Capítulo 13

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AMARA

— EU NÃO ACREDITO!

Jane gritou me olhando com imensurável felicidade, como hoje é o seu dia de folga assim que cheguei do trabalho ela veio me visitar. Aproveitei e contei sobre o meu relacionamento com o Martin.

— Meus ouvidos. —resmunguei, mas não aguentei e acabei sorrindo. — Obrigada por estar feliz por mim.

— Como eu não estaria? —ergueu uma sobrancelha. — Você é a minha irmãzinha, vem aqui.

Jane me puxou para um abraço apertado, aquele gesto por mais simples que fosse me deixou emocionada.

Era bom ter alguém que nos ame e que se preocupa com a gente, Jane sempre esteve ao meu lado cuidando de mim e eu a amava grandemente.

— Chega de tanto sentimentalismo. —falei enquanto desfazia o nosso abraço. — Vou me arrumar, daqui há alguns minutos Martin chegará para me buscar.

— Aonde será que ele vai te levar? —questionou sentando-se na minha cama. — Deve ser em algum lugar bem chique já que ele é rico.

Não evitei de rir do seu comentário, o dinheiro de Martin era o que menos me importava se ele fosse um sem teto eu ainda estaria ao seu lado.

Enquanto eu me arrumava Jane conversava comigo, até que ela se despediu ao receber uma mensagem do namorado.

Por volta das oito horas da noite alguém bateu na minha porta, abri com alegria pois eu sabia de quem se tratava.

— Você está linda. —elogiou olhando-me com um olhar admirado. — Ainda mais linda, quero dizer.

Ele era um exagerado, eu não estava lá essas coisas. Não tenho roupas caras ou chiques para isso, mas de certo modo esse vestido azul havia me caído muito bem.

— Você também não está de se jogar fora. —brinquei o fazendo sorrir.

Martin me puxou pela cintura e beijou a minha boca calmamente, ao se afastar ele beijou a minha testa.

— Vamos? —perguntou oferecendo o seu braço.

Segurei em seu braço enquanto ele me guiava até o seu carro, durante o caminho a curiosidade me assolava, até que paramos em frente a um restaurante.

Inicialmente fiquei sem jeito pois o restaurante era caro, mas logo o meu namorado tratou de me deixar a vontade.

Martin era um anjo, me tratava como se eu fosse a sua joia mais preciosa, tudo aquilo me deixava mal acostumada pois nunca recebi nenhuma atenção a não ser a da minha mãe mas isso foi há muitos anos atrás.

— O quê foi? —questionou parecendo preocupado. — Você ficou triste de repente.

Pensei em negar, pois eu não queria estragar o ótimo clima que estávamos mas tenho certeza que ele saberia que estou mentindo.

— É que eu lembrei da minha mãe. —confessei soltando um suspiro. — Eu só tinha nove anos quando ela me deixou no orfanato, sinto tanto a falta dela.

Ele segurou a minha mão por cima da mesa e me olhou compreensivo.

— Sinto muito, se eu pudesse tiraria toda a dor que você sente.

E olha lá ele outra vez, preocupando-se comigo enquanto o seu coração está tão machucado quanto o meu.

O quê eu havia feito para merecê-lo?

— Obrigada por estar ao meu lado, Martin. —olho agradecida para ele que sorri e deposita um beijo em minha mão.

Rapidamente mudamos de assunto para não estragar a nossa noite, assim que terminamos o nosso jantar saímos do restaurante.

— Agora é a hora da surpresa. —disse ele assim que entramos em seu carro.

Virei o meu rosto em sua direção e percebi que o mesmo estava sorrindo.

— Tenho certeza que se eu perguntar você não irá dizer certo?

Martin alargou ainda mais o sorriso e deu partida no carro.

— É uma surpresa minha linda.

Senti a necessidade de sorrir ao ouvi-lo dizer minha linda, eu era uma boba mesmo mas o que eu poderia fazer?

Essa é a primeira vez que namoro, assim que sai do orfanato a minha vida resumiu-se apenas em trabalho as raras vezes que eu saía era com a minha amiga.

Nunca participei de nenhum encontro e menos ainda tive um namorado.

— Feche os olhos. —pediu ao estacionar o carro.

Sem retrucar fiz o que ele havia me pedido. Com o auxílio dele desci do carro, sem querer acabei soltando um gritinho de surpresa quando braços fortes rodearam o meu corpo e me pegou no colo.

— Martin, o que está fazendo? —questionei um pouco nervosa abrindo os meus olhos para encarar os seus.

Como Martin estava comigo em seus braços o seu rosto estava bem próximo ao meu.

— Eu não queria correr o risco de você se machucar. —sorriu lindamente e beijou o meu rosto. — Agora feche os olhos.

Sentindo o meu coração traçoeiro bater com firmeza em meu peito, fechei os meus olhos outra vez.

De todo modo eu confiaria em Martin de olhos fechados, literalmente.

O meu namorado começou a andar, eu confesso que a curiosidade estava me matando internamente.

Franzi a testa ao ouvir um barulho de água, até que finalmente o loiro parou de andar e com cuidado me colocou no chão.

— Pode abrir os olhos. —sussurrou próximo ao meu ouvido causando-me arrepios.

Abri os olhos aos poucos e levo as mãos a boca por estar de frente ao mar, nunca o vi pessoalmente.

Lembro-me de quando eu era criança via na televisão, eu pedia para a mamãe me levar mas o meu pai nunca deixava.

Depois que sai do orfanato nunca tive tempo para tal coisa, ou simplesmente negligênciei esse meu desejo.

Era tão lindo e imenso, e tão azul quanto o céu.

— Meu Deus Martin, é lindo! —afirmei encarando aquela magnitude.

— Ainda acha que é parecido com os meus olhos?

Virei o meu rosto para encará-lo, o seu sorriso zombeteiro me fez rir.

— Na verdade os seus olhos são ainda mais bonitos.

Ele ergue uma das suas mãos até o meu rosto e acariciou a minha bochecha lentamente.

— Você que é linda. —asseverou aproximando o seu rosto do meu. — Eu sou o homem mais sortudo do mundo.

Ele estava enganado, eu quem era a mulher mais sortuda do mundo por tê-lo em minha vida, torço apenas que a nossa felicidade dure.

Não Me Esqueça [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora