Capítulo 20

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AMARA

Me esforço para abrir os meus olhos, pisco algumas vezes tentando me acostumar com a claridade. Um pouco confusa olho para o lado e avisto Martin dormindo sentado em uma cadeira ao lado da cama onde estou deitada.

Olho ao redor notando que estou em um quarto de hospital. Como um flash as memórias do que me aconteceu surge em minha cabeça.

— Martin? —o chamo, ele se mexe na cadeira e abre os olhos e quando me vê ele se anima.

— Meu amor, graças a Deus! —levantou-se e veio até mim me abraçando. — Você está sentindo alguma coisa? Não sabe o quanto eu fiquei preocupado!

— Eu estou bem. —o aperto ainda mais em meus braços deitando a minha cabeça em seu ombro. — Por um momento eu pensei que eu morreria.

— Agora está tudo bem... —sussurrou sentando-se na beirada da cama sem desfazer o nosso abraço. — Eu te amo tanto.

Me aconcheguei ainda mais nele, ficamos assim durante alguns minutos, até que me afastei e olhei confusa para ele.

— O quê aconteceu com o meu pai? —questionei apreensiva.

— Ele se entregou a polícia depois de te trazer ao hospital, quando eu soube que você havia sido sequestrada fiquei desesperada. —disse enquanto segurava o meu rosto. — A minha tia foi encontrada pelos polícias enquanto fugia, e acabou sendo presa também.

Tudo aquilo era muito para que eu pudesse assimilar. Sequestro, incêndio, prisão. Minha vida parecia que havia dado uma girada deixando tudo de cabeça para baixo.

Martin chamou um médico para me examinar e em seguida a minha entrou me abraçando com força.

— Fiquei com medo de que algo acontecesse com você minha filha. —confessou enquanto afagava os meus cabelos.

— Não se preocupe mamãe, agora tudo ficará bem.

Minutos depois também recebi a visita da minha melhor amiga que chorava sem parar, tentei acalmá-la.

— Jane pare de chorar, não vê que estou bem?

Ela me aperta ainda mais em nosso abraço.

— Nunca mais me dê um susto desses, sua doida.

Acabei rindo daquela maluca, era bom estar em casa novamente. No dia seguinte recebi alta do hospital, afinal eu não tinha nada de grave.

Apenas uma queimadura no meu braço esquerdo, e inalei fumaça demais. Martin insistiu em passar o dia comigo e me proibiu de sair da cama.

— Martin, estou me sentindo uma inválida. —reclamei assim que o vi trazer o meu jantar em um bandeija.

— Só estou cuidando do que amo. —deu de ombros, colocando a bandeija no meu colo. — Eu queria que você tivesse ido para a minha casa, mas eu respeito a sua vontade.

— Você é um amor sabia? —sorrio e beija a sua bochecha assim que ele se senta ao meu na cama. — Martin, eu estava pensando em visitar o meu pai amanhã na cadeia.

Martin fica sério no mesmo instante.

— Não acho uma boa idéia você vê-lo, além dele ter sequestrado você ele ainda cometeu alguns crimes no passado.

— Meu amor, eu preciso conversar com ele. —insisti e alisei o seu braço. — Acho que eu preciso ter essa conversa com ele, falei com a minha mãe mais cedo e ela compreendeu.

O meu noivo soltou um alto suspiro e assentiu à contragosto.

— Está bem, se você quer eu posso te levar até lá.

Sorri sem conter a minha felicidade e o abracei um pouco animada. Martin dormiu comigo essa noite, no dia seguinte de manhã ela me levou até a delegacia.

Eu estava em uma sala sentada em uma cadeira em frente a uma mesa, o meu coração acelerou quando vi o meu pai andando até mim.

Ele sentou-se de frente para mim, e colocou as mãos algemadas em cima da mesa.

— O quê veio fazer aqui? —perguntou sem me olhar.

— Pai, olhe para mim. —peço, e mesmo hesitante ele faz o que digo. — Por que você não fugiu se teve oportunidade?

O homem a minha frente suspirou fundo enquanto encarava os meus olhos.

— Porque eu preciso de um recomeço. —respondeu com um olhar triste. — Durante anos e anos tenho vivido de maneira errada, fiz você e a sua mãe sofrerem me envolvi com coisas que não devia, e como se não bastasse e coloquei a sua vida em perigo. Me senti um mostro quando hesitei em te salvar, eu preciso que me encontrar como um ser humano.

Sorri fraco para ele e segurei as suas mãos por cima da mesa.

— Saiba que pode contar comigo sempre que quiser, todo mundo merece e chance de um recomeço e quem sou eu para lhe negar isso? —ele me olha com os olhos marejados. — Você errou muito nessa vida, mas ainda da tempo de você se tornar uma pessoa melhor.

Conversei mais um pouco com o meu pai e me senti feliz em saber que ele estava realmente disposto a mudar.

Os dias seguintes ocorreram bem, tanto no trabalho como na minha vida pessoal.

Meses se passaram até que o dia mais feliz da minha vida finalmente chegou. O meu casamento.

— Você me dá a honra? —Róger me ofereceu o seu braço.

Sorri para ele e entrelacei os nossos braços, o namorado da minha mãe entraria comigo. Sim, finalmente a minha está namorando, eles começaram a namorar quando o divórcio da minha finamente saiu.

O meu pai realmente estava mudando, estava se comportando muito bem, em mais ou menos três ou quatro anos ele estará livre.

O meu casamento ocorreria no jardim da casa do Martin, quer dizer da nossa casa.

Róger e eu começamos a andar sobre o tapete vermelho que estava sobre a grama. Mais à frente estava o meu futuro marido, me olhando como se eu fosse a sua joia mais preciosa.

E nem podia acreditar que o meu dia tão sonhado havia finalmente chegado. Enquanto andávamos ao som da música Perfect de Ed Sheeran, eu notei a minha mãe chorar juntamente com Jane que  é a minha madrinha ao lado do seu noivo.

— Você está maravilhosa meu amor. —Martin disse assim que parei ao seu lado. — Eu te amo.

Ele beija a minha testa e cumprimenta o Róger que se afasta em seguida ficando ao lado da minha mãe.

O juiz de paz da inicio a cerimônia, assinámos os papéis e olhamos um para o outro enquanto colocamos as nossas alianças.

— Obrigada por nunca ter me esquecido, Martin.

— Eu quem agradeço. —ele sorriu e beijou suavemente os meus lábios. — Obrigado minha grande amiga, eu sempre vou amar você.

Limpei as minhas lágrimas e sorri para o meu marido.

— Eu também sempre irei te amar.

Ali junto do meu grande amigo e amor, e dos meus amigos e familiares percebi que mesmo que passem anos e anos um amor de verdade nunca diminui com o tempo, ele apenas fica guardado no coração esperando o momento certo, para ser exposto.





FIM

Não Me Esqueça [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora