Before the Dawn | Sevmione

08. Altercações

Todos os Grifinórios dormiram até tarde na manhã de domingo, depois das estridentes celebrações da noite anterior. Hermione não foi exceção e finalmente foi até o Salão Principal com Harry e Ron às onze e meia. Ela e Ron jogavam xadrez sem entusiasmo, mas ela nunca foi uma boa estrategista. Em vinte minutos, ela estava sendo derrotada de forma tão regiamente que as peças pararam de seguir suas instruções.

Pouco depois do meio-dia, outros estudantes começaram a entrar no Salão Principal, junto com a maioria dos professores. Snape acenou brevemente para Hermione, enquanto passava pela mesa da Grifinória, reconhecendo que não havia esquecido o compromisso deles depois do almoço. Ela se voltou para o tabuleiro de xadrez no momento em que seu rei finalmente admitiu a derrota, deixando cair a espada com um barulho alto.

— Da próxima vez, vamos fazer nossos próprios movimentos desde o início, Senhorita — resmungou um dos bispos negros deitado de lado ao lado do tabuleiro.

—Oh, cale a boca — ela retrucou, ignorando seu grito de indignação enquanto o jogava de volta na caixa com as outras peças.

— Então, o que vamos fazer esta tarde? — Ron perguntou, um tempo depois. — O dia ainda é uma criança; têm muito tempo para travessuras.

— Bem, eu não sei sobre você — Hermione disse, derramando uma quantidade generosa de creme sobre seu pudim, — mas eu tenho que ver o Professor Snape depois do almoço, então você terá que fazer travessuras sem mim hoje.

— Mas 'Mione, é domingo! — Rony exclamou.

— E? — ela disse irritada.

— Bem, honestamente — ele reclamou, — você está passando mais tempo com aquele morcego gorduroso ultimamente do que conosco , seus amigos, lembra? — Ele acenou com a mão grosseiramente na frente do rosto dela.

Harry, sentado do outro lado da mesa, ao lado de Rony, observava seu prato, visivelmente renunciando à oportunidade de ridicularizar o mestre de Poções. Por isso, Hermione ficou feliz. Ela sabia que Harry ainda odiava Snape profundamente, mas este ano, ele finalmente cessou sua constante enxurrada de abusos contra o homem, optando por se concentrar em seus estudos e no confronto que se aproximava com seu verdadeiro inimigo, Voldemort.

Hermione olhou para seu amigo ruivo do outro lado da mesa e sibilou: — Se você chamá-lo assim mais uma vez, guarde minhas palavras, Ronald Weasley, você ficará detido até se formar.

— Você...

— Sim, eu faria isso — ela retrucou, — até que você encontre alguma decência e respeito comum por aqueles que fazem o seu melhor para garantir que todos nós tenhamos um mundo seguro para viver, ou você não percebeu que existe um mundo além do campo de quadribol?

As orelhas de Rony estavam ficando muito rosadas, e outras pessoas no Salão Principal se viravam com interesse para ouvir a conversa acalorada.

— Claro que percebo — ele zombou. — Mas se todos nós vamos morrer em breve, quem em sã consciência iria querer passar seus últimos dias trancado em uma masmorra com Snape?

SMACK!

Harry, que havia se levantado abruptamente com as palavras de Ron, não estava mais ao lado do ruivo Weasley, que caiu no chão, cambaleando com a força do golpe de Hermione.

Levantando-se dolorosamente do chão de pedra, Ron se viu frente a frente com Harry, com uma raiva fria ardendo em seus olhos.

— Não confia muito em seus amigos, não é mesmo? — disse ele suavemente, e então se voltou para Hermione, que ainda estava de pé, com a mão levantada e lágrimas nos olhos, do outro lado da mesa. — Você sabe como me sinto em relação ao Snape — disse ele, — mas não posso negar que ele está do nosso lado e que precisamos dele, portanto, o que quer que você esteja fazendo lá embaixo, está tudo bem para mim.