Em uma ilha no Reino de Grã-Bretanha, vivia uma camponesa muito gentil e dócil com as outras pessoas.
Já do outro lado, um enorme castelo, com empregados, cozinheiros, e dois grandes tronos.
O rei Apolo, já não estava mais na sua idade de governar...
Saio do castelo, cumprimentando algumas pessoas que acenavam em minha direção. Vou até o celeiro, onde meu cavalo já estava pronto para mim, e quando chego no lugar, sorrio para ele, passando a minha mão em sua crina lisa.
Finalmente subo em cima dele, e parto para a cachoeira, onde eu acho, com um pouco de certeza, que Clara estava.
Enquanto andava com o meu cavalo pelo reino, paro perto de um senhor, que carregava uma cesta com variados tipos de flores dentro dela. Desço do meu cavalo, e pego um saquinho de moedas dentro do meu bolso, o estendendo para ele, que apenas nega com a sua cabeça, e colhe a única rosa roxa, me entregando.
– Eu insisto, por favor. – Coloco o pacotinho de moedas com calma em sua cesta, sorrindo para ele. E quando vou subir no animal novamente, ele me para, começando a falar pela primeira vez.
– A flor roxa tem um grande significado, vossa majestade. – Me viro confuso, o olhando, esperando ele continuar com a sua fala, mas o senhor apenas faz uma reverência, e se retira dali.
Dou de ombros, olhando para a bela flor em minha mão.
Volto a cavalgar em direção a floresta, e quando chego perto da cachoeira, deixo meu cavalo amarrado em uma enorme árvore, e corro de encontro onde Lara provavelmente estaria. Porém, ao chegar lá, minha confusão era nítida.
Sim, ela estava lá. Mas, estava acompanhada por Dener.
Sem querer, acabo esbarrando em galhos e folhas que haviam no chão, e no mesmo instante, me escondo atrás de outra árvore, sentindo que os dois procurava de onde vinha o barulho.
Quando eles finalmente vão embora, saio de trás da árvore, e caminho até a rocha, me sentando, olhando para a água transparente que corria da cachoeira.
Então... a garota, Kaia, que Dener iria se encontrar... ele mentiu!
Ele sabia de Clara, foi atrás dela.
Mas, ela também... Lara iria me contar sobre esse encontro com ele? Aliás, esse é o primeiro encontro deles?
Suspiro, jogando a flor roxa no lago, revirando meus olhos, enquanto voltava desanimado para o meu cavalo, que me esperava. Escolho por não voltar para o castelo, e sim de ir em um lugar que eu ia com a minha mãe. Ah, ela me faz tanta falta...
Deixo meu cavalo solto pelo campo, e caminho até um balanço, que estava pendurado em uma árvore. Me sento, sentindo as lembranças voltarem e voltarem, e a saudade me preencher.
– Henry! Toma cuidado! – Mamãe dizia, enquanto eu ia cada vez mais alto no balanço, rindo de sua expressão de medo e desespero que eu me machucasse.
E então, eu realmente caio. Ao mesmo tempo em que eu ria, eu tentava segurar as minhas lágrimas, tentando parecer forte para ela, e mostrar que foi só um arranhão de nada nas palmas das minhas mãos.
– Eu disse para tomar cuidado! Não foi nada, mas temos que limpá-lo. Vamos, voltamos amanhã. – A mulher mais bela que eu conheço, sorri graciosamente, me ajudando a me levantar, enquanto brincava, puxando minha orelha de leve, rindo.
Por que ela simplesmente teve que ir? Eu a amava tanto!
Passei horas e horas naquele lugar, o tempo passou voando, e quando vejo, já era de noite. Volto para o castelo, entregando meu cavalo para um dos meus homens, logo entrando para dentro, encontrando quem eu menos queria ver.
– Onde esteve, Henry? Você sumiu. – Dener me pergunta, caminhando ao meu encontro. Apenas passo por ele, o ignorando, com a cabeça erguida.
– Como foi o seu encontro? Com a garota, Kaia. – O pergunto, parando no meio do meu caminho, virando minha cabeça um pouco para olhá-lo de relance.
– Ah, foi incrível, ela é uma garota e tanto! – Sorrindo grande, ele conta. Apenas concordo com a minha cabeça, e vou até um dos guardas que ficava dentro do castelo.
– Dener trouxe alguém para cá? Uma garota? – O pergunto, olhando nos fundos dos seus olhos, aguardando pela sua resposta.
– Sim, senhor. – Como eu tinha previsto, Clara conheceu o castelo.
Vou em direção aos meus aposentos, e quando fecho a porta, a tranco. Pego o meu punhal, o girando em minha mão, enquanto andava de um lado para o outro, pensando em como Dener é um mentiroso descarado.
Clara me deve uma explicação, mas eu não vou pedir, ela vai dar.
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