Capítulo 7

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AMARA

Levei a minha mão até a correntinha no meu pescoço e um sorriso acaba surgindo em meus lábios. Depois de tanta insistência acabei concordando em aceitar ficar com ela.

Mas tenho que admitir que estou nervosa em relação a morar naquela casa, eu ainda achava uma péssima idéia, mas como eu poderia negar depois dele quase me implorar?

— E a sua mãe? —Martin pergunta concentrado na estrada. — Ela te procurou?

— Não faço idéia de onde ela esteja. —confesso soltando um suspiro enquanto arrumo a minha postura no banco do carro. — Mas eu realmente espero que ela esteja bem.

— E o seu pai? —perguntou com a voz um pouco alterada.

Martin parecia irritado, talvez porque ele sinta raiva do meu pai pelo fato dele já ter batido em mim e na minha mãe.

— Dizem que ele morreu em um incêndio. —respondo dando de ombros. — Não sei muito detalhe, depois que saí do orfanato foi só isso que os vizinhos disseram.

— Sinto muito por tudo que você já passou. —disse ele parando o carro em frente a mansão. — A partir de agora pode contar comigo para qualquer coisa.

Acabo sorrindo contente por sua amizade.

Martin me contou que agora ele é dono de uma empresa de advocacia bem famosa aqui em Nova York, o marido da sua tia também trabalha com ele na tal empresa.

— Muito obrigada meu amigo. —seguro a sua mão com firmeza. — Eu nunca vou esquecer o quão bom você está sendo comigo.

— Não precisa me agradecer. —sorriu beijando a minha mão e soltando-a em seguida. — Agora vamos, a minha tia deve estar uma fera comigo por causa de ontem.

Quase esqueci da tia dele, mesmo hesitante desço do carro. Juntos seguimos até a mansão, enquanto andávamos o meu coração batia acelerado em meu peito de nervosismo.

Tenho certeza que a tia dele achará um absurdo a empregada tornar-se uma inquilina na casa.

O meu amigo contou-me que a casa era dele, mas sua tia veio morar com ele há alguns meses já que o seu marido estava desempregado, então Martin deu a oportunidade dele trabalhar na sua empresa.

Pelo o que eu entendi a senhora Coleman não tinha muito dinheiro antes do sucesso do sobrinho, Martin acabou tornando-se para ela a galinha dos ovos de ouro.

Assim que entramos, avistamos logo quem eu não queria encontrar. A senhora Coleman estava na sala parecendo estar a nossa espera, ou precisamente à espera do sobrinho.

— Martin, onde você estava todo esse tempo? —questionou nada contente. — O Róger me ligou agora pouco e disse que hoje você não foi à empresa.

— Eu estava ocupado tia. —respondeu despreocupado.

— Com o quê? —perguntou com curiosidade, de repente seus olhos se encontram com os meus finalmente ela parece notar a minha presença. — E você o quê ainda veio fazer aqui? Não basta a confusão que casou ontem, acho que é meio óbvio que você não trabalha mais aqui.

Acabei me encolhendo um pouco me sentindo envergonhada, Martin percebendo passou um dos braços ao redor do meu pescoço e encarou firmemente a sua tia.

— Tem razão tia, a Amara não será mais empregada dessa casa. —afirmou e sorriu em seguida. — A partir de agora ela é a minha convidada.

— O quê? —gritou estupefata. — Você enlouqueceu Martin?

— Não tia, eu não enlouqueci, acho que fui claro a Amara não será mais a empregada dessa casa. —asseverou e me olhou em seguida. — Vou ter que ir trabalhar agora, você vai ficar bem?

— Sim, não se preocupe.

Martin retira o seu braço de cima dos meus ombros e sai de casa deixando-me sozinha com a bruxa.

— Com licença senhora. —tento passar por ela mas ela segura em meu braço me fazendo parar ao seu lado.

O seu olhar raivoso sobre mim me causava calafrios, mas eu não poderia me deixar intimidar por ela, afinal a casa era de Martin e ele quis que eu ficasse aqui.

— Você com essa cara de sonsa conseguiu de alguma maneira seduzir o meu sobrinho, mas a mim você não engana. —afirmou apertando o meu braço. — Não vou deixar você atrapalhar o casamento do meu sobrinho ouviu bem?

Puxei o meu braço da sua mão e ergui a minha cabeça.

— Eu não vou atrapalhar o casamento de ninguém, somos amigos.

Ela gargalhou e me encarou com deboche.

— A mim você não engana, melhor ficar esperta garota.

Ignorei as suas palavras e dei-lhe as costas seguindo até o meu quarto, assim que entrei tranquei a porta e me joguei na cama.

Coloquei o sacolinha com os remédios que Martin comprou para mim no caminho, em seguida encarei o teto.

— O quê estou fazendo? —murmuro para mim mesma. — Eu só posso estar louca em ter aceitado ficar aqui.

Me assusto quando ouço batidas na porta.

— Amara sou eu a Mary

Me levanto imediatamente, e abro a porta assim que Mary entra à puxo para um abraço.

— Menina eu acabei ouvindo a conversa de vocês lá na sala, eu fico longe uma noite e você se torna convidada do chefe? —me olhou surpresa mas eu podia ver um pequeno sorriso em seu rosto. — Me conta logo, não tenho muito tempo até que a megera descubra que eu sumi.

Resumi tudo o quê aconteceu desde ontem até hoje, acabei contando como eu e Martin nos conhecemos no passado.

Mary estava surpresa demais com a história.

— Isso parece coisa de novela. —afirmou sorrindo. — Que bom que vocês se encontram, depois a gente conversa mais, preciso voltar ao trabalho ou então serei demitida assim como a governanta.

Franzi a testa.

— Por quê à demitiram?

— Não sei direito, mas para a megera qualquer coisa já é motivo de demissão. —deu de ombros. — Vou indo já que a agora você também é patroa.

Acabo soltando uma risada.

— Só você mesmo para me fazer rir uma hora dessas.

Ela sorriu e foi embora com medo de realmente ser demetida.

A minha vontade nesse momento era juntar as minhas roupas e voltar para a minha casa com o vizinho barulhento não me sinto bem aqui.

Mas eu não podia recusar um pedido do meu amigo, mas não quero passar muito tempo aqui, depois do seu casamento ou até mesmo antes eu pretendo ir embora.

Mas até lá, eu preciso urgentemente de um emprego.

Não Me Esqueça [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora