Capítulo 1

4.1K 400 10
                                    

QUINZE ANOS DEPOIS...

AMARA

Barulho, barulho e mais barulho!

Me remexo novamente na cama e coloco o meu travesseiro em cima da minha cabeça tentando diminuir todo o barulho, mas é em vão.

Suspiro irritada e me sento na beirada da minha cama, pego o meu celular no criado mudo e faço uma careta ao perceber que não passava das duas da manhã.

Vizinhos... Quem os inventou?

As casas deveriam ser no mínimo dez metros de distância. Eu moro em um bairro simples de Nova York, e tenho um vizinho pra lá de barulhento.

E para piorar eu não gostava de ter nenhum contato com ele já que dizem que o mesmo se mete com coisas ilegais, então por isso tenho que suportar o som alto vindo da sua casa basicamente todos os dias até altas horas.

— Eu não aguento mais... —choramingo jogando o meu corpo para trás em cima da cama.

Eu precisava dormir, trabalhei até as dez da noite e por isso eu estava exausta.

Infelizmente como previsto não consigo dormir por mais duas horas. Quando o relógio marcou quatro horas finalmente todo o barulho cessou. Suspirei aliviada e só então pude apreciar o meu tão desejado sono.

Acordo às sete sem ânimo por ter ficado a madrugada quase toda acordada de novo.

Depois de tomar o meu café da manhã faço os meus afazeres domésticos, me arrumo e saio de casa até o ponto de ônibus, olho no meu relógio de pulso e já são nove da manhã.

— Bom dia, senhora Ella! —cumprimento a senhora que costuma vender doces no bairro.

— Bom dia, menina Amara. —ela sorri. — Tenha um ótimo dia.

Aceno para ela e sigo o meu caminho, cumprimento mais algumas pessoas que são daqui do bairro, algumas delas comentam comigo sobre o barulho da noite passada.

Na realidade ninguém tinha coragem de enfrentar o tal Ramón. A grande maioria tinha medo dele.

Graças a Deus o ônibus não demora a passar, seria horrível caso eu me atrasasse para trabalhar. Trabalho como garçonete em um restaurante das dez da manhã até as dez da noite.

Foi o único emprego que consegui depois que saí do orfanato há cinco anos atrás.

Minha mãe nunca voltou para me buscar como havia prometido, infelizmente tive esperança até os meus dezoito anos, mas ela nunca retornou.

Nem ela nem o Martin, assim como a minha mãe ele também mentiu para mim. Tentei procurar a minha mãe assim que sai do orfanato, fui até a casa onde eu morava.

Mas os vizinhos disseram que o homem que morava ali, havia morrido anos atrás e a mulher, simplesmente foi embora e nunca mais voltou.

Eu lembro que o meu pai batia muito na minha mãe, mas quando ele me bateu pela primeira vez, aos meus oito anos ela me deixou em um orfanato pois não queria que eu passasse por nada daquilo.

As vezes me pergunto se ela ainda está viva, e se estiver por quê ainda não veio me procurar?

Já Martin, desde do dia em que sua tia o levou para o México ele nunca mais retornou, ou pelo menos nunca retornou para mim.

— Bom dia, Jane. —cumprimento a minha amiga e colega de trabalho assim que entro no restaurante.

— Bom dia, boneca. —pisca para mim, enquanto prende os seus cabelos loiros em um coque.

Não Me Esqueça [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora