Capítulo 19

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AMARA

Abro os meus olhos aos poucos, confesso que ainda estou um pouco tonta. Tento me mexer mas entro em pânico quando percebo que as minhas mãos e pernas estão amarradas.

Só então consigo entender a minha realidade, minhas mãos estão presas atrás das minhas costas enquanto eu estou jogada no chão.

Não posso gritar já que a minha boca estava com uma mordaça, totalmente em desespero me mexo no chão tentando me soltar mas é em vão.

Sinto algumas lágrimas desceram sobre o meu rosto quando lembro da última pessoa que eu vi antes de eu desmaiar.

Tento não pensar mais nisso e olho ao redor, percebo que estou em uma casa velha noto que está de manhã pela luz que entra pela janela.

Fico em alerta quando ouço o barulho da porta sendo aberta, mal posso acreditar em meus olhos quando o vejo.

Ele se aproxima de mim e tira a mordaça da minha boca.

— Aposto que você deve estar achando que enlouqueceu. —disse ele cruzando os braços sobre o peito. — Não é mesmo, filhinha?

— Por quê me trouxe até aqui? —perguntei o encarando.

Era de fato o meu pai, quando ele apareceu de frente a minha porta eu não consegui acreditar.

Então ele estava vivo?

Antes que ele dissesse algo, ouvi um barulho de salto e logo atrás dele surgiu quem eu menos esperava encontrar.

— Senhora Bárbara?

O quê realmente estava acontecendo? Eles se reconheciam de onde, e por quê me sequestraram?

— Posso ver pela a sua cara que você está cheia de perguntas. Vou esclarecer uma delas. —ela sorriu presunçosa. — Contratei um detetive para investigar sobre o seu pai, e acabei descobrindo que ele não estava morto.

Olhei para o meu pai confusa.

— Mas disseram que a casa em que você está pegou fogo. —comentei sem entender.

— Eu forjei a minha morte. —disse ele sériamente. — Haviam muitas pessoas atrás de mim, sem contar a polícia eu mesmo coloquei fogo na casa e fugi sem que ninguém visse, todos acharam que eu morri mas estive me escondendo durante todos esses anos.

Agora tudo estava explicado, para conseguir se livrar de todos os problemas a única solução seria essa, mesmo assim ainda havia uma dúvida.

— Por quê me trouxeram aqui? O quê pretendem com tudo isso?

— Quando a Bárbara me encontrou ela me contou que você está noiva de um homem rico, ela me propôs de sequestrarmos você e conseguir uma boa grana do seu noivinho.

— Pai, pelo amor de Deus pensa direito. —olho suplicante para ele. — Eu sou a sua filha, a sua única filha você não pode fazer isso comigo.

O meu pai me olhou sériamente.

— Não seja dramática, eu não vou te machucar. —confessou despreocupado. — Eu estou precisando de uma grana e o seu noivo vai me ajudar com isso.

Eu olhei para aquelas duas pessoas e me perguntei se eles haviam enlouquecido de vez. Pois quem em sã conciência faria o quê eles estão fazendo?

Tudo aquilo era uma loucura.

Meu Deus, a minha mãe e o Martin nesse momento devem estar morrendo de preocupação.

— Agora pouco ligamos para o seu noivo. —informou o meu pai. — Ele estava desesperado e estava disposto a dar todo o dinheiro dele só para você sair sã e salva, pelo o visto ele te ama mesmo.

— Pai, ainda dá tempo de você parar com toda essa loucura, por favor você é o meu pai.

— Eu já falei que não vou te machucar. —repetiu novamente.

— Você não, mas eu sim.

Bárbara surpreendentemente deu uma coronhada na cabeça do meu pai o fazendo cair no chão desmaiado.

— PAI! —olhei desesperada para o homem desacordado no chão. — Bárbara o que você vai fazer, por favor...

— Todo de ruim que aconteceu na minha vida foi sua culpa estúpida! Se não fosse por você o meu sobrinho teria se casado com a Lauren e teria colocado as mãos em toda a fortuna dela, foi você quem colocou o meu sobrinho contra mim. —ela me olhou com ódio. — Te matar com essa arma seria muito fácil, eu quero que você sofra.

Não tenho tempo de questiona-la pois ela sai da casa e volta carregando um botijão de gasolina e sai espalhando pela casa.

Sinto o desespero tomar conta de mim, assim que ela para na minha frente e me mostrar uma caixa de fósforo.

— Bárbara, pelo amor de Deus não faz isso. —imploro, mas ela apenas sorri enquanto jogo o fósforo no chão distante de mim. — Tenha uma boa morte, querida.

Ela sai e nos deixa aqui para morrer, em questão de segundos o fogo começa a se espalhar.

— Pai, acorda, pelo amor de Deus acorda! —grito desesperada.

Começo a tocir quando inalo a fumaça, quase choro de alegria quando vejo o meu pai se mexer e abrir os olhos em seguida.

— Graças a Deus! Pai me ajuda, por favor. —imploro enquanto o fogo cada vez se aproxima mais, tanto que já consigo sentir o forte calor.

O meu pai se levanta e olha  atordoado para os lados, e em seguida olha em direção da porta.

— Pai não me deixa aqui! —peço em desespero. — PAI, PAI!!

Não adianta, ele ignora os meus gritos e sai pela porta me deixando sozinha para morrer.

Não me contenho mais, e começo a chorar sabendo que aquele seria o meu fim. Nunca imaginei que tudo acabaria dessa maneira.

Começo a tocir sem parar, o calor do fogo está muito forte, estou começando a perder a minha consciência quando vejo o meu pai entrar pela porta e vir em minha direção em seguida me pega em seus braços.

Mal consigo manter os meus olhos abertos, quando atravessamos as chamas sinto o fogo queimar o meu braço e acabo soltando um grito de dor.

Quando finalmente saímos da casa o mais longe possível o meu pai me coloca no chão e começa a chorar enquanto solta os meus braços e pernas. Olho ao redor e percebo que estamos em uma floresta.

— Me perdoa, me perdoa minha filha! —implorou segurando o meu rosto, me esforço para manter os meus olhos abertos. — Eu sou um monstro, sempre fui um monstro. Eu quase te abandonei lá dentro, eu prometo que eu vou mudar, vou me entregar a polícia me perdoa por tudo...

Sorrio fraco para ele, e seguro a sua mão que está em meu rosto.

— Eu te perdôo, pai... —sussurrei quase sem forças.

E no momento seguinte não consegui mas manter os meus olhos abertos, eles foram se fechando aos poucos e logo não vi mais nada.

Não Me Esqueça [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora