Não Me Esqueça [COMPLETO]

Prólogo

AMARA

Como era de costume aqui no orfanato, estamos todos reunidos no café da manhã com uma mesa enorme rodeada por várias crianças.

Minha vida é meio triste, eu não tenho nenhum amigo. As crianças vivem rindo de mim, porque eu digo que eu não sou orfã, já que tenho um pai e uma mãe.

Zombam de mim, quando eu afirmo que mamãe vai voltar para me buscar. Quando ela me deixou em frente as portas desse orfanato, ela me prometeu que voltaria.

De repente a minha atenção vai diretamente para a diretora do orfanato que surge com um garoto ao seu lado, ele é loiro e seus olhos são bem azuis ele deveria ter uns onze anos talvez.

— Bom dia, crianças. —disse ela, séria como na maioria das vezes.

A senhora Judith costuma ser rígida na maioria das vezes, mas eu posso ver que mesmo assim ela é uma pessoal legal.

— Bom dia, senhora Judith. —todos gritam de uma única vez.

— Crianças, agora vocês terão mais um amiguinho. —avisou e olhou para o garoto ao seu lado. — Este é o Martin, Martin sente-se com os seus colegas.

O garoto loiro apenas assentiu, enquanto sentou em uma cadeira ao lado da minha. Sorri para ele, enquanto todas as crianças estavam concentradas em suas comidas.

— O meu nome Amara, eu tenho oito anos. —me apresento. — Quantos anos você tem Martin?

Martin me olhou com uma cara emburrada, ele parecia de mau humor. Quando eu penso que ela vai me responder ele simplesmente revira os olhos e prepara a sua comida no prato.

— Você é muito mal educado sabia? —confesso e o loiro me olha novamente.

— E você é muito intrometida.

Me irrito, e mostro a minha língua para ele que volta a me ignorar. Resolvo deixar ele de lado e termino o meu café da manhã.

Depois seguimos até a escola, assim que entro na sala percebo que Martin está sentado na carteira ao lado da que eu costumo me sentar.

Dou de ombros e vou até o meu assento, quando a aula se inicia vez ou outra eu olho para o garoto ao meu lado.

Assim que as aulas terminam, voltamos para o orfanto. Troco as minhas roupas e vou até o jardim do orfanato e me sento debaixo de uma árvore com o meu livro em mãos.

O pequeno príncipe.

Mamãe costumava ler sempre esse livro para mim, já faz dois meses que estou aqui será que ela esqueceu de vir me buscar?

— Você pode me desculpar? —levanto a minha cabeça e encaro o novo garoto do orfanto que se senta ao meu lado na grama.

— Você me pediu desculpas? —pergunto confusa, o encarando.

— Pedi. —afirma e solta um suspiro. — É que eu estava chateado e acabei descontando em você, você me desculpa?

Assenti freneticamente feliz com a esperança de ter um amigo.

— Claro que te desculpo. —aumento o meu sorriso, enquanto ele também sorri para mim. — Me desculpa perguntar mas o que aconteceu com os seus pais?

Seus olhos se enchem de lágrimas, me sinto péssima por ser tão curiosa e ter o magoado.

— Me desculpe, eu não deveria ter perguntado.

— Tudo bem. —ele enxuga as lágrimas e me encara. — Eles morreram em um acidente de carro.

Largo o meu livro sobre a grama e seguro a sua mão ele me olha surpreso.