35. Confiança e Obrigação

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Sem esperar que lhe dissessem, Hermione desviou os olhos dos dois bruxos que se encaravam, um com raiva, o outro com indisfarçável horror. Ela pegou uma pitada de pó de Flu e enfiou a cabeça nas chamas, chamando o escritório da Professora McGonagall.

Ela estava relutante até mesmo em se virar, mas o lado racional de seu cérebro ainda estava funcionando e ela sabia que o diretor precisava saber o que havia acontecido. Talvez, se agissem rapidamente, pudessem salvar algo da situação e reconquistar a já abalada confiança do Sonserino neles.

Felizmente, a vice-diretora estava em sua mesa quando o escritório apareceu.

— Senhorita Granger — a mulher mais velha disse surpresa, — há algum problema?

— Lamento incomodá-la, professor, mas sim.

— O que é e onde você está? — McGonagall questionou, levantando-se rapidamente de sua mesa e cruzando a sala até a lareira.

— Você pode entrar em contato com o Professor Dumbledore, — ela perguntou, — e pedir para ele voltar assim que puder? Eu sei que ele está fora da escola, mas isso é urgente, professora.

— Sim, claro que posso chamar o Diretor, Srta. Granger, mas onde você está?

— Nos aposentos de Severus, professora.

A diretora da Grifinória estreitou os olhos ligeiramente com isso e então perguntou:

— Aconteceu alguma coisa com Severus?

— Não — Hermione disse rapidamente. Então, vendo que era a única maneira de sua professora agir rapidamente, acrescentou, — mas Draco Malfoy está aqui conosco.

McGonagall visivelmente pulou com a notícia, seu rosto empalideceu.

— Meu Deus! — ela exclamou. — Vou buscar o diretor imediatamente. Espere com os outros até ele chegar.

— Obrigada, professora — disse Hermione, retirando a cabeça da lareira e levantando-se na sala de estar.

Durante o tempo em que ela esteve ocupada, Snape afundou-se na poltrona mais próxima, mas Malfoy ainda estava de pé, olhando feio para seu antigo chefe de casa.

— Diga alguma coisa, pelo amor de Merlin — ele cuspiu para o homem mais velho enquanto Hermione se aproximava deles. — Não fique aí sentado como se você não tivesse ideia de que isso iria acontecer. Você sabia que chegaria a esse ponto; você sabia que eu teria que pegar a Marca e não fez nada. Nada.

— Draco, eu não... — Snape começou, mas parou impotente. — O que você gostaria que eu fizesse?

— Qualquer coisa! — o loiro gritou, sua aparência de olhos arregalados revelando sua histeria. — Qualquer coisa, menos apenas deixar acontecer.

— Se eu pudesse... — Snape começou a responder, mas parou novamente, percebendo a futilidade de suas palavras. Seus olhos, escuros e vazios, piscaram brevemente na direção de Hermione, e ela teve que reprimir a vontade de alcançá-lo na frente de Malfoy.

— Professor Dumbledore está a caminho — ela disse suavemente. Malfoy olhou para ela como se apenas se lembrasse de sua presença.

— Que bem esse velho idiota pode fazer? — Malfoy murmurou amargamente, afastando-se de Hermione e de seu ex-chefe de casa. — Ele também não tem interesse em me ajudar.

— Você realmente acredita nisso, Draco? — Snape perguntou suavemente, seu olhar refletindo o tormento nos olhos do garoto.

— Eu não sei mais em que acreditar — o loiro disse, finalmente afundando na cadeira em frente a Snape e levando uma mão trêmula ao seu rosto.

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