46. No horizonte

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Quando Hermione acordou na Ala Hospitalar pela segunda vez, ela ficou imóvel por um momento, olhando para o teto e para o brilho da luz do fogo brincando nas vigas altas. Era noite e uma calma tranquila parecia ter tomado conta da enfermaria. Hermione podia ouvir vozes suaves e murmurantes em algum lugar não muito longe e levantou a cabeça.

As cortinas não estavam fechadas em volta da cama e ela percebeu que estava no outro extremo da Ala Hospitalar, em relação à entrada. Ela podia ver um pouco mais abaixo, na outra extremidade, além de uma série de outras camas ocupadas – algumas com cortinas fechadas e apenas silhuetas visíveis à luz suave das velas, outras com cortinas abertas, como a dela, e os ocupantes das camas dormindo. .

Bem à sua frente, ela reconheceu o cabelo escuro desgrenhado de Harry saindo de cima dos cobertores amarrotados de outra cama. Ela deu um suspiro de alívio, imaginando há quanto tempo ele havia retornado do St. Mungus e há quanto tempo ela estava dormindo. Já era quase anoitecer quando ela voltou para Hogwarts, mas se isso foi horas ou dias atrás, ela não tinha ideia.

Com o pensamento de seu retorno a Hogwarts veio a lembrança de Severus, e ela sentou-se rapidamente, olhando para a Ala Hospitalar com mais cuidado para as outras camas, na esperança de vê-lo ocupando uma delas. Ela não considerou nem por um momento que ele já estaria de pé e, se estivesse, certamente estaria por perto?

Como se sentisse que um de seus pacientes havia acordado, Madame Pomfrey de repente atravessou o corredor principal entre as camas, oferecendo um sorriso contido quando viu Hermione sentada.

— Bem-vinda de volta, Srta. Granger — a bruxa mais velha disse. — Como você está se sentindo?

Hermione abafou um bocejo com alguma dificuldade. Ela ainda estava cansada, uma dor surda se espalhando por todo o seu corpo, mas ela a deixou de lado; havia preocupações mais importantes em sua mente.

— Tudo bem, eu acho. Há quanto tempo estou aqui?

— Cerca de sete horas — disse a medibruxa, passando a varinha sobre Hermione e balançando a cabeça, satisfeita com sua avaliação. — Você parece estar bem o suficiente. Espero que você preste atenção ao meu aviso para não se esforçar desta vez?

Ela assentiu timidamente, então olhou além de Madame Pomfrey para onde Harry dormia.

— Harry está bem?

A bruxa mais velha seguiu seu olhar e depois se virou, sua expressão dura suavizando um pouco.

— Ele está compreensivelmente exausto, tanto física quanto magicamente — disse ela. — O Sr. Potter insistiu em acompanhar o Professor Dumbledore ao St Mungus e garantir a saúde do Diretor antes de considerar a sua.

— Como está o diretor? — Hermione perguntou. Ela não tinha visto o velho bruxo até quase o final da batalha, mas ele estava de joelhos naquele momento.

— Ele levará algum tempo para se recuperar, eu acho — Pomfrey disse com naturalidade. — Ele gostaria que ele pudesse se recuperar aqui, mas o próprio Ministro da Magia insistiu que St Mungus era o lugar adequado para Albus receber os melhores cuidados. O Sr. Potter teve sorte de tê-lo deixado voltar para Hogwarts, e ouso dizer que foi apenas porque ele conseguiu sair sozinho.

Hermione assentiu, aliviada por Harry ter conseguido fazer isso.

— E Severus? — ela perguntou, olhando para as outras camas novamente na esperança de localizá-lo. — Ele está aqui? Ele está bem?

Madame Pomfrey olhou para ela por um momento, uma expressão ilegível cruzando seu rosto.

— Então — ela disse finalmente, — foi ele que você deixou aqui para encontrar, não foi? Eu me perguntei quando você voltou com ele ontem à noite.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora