48. Nem tudo muda

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Hermione caiu firmemente de pé no meio da grama alta que crescia ao lado de um muro baixo de pedra. Protegendo os olhos do sol que se punha no horizonte distante, a primeira coisa que ela registrou foi o cheiro salgado do ar e o vento frio batendo em seu cabelo sobre o rosto.

Olhando para a direita, em direção a um oceano brilhante e à paisagem desolada que havia entre eles, Hermione se perguntou para onde diabos a Chave de Portal de Severus a havia trazido. Olhando para a esquerda, através do muro baixo, ela deu um suspiro de alívio ao ver sinais de vida na encosta ondulada.

Um vão na parede marcava o início de um caminho de paralelepípedos que serpenteava por um jardim sinuoso até a porta de uma casa térrea caiada. Uma rosa trepadeira crescia ao longo da parede voltada para o oeste, seus galhos carregados de flores amarelo-douradas, e o galho mais longo pendia de uma das janelas com venezianas azuis.

A porta da casa se abriu e um homem saiu, pegando um regador em um canto da pequena varanda e curvando-se para enchê-lo na torneira próxima. Hermione olhou para o pai, muito feliz e incerta ao mesmo tempo. Levantando-se novamente um momento depois, ele se virou para regar a fileira de flores multicoloridas que ladeavam o caminho de paralelepípedos.

Como se sentisse que estava sendo observado, ele olhou para cima, parando quando seus olhos encontraram os de Hermione. Ele colocou o regador no caminho e protegeu os olhos com uma das mãos do brilho do sol.

— Hermione?

Desaparecendo a incerteza, Hermione enfiou a chave de portal e sua bolsa encolhida de roupas em um bolso de sua capa e caminhou rapidamente pelo caminho. Sem hesitar, ela abraçou o pai, rindo de alegria quando ele a agarrou pela cintura e a girou.

— Pai, é tão bom ver você! — ela exclamou quando ele finalmente a colocou no chão, seus olhos brilhando com lágrimas de felicidade.

Ele agarrou os ombros dela, inclinando-se para trás para olhá-la com um largo sorriso no rosto. Seus olhos brilharam — Hermione, olhe para você - você parece... tão crescida!

Ela revirou os olhos para o pai.

— Engraçado, pai. Você esqueceu que estou oficialmente crescida hoje em dia, e ainda mais agora que terminei a escola!

Ele riu, pegando o regador novamente.

— Isso mesmo, minha pequena formanda. Bem, deixe-me molhar essas últimas plantas e depois iremos procurar sua mãe. Ela ficará encantada em ver você. Você vai ficar muito tempo?

Hermione abriu a boca para responder, mas alguém falou primeiro.

— Adam? — uma voz chamou da porta. — Com quem você está falando? O jantar está quase pronto.

Hermione se virou para ver sua mãe olhando para a claridade, e seu rosto se abriu em outro sorriso.

— Mãe, sou eu! — ela chamou, agarrando a mão do pai e puxando-o com ela para dentro de casa. —Espero que você tenha feito um extra!

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De volta a Hogwarts, Severus passou os dias seguintes avaliando suas opções para o futuro e, quando a decisão foi finalmente tomada, colocou seu plano em ação. Dumbledore fez uma tentativa tímida de dissuadi-lo, mas no final Severus teve a sensação de que o velho bruxo sabia e entendia... isso era algo que ele tinha que fazer por si mesmo... para variar.

Tendo providenciado para que Poppy Pomfrey tivesse todos os suprimentos necessários para os ocupantes restantes da Ala Hospitalar, Severus começou a empacotar o conteúdo de seu laboratório em preparação para sua partida de Hogwarts. Era um trabalho tedioso e cansativo, já que a maior parte do conteúdo do laboratório não podia ser encolhida, compactada ou embalada com qualquer forma de magia. O trabalho manual deu a Severus tempo para pensar... principalmente em Hermione.

Before the Dawn | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora