em sua voz. — Já vai ser difícil o suficiente para você, sabendo da poção e tendo visto seus efeitos. Se algo acontecer com seus amigos ou colegas... eu não poderia pedir que você a preparasse, sabendo quais seriam as consequências.

— Por que você simplesmente não me contou isso antes? — ela perguntou. — Todas as vezes que tentei induzi-lo a falar sobre isso, e tudo que consegui foi uma recusa de uma palavra. Pelo menos se eu soubesse de onde você vinha, poderia ter tomado minha própria decisão.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora